Boca Maldita

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Aspecto da Rua das Flores, nas cercanias da Boca Maldita.

A Boca Maldita é uma confraria[1] localizada em Curitiba. O termo também é associado ao local em que seus membros se encontram para discutirem os assuntos do momento.[2] [3]

O local[editar | editar código-fonte]

Boca Maldita é a denominação de um espaço, sem área determinada mas ao redor dos cafés, bancas de revista e bancos do calçadão na Avenida Luiz Xavier (entre a Praça General Osório e a Rua XV de Novembro) no centro de Curitiba, onde se reúnem os "Cavalheiros da Boca Maldita de Curitiba", confraria esta que disseca todos os assuntos presentes nas manchetes dos jornais do momento, em uma tribuna livre de palavras e pensamentos. O atual Presidente da Boca Maldita desde 2003 é o Empresário Ygor K. de Siqueira, filho do Fundador Anfrisio Siqueira[2][4]

O obelisco[5] existente em frente ao hotel Braz, faz uma homenagem ao local e a confraria.[6][7]

A confraria[editar | editar código-fonte]

Reduto prioritariamente masculino, tribuna livre instituida por Lei Municipal n⁰ 6450/83 para quaisquer comentários ou críticas, a confraria "Cavalheiros da Boca Maldita de Curitiba" surgiu em 13 de dezembro de 1956[1], fundada por um grupo que reunia, entre outros, o eterno presidente Anfrísio Siqueira e o jornalista Adherbal Fortes de Sá Junior. A institucionalização do espaço de conversas, no calçadão da Avenida Luiz Xavier, se deu em 13 de dezembro de 1956 (data anterior ao calçadão), quando da criação dos estatutos e seu registro ocorreu em 29 de setembro de 1975.[8]

O lema da entidade é: "tudo vejo, tudo ouço, tudo falo".[6]

A confraria existe para debater e criticar tudo e todos sem qualquer restrição, expressando as vontades e indignações populares. Entre seus confrades reúnem-se pessoas de diversas opiniões ou setores, como artistas, profissionais liberais, políticos, esportistas, estudantes, turistas, empresários e os curiosos que circulam diariamente pelo local mais Democrático do Brasil. A Boca Maldita se destaca em diversos acontecimentos históricos do estado e do país, como por exemplo, o 1⁰ Comicio de campanha das Diretas Já, a manifestação dos "Cara Pintada" no "Fora Collor" enfim, a Boca Maldita nâo é somente o Principal Palco das Manifestações Políticas na Cidade de Curitiba, bem como de inúmeras atividades artísticas, culturais e educacionais além de diversas açôes de caráter filantrópico-culturais.[9] O Grande evento Anual da “Boca” é o seu jantar de aniversário, comemorado em 13 de dezembro, quando cerca de 40 Convidados recebem o título de “Cavalheiro da Boca Maldita”.[7]

Entre os milhares de associados da confraria estão Oriovisto Guimarães, Ziraldo, Carlos Ayres Britto, Félix Fischer, Nelson Jobim ou Antonio Ermírio de Morais.[1]

Versão feminina[editar | editar código-fonte]

Na década de 1980, com o apoio do Presidente Anfrisio Siqueira a então vereadora Rosa Maria Chiamulera[10] criou a "Associação Boca Rouge para Promoção dos Direitos da Mulher" com eventos similares da confraria Boca Maldita, como a organização de um jantar anual e a distribuição da comenda e diploma de "Dama Rouge", porém não existe mais.[11]

Referências

  1. a b c «Confraria "Cavalheiros da Boca Maldita" comemora 60 anos om 56 anos novos integrantes». Sistema Fecomércio. 14 de dezembro de 2016. Consultado em 6 de junho de 2019 
  2. a b «Boca Maldita e Calçadão da Rua XV». Fórum Verdade - Universidade Federal do Paraná. Consultado em 6 de junho de 2019 
  3. WRONISKI, Elizangela. Boca Maldita completa 50 anos de democracia. O Estado do Paraná, Curitiba, 13 dez. 2006
  4. «Manifestantes pró-Bolsonaro se reúnem na Boca Maldita pra ato a favor do governo». Portal Tribuna do Paraná. 26 de maio de 2019. Consultado em 6 de junho de 2016 
  5. «Livro "O Passeio TurÍstico Da Cidade De Curitiba"». No Google Books. 2014. Consultado em 6 de junho de 2016 
  6. a b ANDRADE, Luis Carlos R. de. Conheça Curitiba. Curitiba, ed. Estética, 1997. 116p
  7. a b «Saiba mais sobre a Boca Maldita em Curitiba». Partiu Curitiba. Consultado em 6 de junho de 2019 
  8. «Boca Maldita completa 61 anos em Curitiba». Portal Bem Paraná. 12 de dezembro de 2017. Consultado em 6 de junho de 2019 
  9. Redação. Boca Maldita de Curitiba. O Rugido Virtual, Curitiba, 13 dez. 2007
  10. Rosa Maria Chiamulera Câmara Municipal de Curitiba - acessado em 4 de novembro de 2020
  11. As damas da Boca Rouge (e sua noite de glória) Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de abril de 1991 Tabloide Digital - acessado em 4 de novembro de 2020

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • MENDONÇA, Maria L. N. Linha Vermelha; Pegadas da Memória. Curitiba; Fundação Cultural de Curitiba, 1991. 56p
  • LIMA, Dinarte G. de. Guia Turístico de Curitiba e do Paraná de 1987. Curitiba; Ed. Mapas e Guias, 1987. 168p