Batalhão Esparta

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Batalhão Esparta
Батальон «Спарта»

Bandeira do Batalhão Esparta
Aliança República Popular de Donetsk
Missão Apoio paramilitar
Tipo de unidade Força separatista paramilitar
Criação 2014
História
Guerras/batalhas Guerra em Donbas
  • Batalha de Ilovaisk
  • Segunda batalha do aeroporto de Donetsk

Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022

Logística
Efetivo ~7.200
Insígnias
Insígnia de braço
Comando
Comandante Artem Zhoga (2022)
Comandantes
notáveis
Arsen Pavlov   (2014-2016)
Vladimir Zhoga   (2016-2022)

O Batalhão Esparta (em russo: батальон «Спарта») é um grupo militante rebelde da República Popular de Donetsk, anteriormente liderado pelo militante russo Arsen "Motorola" Pavlov até seu assassinato em outubro de 2016. O novo líder do batalhão tornou-se Vladimir "Vokha" Zhoga um ucraniano com viés separatista militante de Sloviansk,[1] até sua morte em 5 de março de 2022 em Volnovakha, Ucrânia.[2][3][4] O batalhão participou da Guerra em Donbas e da Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.[5][6] O grupo foi descrito como uma organização ultranascionalista e/ou neonazista,[7] e é acusada de múltiplos crimes de guerra.[8][9]

História[editar | editar código-fonte]

De acordo com fontes ucranianas, a unidade foi formada em agosto de 2014 em Donetsk com base na tropa antitanque/MG anteriormente existente liderada por Pavlov, que supostamente participou da Batalha de Ilovaisk junto com as forças "voluntárias" do Coronel Strelkov.[10][11]

Em 2015, os chamados quase-estados RP de Lugansk/RP de Donetsk e todas as suas "unidades militares" foram designadas como "organizações terroristas" pelo Supremo Tribunal da Ucrânia.[12][13] O Serviço de Segurança da Ucrânia tem perseguido membros das unidades para detê-los desde então.[14][15]

Em 2016, o líder do Batalhão, Arsen "Motorola" Pavlov foi assassindo com uma bomba subindo um elevador onde morava. A RP de Donetsk culpou "neo-nazistas ucranianos" enquanto o governo ucraniano culpou a inteligência russa como parte de um complô maior, parte expurgo contra os primeiros líderes do movimento rebelde, apontando para o fato de que cerca de meia dúzia de comandantes rebeldes foram assassinados no mesmo período de tempo.[16] Seu cargo sendo assumido por Vladmir Zhoga.[17]

Porém em 2022 com o reconhecimento russo da independência dos estados de RP de Lugansk/RP de Donetsk, estes grupos considerados organizações terroristas pela Ucrânia, começaram a receber apoio oriundo da Rússia. Assim aperfeiçoando seus equipamentos.[18][19]

Arsen Pavlov, conhecido pelo nom-de-guerre "Motorola", o fundador e primeiro comandante do Batalhão Esparta em 2015. Pavlov era um nacional russo, ex-fuzileiro naval russo e auto-proclamado "criminoso de guerra".[20]

Cronologia em batalhas[editar | editar código-fonte]

Caso Branovitsky[editar | editar código-fonte]

O então comandante Vladimir Zhoga com seus soldados desfilando durante o "dia do orgulho da vitória de Donetsk"

Em abril de 2015, o vice-diretor russo da Anistia Internacional da Europa e Ásia Central, Denis Krivosheev, culpou o líder do grupo Arsen Pavlov por matar e torturar prisioneiros de guerra ucranianos.[30][9] Segundo ele, Pavlov admitiu pessoalmente na entrevista ao Kiev Post que matou o ucraniano Branovitsky Igor Evgenievich que era prisioneiro de guerra no momento de sua detenção e que sofreu vários ferimentos faciais e não conseguia andar.[9][31]

Em uma fita controversa que foi publicada no YouTube em abril de 2015, que apresenta vozes tanto do jornalista do Kiev Post quanto da voz supostamente pertencente à Motorola, pode-se ouvir que este último afirma ter matado 15 prisioneiros quando o jornalista lhe perguntou sobre Branovitsky.[32][33] A Anistia pediu uma investigação completa do crime.[34] Anteriormente, em fevereiro de 2015, Ucrânia iniciou uma investigação sobre as alegações.[35][36][33]

Em junho, foi relatado por um funcionário da Ucrânia que a Interpol se recusou a colocar a suspeita Motorola na lista de procurados com base na "natureza política do caso Motorola".[37][38]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Separatist known as Vokha will become new commander of the Sparta Battalion». UA Wire. 24 de outubro de 2016. Consultado em 16 de janeiro de 2017 
  2. «Погиб Герой ДНР Владимир Жога, командир «Спарты» после гибели Моторолы». eadaily.com 
  3. Новости, Р. И. А. (5 de março de 2022). «Командир "Спарты" погиб в Волновахе, обеспечивая выход мирных жителей» [Commander of "Sparta" died at Volnovakha while providing evacuation of civilians]. РИА Новости (em russo). Consultado em 5 de março de 2022 
  4. «Командир батальона ДНР «Спарта» Жога погиб при эвакуации людей из Волновахи». ВЗГЛЯД.РУ (em russo). Consultado em 5 de março de 2022 
  5. «The Battle of Ilovaisk: Details of a Massacre Inside Rebel-Held Eastern Ukraine». Newsweek. 4 de novembro de 2014. Consultado em 19 de setembro de 2015 
  6. «Ukraine Live Day 335: The Battle for Donetsk». The Interpreter. 18 de janeiro de 2015. Consultado em 19 de setembro de 2015 
  7. Gogarty, Conor (12 de março de 2022). «Russian commanders killed in Ukraine including 'brutal warlord'». WalesOnline (em inglês). Consultado em 12 de março de 2022. Guards Colonel Vladimir Zhoga led the Sparta battalion, a neo-Nazi military unit backed by the Kremlin. He was killed last Saturday during battle in the eastern Ukrainian town of Volnovakha. 
  8. «Russian fighter 'admits killing 15 Ukrainian prisoners of war'». The Independent (em inglês). 10 de abril de 2015. Consultado em 6 de maio de 2022 
  9. a b c «New evidence of summary killings of Ukrainian soldiers must spark urgent investigations». www.amnesty.org (em inglês). 9 de abril de 2015. Consultado em 2 de maio de 2019 
  10. «Полевой командир "Моторола": от Чечни до Донбасса». www.depo.ua (em russo). Consultado em 2 de maio de 2019 
  11. «Комбат "Моторола": как мойщик машин стал командиром батальона "Спарта"». Рамблер/новости (em russo). Consultado em 2 de maio de 2019. Собранный как противотанковый бронебойный, отряд вскоре разросся. 
  12. «Про Заяву Верховної Ради України "Про визнання Україною юрисдикції Міжнародного кримінального суду щодо скоєння злочинів проти людяності та воєнних злочинів вищими посадовими особами Російської Федерації та керівниками терористичних організацій "ДНР" та "ЛНР", які призвели до особливо тяжких наслідків та масового вбивства українських громадян"]». Verkhovna Rada (em ucraniano) 
  13. «Постанова Верховного Суду щодо визнання діяльності терористичною». Supreme Court of Ukraine (em ucraniano) 
  14. «Leader of "Brianka USSR" terrorist group is convicted to 15-year imprisonment». Serviço de Segurança da Ucrânia. Consultado em 29 de outubro de 2021 
  15. «Donetsk region: SBU uncovers militant who mined six bridges». Serviço de Segurança da Ucrânia. Consultado em 29 de outubro de 2021 
  16. Kramer, Andrew E. (17 de outubro de 2016). «Bomb Kills Pro-Russian Rebel Commander in Eastern Ukraine». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 6 de maio de 2022 
  17. a b «Prominent rebel warlord Arseny 'Motorola' Pavlov dies in Donetsk blast». the Guardian (em inglês). 17 de outubro de 2016. Consultado em 13 de março de 2022 
  18. «Líderes separatistas pediram apoio da Rússia, diz Kremlin». Poder360. 24 de fevereiro de 2022. Consultado em 13 de março de 2022 
  19. «Putin reconhece a independência de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia - CartaCapital». www.cartacapital.com.br. Consultado em 13 de março de 2022 
  20. «Russian fighter's confession of killing prisoners might become evidence of war crimes (AUDIO) - Apr. 06, 2015». KyivPost. 6 de abril de 2015. Consultado em 6 de maio de 2022 
  21. «Полевой командир "Моторола": от Чечни до Донбасса». www.depo.ua (em russo). Consultado em 2 de maio de 2019 
  22. «Бой за Донецкий аэропорт. Спартанцы против киборгов». Life.ru (em russo). 21 de janeiro de 2017. Consultado em 2 de maio de 2019 
  23. «Новый командир батальона "Спарта" сообщил подробности гибели Моторолы». lenta.ru. Consultado em 2 de maio de 2019 
  24. «У ДНР потери — Спарта Моторолы бессильна в Докучаевске (видео)». kriminal.tv (em russo). Consultado em 2 de maio de 2019 
  25. «Подразделение Моторолы перебросили в ЛНР». lenta.ru. Consultado em 2 de maio de 2019 
  26. «Глава ДНР сообщил о гибели полковника Владимира Жога». 1news.az (em russo). 5 de março de 2022. Consultado em 5 de março de 2022 
  27. «Leader of so-called "Donetsk People's Republic" killed in action near Volnovakha». Ukrayinska Pravda (em inglês). 5 de março de 2022. Consultado em 6 de março de 2022 
  28. «Путин присвоил звание Героя России посмертно командиру батальону "Спарта" Владимиру Жоге». tass.ru (em russo). 6 de março de 2022. Consultado em 6 de março de 2022 
  29. ««Спарту» возглавил Артем Жога — отец убитого нацистами Героя ДНР». EADaily (em russo). Consultado em 13 de março de 2022 
  30. «"Бойцы батальона "Спарта" фактически причастны к тому, что называется военным преступлением"». www.kommersant.ru (em russo). 9 de abril de 2015. Consultado em 2 de maio de 2019 
  31. «War Crimes: Russian citizen Motorola boasts of killing 15 Ukrainian prisoners - Apr. 09, 2015». KyivPost. 9 de abril de 2015. Consultado em 2 de maio de 2019 
  32. KyivPost (6 de abril de 2015), Motorola confesses he murdered 15 prisoners. Признание Моторолы в убийстве 15 пленных, consultado em 2 de maio de 2019 
  33. a b Sukhov, Oleg (10 de abril de 2015). «I killed 15 prisoners of war in Ukraine, claims Russian fighter». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 2 de maio de 2019 
  34. «New evidence of summary killings of Ukrainian soldiers must spark urgent investigations». www.amnesty.org (em inglês). 9 de abril de 2015. Consultado em 2 de maio de 2019 
  35. «СБУ взялась за Моторолу. Боевику оформлено подозрение в преступлениях против человечности». nv.ua. Consultado em 2 de maio de 2019 
  36. «СБУ оформила подозрение Мотороле». Украинская правда (em russo). Consultado em 2 de maio de 2019 
  37. «Interpol refuses to search for Russian militant suspected of war crimes in Donbas». Human Rights in Ukraine. Consultado em 2 de maio de 2019 
  38. «Интерпол отказался искать Моторолу». korrespondent.net (em russo). Consultado em 2 de maio de 2019