Bentevizinho-de-penacho-vermelho

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M. s. columbianus, a subespécie mais ao norte. Parque Nacional de Darién, Panamá
M. s. columbianus, a subespécie mais ao norte.
Parque Nacional de Darién, Panamá
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Tyrannidae
Gênero: Myiozetetes
Espécie: similis
Nome binomial
Myiozetetes similis
(Spix, 1825)
Distribuição geográfica

Myiozetetes similis, conhecido popularmente como bentevizinho-de-penacho-vermelho é uma ave da família Tyrannidae. A espécie se distribui através das Américas, desde o México até o norte da Argentina.

Às vezes a espécie é dividida com Myiozetetes texensis, que se distribui do México até a Costa Rica.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Em aparência, o bentevizinho-de-penacho-vermelho lembra ser um neinei ou um bem-te-vi pequeno. O adulto mede 16-18 cm de comprimento e pesa 24-27 g. A cabeça é cinza-escura com uma faixa branca acima do olho e geralmente uma coroa oculta de laranja para vermelhão. A parte de cima do corpo é marrom-oliva, e as asas e a cauda são marrons com apenas fracas margens ruivas. A parte inferior do corpo é amarela e a garganta é branca. Os pássaros jovens têm uma máscara de olhos mais pálida, faixa da coroa reduzida e margens castanhas nas asas e nas penas da cauda.

Como o epíteto específico similis (latim para "o semelhante") indica, o bentevizinho-de-penacho-vermelho se parece muito com seu parente vivo mais próximo, o bentevizinho-de-asa-ferrugínea (Myiozetetes cayanensis), e também parecido com Phelpsia inornatus, Conopias albovittatus e o bentevizinho-do-brejo (Pitangus/Philohydor lictor). Na verdade, exceto de perto, eles são quase indistinguíveis apenas pela aparência. Ele e as duas espécies semelhantes maiores mencionadas acima compartilham muito de sua distribuição. Embora todos sejam aparentemente parentes próximos, o grupo ao qual parecem pertencer também inclui espécies com padrão de cabeça bastante diferente, como o bem-te-vi-de-cabeça-cinza, que pertence ao mesmo gênero.

A maneira mais fácil de diferencia-los de bem-te-vis é através do formato e tamanho do bico. Enquanto o canto do bem-te-vi é lento e curto, o canto do bem-te-vizinho é rápido e longo, embora dêem muitos piados antes de executarem seu canto característico.

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Na natureza são predominantemente insetivoros, comendo principalmente mosquitos. Podem no entanto comer pedacinhos de carne, bolo, ração, mamão etc.

Distribuição e ecologia[editar | editar código-fonte]

Ovo, coleção do Museu Wiesbaden

O bentevizinho-de-penacho-vermelho se reproduz em plantações, pastos com algumas árvores e bosques abertos desde o noroeste do México do sul ao nordeste do Peru, até o sul do Brasil e o noroeste da Argentina. É uma espécie comum e de grande distribuição e, portanto, não é considerada ameaçada pela IUCN.[1]

Eles gostam de se empoleirar abertamente nas árvores, vários metros acima do solo. De tais poleiros, eles saem voando por distâncias consideráveis para pegar insetos em voo, para os quais eles utilizam uma variedade de manobras acrobáticas. Eles também pairam regularmente e bicam as folhas para presas e pequenas frutos silvestres - por exemplo, de gumbo-limbo (Bursera simaruba), que eles procuram e também utilizam em habitats modificados pelo homem, como a floresta secundária ou parques e jardins urbanos - e vão pegar presas do solo e até mesmo entrar em águas rasas para se alimentar de invertebrados aquáticos, girinos e, ocasionalmente, de peixes pequenos. Observou-se que eles forrageavam pacificamente ao lado de saguis-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus) na vegetação rasteira, talvez até cooperando com os macacos para afastar as presas do esconderijo. Talvez esse comportamento só ocorra durante a seca, quando os frutos são mais escassos; notou-se que eles não se juntam a bandos mistos com muita frequência.[2][3][4][5]

O ninho, construído pela fêmea em um arbusto, árvore ou em um prédio, é uma grande estrutura coberta de caules e palha, que para proteção é frequentemente construído perto de um ninho de vespas, abelhas ou formigas, ou o ninho de outro tiranídeo. O local do ninho geralmente fica próximo ou sobre a água. A ninhada típica é de dois a quatro ovos brancos ou creme manchados de marrom ou lilás, colocados entre fevereiro e junho.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b BirdLife International (2012). «Myiozetetes similis». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 26 de Novembro de 2013 
  2. Machado, C.G. (1999). «A composição dos bandos mistos de aves na Mata Atlântica da Serra de Paranapiacaba, no sudeste brasileiro» (PDF). Revista Brasileira de Biologia. 59 (1). Instituto Internacional de Ecologia. pp. 75–85. doi:10.1590/S0034-71081999000100010 
  3. de A. Gabriel, Vagner; Pizo, Marco A. (2005). «Foraging behavior of tyrant flycatchers (Aves, Tyrannidae) in Brazil» (PDF). Revista Brasileira de Zoologia. 22 (4). Sociedade Brasileira de Zoologia. pp. 1072–1077. doi:10.1590/S0101-81752005000400036 
  4. de Lyra-Neves, Rachel M.; Oliveira, Maria A.B.; Telino-Júnior, Wallace R.; dos Santos, Ednilza M. (2007). «Comportamentos interespecíficos entre Callithrix jacchus (Linnaeus) (Primates, Callitrichidae) e algumas aves de Mata Atlântica, Pernambuco, Brasil» (PDF). Revista Brasileira de Zoologia. 24 (3). Sociedade Brasileira de Zoologia. pp. 709–716. doi:10.1590/S0101-81752007000300022 
  5. Foster, Mercedes S. (2007). «The potential of fruiting trees to enhance converted habitats for migrating birds in southern Mexico». Bird Conservation International. 17 (1). BirdLife International. pp. 45–61. doi:10.1017/S0959270906000554 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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