Canato de Carabaque

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Canato de Carabaque

Canato

1748 — 1822 
Capital

História  
• 1748  Fundação
• 1822  Dissolução

O Canato de Carabaque ou Canato de Karabakh (em persa: خانات قره‌باغ; romaniz.:Xānāt e Qarebāq, em azeri: Qarabağ xanlığı) foi um semi-independente canato Azeri[1][2] no território dos atuais estados de Arménia e Azerbaijão, fundado em 1748 sob suserania iraniana safávida[3] na região do Carabaque e áreas vizinhas.[4] O canato existiu até 1806,[5] quando o Império Russo tomou o controlo do território à Pérsia.[6] A anexação pela Rússia só seria formalizada pelo Tratado do Gulistão em 1813, quando, em resultado da Guerra Russo-Persa, Fate Ali Xá do Irão oficialmente cedeu o Carabaque ao czar Alexandre I da Rússia.[7][8] O canato foi abolido em 1822, após alguns anos de tolerância russa com os governantes islâmicos, e em seu lugar foi estabelecida uma província sob administração militar.[7]

Em 14 de maio de 1805, com a Guerra Russo-Persa de 1804-1813 ainda nos primeiros meses, Ibraim Calil Cã e o general russo Pavel Tsitsianov assinaram um acordo transferindo o Canato de Carabaque para o domínio russo. No entanto, o acordo foi de pouco valor, pois as fronteiras mudavam constantemente até o fim da guerra em 1813. Após a violação russa do acordo que reconheceu Ibraim Calil Cã e seus descendentes como governantes de Carabaque em perpetuidade, abolindo o canato em 1822, uma administração militar tinha entretanto sido formada. O controlo russo foi decisivamente confirmado com a Pérsia pelo Tratado de Turkmenchay de 1828.[9]

No total houve três cãs, todos membros do clã Javanxir;

O território de Carabaque fora originalmente governado por pequenos principados feudais arménios, brevemente vassalos do Reino da Geórgia no século XIII, no âmbito da Arménia Zacárida; a região é então submersa pelas invasões do Império Mongol e depois dos turquemenos. No final do século XIV, Carabaque foi conquistado por Tamerlão. A rápida desintegração de seu império dá lugar ao domínio da Confederação do Cordeiro Branco (1410–1468) e ao da irmandade rival da Confederação do Cordeiro Negro (1468–1501) que reinam sobre o país até à anexação ao Império Safávida em 1502. Após longas batalhas, o general otomano Farade Paxá finalmente ocupa Carabaque, no início do reinado do xá Abas I. Os turcos mantem-se no local até 1606 [10].

Referências

  1. Although written in Persian, the work of Mirza Jamal Javanshir (1773/4-1853) is actually a product of Azeri historiography: its author being an Azeri noble of the Javanshir tribe, who began his lengthy career as a scribe in the service of Ebrahim, the Azeri khan of Karabakh. Robert H. Hewsen. Review of George A. Bournoutian, A History of Qarabagh: An Annotated Translation of Mirza Jamal Javanshir Qarabaghi's Tarikh-e Qarabagh, in Journal of the Society for Armenian Studies, 1995, p. 270
  2. Writing to his adviser Archimandrite Gaioz, Erekle informed him that he had received a communication from the new Shah ordering him to take part in a campaign against Ibrahim, the Azeri khan of Karabagh, who was also asserting his right to independence from Persia. Nikolas K. Gvosdev. Imperial policies and perspectives towards Georgia, 1760–1819. St. Martin's Press in association with St. Antony's College, Oxford, 2000. ISBN 0-312-22990-9
  3. Encyclopædia Britannica Online: History of Azerbaijan
  4. Abbas-gulu Aga Bakikhanov. Golestan-i Iram
  5. Gammer, Moshe (1992). Muslim resistance to the tsar. [S.l.]: Routledge. 6 páginas. ISBN 0-7146-3431-X. In 1805 the khans of Qarabagh, Shirvan and Sheki swore allegiance to Russia. 
  6. Swietochowski, Tadeusz (1995). Russia and Azerbaijan: A Borderland in Transition. [S.l.]: Columbia University Press. ISBN 0-231-07068-3 
  7. a b Potier, Tim (2001). Conflict in Nagorno-Karabakh, Abkhazia and South Ossetia: A Legal Appraisal. [S.l.]: Martinus Nijhoff Publishers. ISBN 90-411-1477-7 
  8. Croissant, Michael (1998). The Armenia-Azerbaijan Conflict: Causes and Implications. [S.l.]: Praeger/Greenwood. p. 12. ISBN 0-275-96241-5 
  9. Muriel Atkin. The Strange Death of Ibrahim Khalil Khan of Qarabagh. Iranian Studies, Vol. 12, No. 1/2 (Winter - Spring, 1979), pp. 79-107
  10. E. J. Brill, "Primeira Enciclopédia do Islão", Volume IV, p.727.