Batalha de Estelas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Batalha de Estelas
Guerras bizantino-árabes

Longobárdia bizantina ca. 1000
Data 880
Local Próximo de Régio, Calábria
Desfecho Vitória bizantina
Beligerantes
Império Bizantino Emirado Aglábida
Comandantes
Nasar Huceine ibne Rabá
Forças
45 navios (?) 140 navios
Baixas
Desconhecidas Desconhecidas

A Batalha de Estelas, por vezes chamada de Primeira Batalha de Milazo[1] ou Batalha de Punta Stilo[2] na literatura moderna, foi uma batalha naval travada entre as frotas bizantina e aglábida próximo do sul da península Itálica. A batalha foi uma grande vitória bizantina.

Eventos[editar | editar código-fonte]

Em 879 ou 880, o imperador Basílio I, o Macedônio (r. 867–886) nomeou Nasar como comandante da marinha bizantina e enviou-o a oeste para confrontar um raide realizado por uma frota de 60 navios enviada pelo Emirado Aglábida de Ifríquia contra as costas oeste da Grécia. Após derrotar esta frota, Nasar velejou à Sicília, e apoiou as operações dum exército enviado para recuperar o sul da Itália sob comando dos generais Procópio e Leão Apostipes. Durante estas operações, segundo o historiador do século XIV ibne Idari, Nasar foi confrontado pelo governador aglábida da Sicília, Huceine ibne Rabá. Ibne Idari relata que a frota de Nasar compreendia 140 navios, e que, depois duma batalha feroz, os aglábidas foram derrotados e muitos de seus navios capturados. Ibne Alatir também menciona esta batalha. É geralmente identificada com a batalha relatada pela Crônica de Cambridge e a tentativa de ataque aglábida contra Régio relatada na hagiografia Vida de Elias, o Jovem que foi repelida por Nasar com 45 navios.[3]

A localização da batalha é incerta. A Crônica de Cambridge afirma que o sítio da batalha foi Milas, o que levou à identificação com Milazo.[4] Teófanes Continuado, por outro lado, situa a batalha na "ilha chamada Estelas", que por sua vez levou à hipótese que ela ocorreu no cabo hoje conhecido como Punta Stilo, no sul da costa da Calábria.[5] A bizantinista Vera von Falkenhausen assinala que o fim da estrada romana que levava de Roma para Régio foi marcada por uma coluna (stylos ou stele em grego) situada num penhasco com vista para a costa, e que a localização foi conhecido como Estilis em grego.[6] Segundo Ewald Kislinger, o último sítio corresponde melhor à localização em Teófanes Continuado bem como o relato na Crônica de Cambridge, e que "Milas" é provavelmente devido à confusão com outra batalha ocorrida próxima de Milazo oito anos depois.[7]

A vitória de Nasar em Estelas permitiu ao bizantinos enviar outro esquadrão para Nápoles, onde conseguiram outra vitória sobre os árabes. Estas vitórias foram cruciais para a restauração do controle bizantino sobre o sul da Itália (o futuro Catapanato da Itália), compensando extensivamente a perda efetiva da Sicília após a queda de Siracusa em 878. A revitalização foi breve, contudo, com a derrota bizantina em Milazo em 888 assinalando o desaparecimento virtual de maior parte da atividade naval bizantina nos mares em torno da Itália no século seguinte.[8]

Referências

  1. Eickhoff 1966, p. 237.
  2. Pryor 2006, p. 66, 370 (nota 360), 385.
  3. Lilie 2013, Nasar (#25490).
  4. Kislinger 1995, p. 5–6.
  5. Kislinger 1995, p. 6–7.
  6. Kislinger 1995, p. 7–8.
  7. Kislinger 1995, p. 8–10.
  8. Pryor 2006, p. 65–66.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Eickhoff, Ekkehard (1966). Seekrieg und Seepolitik zwischen Islam und Abendland: das Mittelmeer unter byzantinischer und arabischer Hegemonie (650-1040). Berlim: De Gruyter 
  • Kislinger, Ewald (1995). «Milazzo-Stelai (880 d. Cr.): una battaglia navale cambia luogo». Archivio storico messinese (em italiano). 69: 5–12 
  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Pryor, John H.; Elizabeth M. Jeffreys (2006). The Age of the ΔΡΟΜΩΝ: The Byzantine Navy ca. 500–1204 (em inglês). Leiden e Boston: Brill Academic Publishers. ISBN 978-90-04-15197-0