Batalha de Cefalônia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Batalha de Cefalônia
Guerras bizantino-árabes

Grécia por volta de 900
Data 880
Local Cefalônia, ilhas jônicas
Desfecho Vitória bizantina
Beligerantes
Império Bizantino Emirado Aglábida
Comandantes
Nasar ?
Forças
Desconhecidas Desconhecidas
Baixas
Desconhecidas Desconhecidas

A batalha de Cefalônia foi uma batalha naval travada entre as frotas bizantina e aglábida perto da costa oeste da Grécia. A batalha foi uma grande vitória bizantina e uma das raras batalhas navais ocorridas à noite na Idade Média.

Eventos[editar | editar código-fonte]

Em 880, uma frota do Emirado Aglábida de Ifríquia navegou contra o Império Bizantino e invadiu as costas oeste da Grécia. João Escilitzes relata que compreendia 60 navios "excessivamente grandes", e que invadiu as ilhas jônicas de Zacinto e Cefalônia. Quando notícias deste raide alcançaram a capital bizantina, Constantinopla, uma frota foi enviada para confrontá-los, chefiada pelo recém-nomeado comandante-em-chefe da marinha bizantina, Nasar.[1][2] Graças a ventos favoráveis, a frota logo alcançou o porto de Metoni na ponta sul da Grécia, mas lá foi forçado a parar, pois muitos dos remadores da frota desertaram em pequenos grupos por conta do medo da batalha iminente.[3]

Nasar foi forçado a estacionar em Metoni, onde restruturou sua frota com tropas locais do Tema do Peloponeso.[3] No meio tempo, Nasar informou o imperador Basílio I, o Macedônio (r. 867–886) acerca dos eventos, e Basílio foi rapidamente capaz de capturar os desertores. De modo a restaurar a disciplina entre o resto da frota, o imperador então selecionou 30 prisioneiros de guerra sarracenos, obscureceu as características deles com fuligem e açoitou-os publicamente no Hipódromo de Constantinopla antes de enviá-los embora para ostensivamente serem executados em Metoni.[2]

A frota aglábida também soube da relutância da frota bizantina para enfrentá-los, e ficarem muito confiantes. Os tripulantes deixaram seus navios e pilharam as costas descuidadamente, de modo que quando Nasar chegou com sua frota, eles foram pegos de surpresa e foram aniquilados em um ataque noturno. Segundo o relato de Escilitzes, muitos pereceram a bordo de seus navios quando os bizantinos atearam fogos nele.[4] Como os historiadores John Pryor e Elizabeth Jeffreys escreve, a decisão de Nasar de atacar à noite foi "extremamente ousada", pois a escuridão "fez as manobras tácticas impossíveis e resultados imprevisíveis". Consequentemente, batalhas navais no mar foram muito raras.[5] Após sua vitória, Nasar velejou ao sul da Itália para auxiliar o exército operando ali sob os generais Procópio e Leão Apostipes. Ele invadiu a Sicília e conseguiu outra grande vitória sobre a frota aglábida na Batalha de Estelas antes de retornar para Constantinopla.[4][1]

Referências

  1. a b Lilie 2013, Nasar (#25490).
  2. a b Wortley 2010, p. 149.
  3. a b Wortley 2010, p. 149–150.
  4. a b Wortley 2010, p. 150.
  5. Pryor 2006, p. 66.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Pryor, John H.; Elizabeth M. Jeffreys (2006). The Age of the ΔΡΟΜΩΝ: The Byzantine Navy ca. 500–1204 (em inglês). Leiden e Boston: Brill Academic Publishers. ISBN 978-90-04-15197-0 
  • Wortley, John, ed. (2010). John Skylitzes: A Synopsis of Byzantine History, 811-1057. Cambridge, Reino Unido: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-76705-7