Austromir-91

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Insígnia da missão Soyuz TM-13 e símbolo oficial do programa Austromir-91.

Austromir-91 foi um projeto espacial conjunto entre os governos da Áustria e da extinta União Soviética, para uma missão de cosmonautas dos dois países à estação espacial Mir, a ser realizada em 1991. O programa previa a ida do primeiro austríaco ao espaço.

O Austromir teve inicio em julho de 1987, após a visita do presidente do Conselho de Ministros da URSS à Áustria, que levou a ideia de uma missão tripulada conjunta dos dois países para experiências na estação Mir, nos mesmos moldes do programa Intercosmos, iniciado uma década antes entre a URSS e os países de seu bloco de influência política. O acordo para a realização do projeto foi assinado em Moscou, em outubro de 1988.

Seleção e treinamento[editar | editar código-fonte]

A escolha dos candidatos à cosmonauta se deu através de anúncios de jornal, que estipulava a condição mínima de que fossem perfeitamente aptos física e mentalmente, com no máximo 40 anos, pilotassem aviões, fossem austríacos de nacionalidade e tivessem qualificações científicas.

Duzentos homens e vinte mulheres responderam aos anúncios e tiveram que passar por várias etapas de testes físicos e mentais. Após dez árduas etapas de seleção, que incluíram saltos de paraquedas e privação de sono, prolongaram-se por meses e nas últimas etapas foram monitoradas por instrutores soviéticos, dois homens foram escolhidos para realizar o treinamento final na Cidade das Estrelas, em Moscou: o engenheiro Franz Viehböck e o médico Clemens Lothaller, que foram enviados à URSS em janeiro de 1990.

Viehböck no espaço[editar | editar código-fonte]

Após quase dois anos de curso da dupla no Centro de Treinamento de Cosmonautas Yuri Gagarin, Franz Viehböck foi escolhido pelos avaliadores do Roscosmos para ir ao espaço.

As 07:00 UTC de 2 de outubro de 1991, ele e os dois outros tripulantes da missão Soyuz TM-13, o soviético Aleksandr Volkov - comandante - e o casaque Toktar Aubakirov - engenheiro de voo - foram lançados com sucesso do Cosmódromo de Baikonur, na presença de uma delegação do governo austríaco e de altos dignitários soviéticos. A nave acoplou-se à Mir dois dias mais tarde.

Durante os sete dias em órbita, a tripulação mista da Soyuz, junto com os já ocupantes anteriores da Mir, realizou diversas experiências - várias delas da área médica - projetadas por universidades e centros de pesquisa austríacos.

Viehböck retornou à Terra em 10 de outubro de 1991, na nave de reserva Soyuz TM-12, com o ex-ocupante da Mir, Anatoli Artsebarsky, e seu companheiro de TM-13 Aubakirov, pousando nas estepes do Casaquistão às 05:12 UTC, a cerca de 60 km de Arkalyk.

Repercussão[editar | editar código-fonte]

Viehböck e seu reserva Clemens Lothaller voltaram à Áustria como heróis nacionais, sendo recebidos pelo presidente Kurt Waldheim e pelo governo do país, e Franz pôde conhecer a filha, Carina, nascida enquanto encontrava-se na Mir.

Os resultados das experiências feitas no espaço passaram às mãos da comunidade científica austríaca, para estudos que duraram meses.

Referência[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]