Capitania de Santana

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Capitania de Santana

Capitania


1534 – 1656
Flag Brasão
Bandeira da Ordem de Cristo Brasão dos Sousa do Prado
Continente América do Sul
Capital Não especificada
Língua oficial Português
Governo Não especificado
História
 • 1534 Fundação
 • 1656 Dissolução

A capitania de Santana foi uma das subdivisões administrativas do território brasileiro no período colonial da América Portuguesa (1500-1815), criada em 1534 junto com mais treze regiões hereditárias (1534–1548), entregues pelo rei de Portugal, Dom João III, a donatários em regime de hereditariedade.[1][2][3]

Esta capitania possuía 40 léguas e começava na baía de Paranaguá e se estendia até Laguna (Santa Catarina).[4][5] Era a capitania que estava localizada mais ao sul do Brasil, limitada a oeste pela linha do tratado de Tordesilhas, e a leste pelo Oceano Atlântico.[6][7]

Pertencia a Pero Lopes de Sousa e seus sucessores - que obtiveram a Capitania de São Vicente com o ganho de causa no litígio Vimieiro-Monsanto.[8][9]

Foi pelos vicentinos desbravada e colonizada, tendo como consequência o surgimento de São Francisco do Sul e Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), entre outros núcleos de povoamento.[10][11]

Em 1656 foi sucedida pela Capitania de Paranaguá, fundada pelo Marquês de Cascais.[12][13][9]

Pernambuco e São Vicente foram as únicas capitanias que prosperaram no período colonial.[14]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A colonização européia na América foi efetivamente iniciada em 1534, quando o rei Dom João III dividiu o território em quatorze capitanias hereditárias (administração do território colonial português) que foram doadas a doze capitães-donatários (vassalos), que podiam explorar os recursos da terra, mas em contra-partida deveriam povoar e proteger as regiões,[15] onde os direitos e deveres dos donatários eram regulamentados pelas Cartas de Foral.[16][17]

O sistema de capitanias já era empregado pelo Império Português nas ilhas da Madeira e de Cabo Verde desde o século XV.[18] Em carta dirigida a Martim Afonso de Sousa em 1532, Dom João III comunicou a decisão de dividir o território português, assim em 1534 efetivou as primeiras doações.[19]

Existem três possíveis fatores para a adoção do sistema de capitanias no Brasil: uma resposta da monarquia portuguesa ante a ameaça da França ao seu projeto de domínio na América;[20] transferência dos gastos com a colonização que deixavam de ser do Estado e passavam para os donatários, favorecendo a Coroa em um contexto de escassez de recursos;[15] conversão da população nativa ao cristianismo, dando continuidade ao ideal da Cruzadas.[21]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «O Sistema de Capitanias Hereditárias». Portal MultiRio. Consultado em 18 de janeiro de 2017 
  2. Dias, Carlos Malheiro (1924). Historia da colonização portuguesa do Brasil. Edição Monumental Comemorativa do Primeiro Centenário da Independência do Brasil,. 3 vols. Porto: Litografia Nacional 
  3. Linhares, Maria Yedda; Silva, Francisco Carlos Teixeira da (2016). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier 
  4. Bueno 1999, p. 86.
  5. Cintra 2013, p. 27.
  6. «Sistema de Capitanias Hereditárias do Brasil». estudopratico.com.br. Consultado em 12 de fevereiro de 2016 
  7. «Tratado de Tordesilhas - História, mapa e Brasil». estudopratico.com.br. Consultado em 12 de fevereiro de 2016 
  8. Wachowicz 1995, p. 41.
  9. a b Wachowicz 1995, p. 42.
  10. El-Khatib 1970, p. 87.
  11. El-Khatib 1970, p. 34.
  12. Wons 1994, p. 107.
  13. Wachowicz 1995, p. 111.
  14. «O Sistema de Capitanias Hereditárias». Portal MultiRio. Consultado em 18 de janeiro de 2017 
  15. a b Vainfas, Ronaldo (2000). Dicionário do Brasil colonial, 1500-1808. Rio de Janeiro: Objetiva 
  16. «O Sistema de Capitanias Hereditárias». Portal MultiRio. Consultado em 18 de janeiro de 2017 
  17. «O estabelecimento do exclusivo comercial metropolitano e a conformação do antigo sistema colonial no Brasil». SciELO. Consultado em 18 de janeiro de 2017 
  18. Saldanha, António Vasconcelos de (2001). As capitanias do Brasil: antecedentes, desenvolvimento e extinção de um fenómeno atlântico. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses 
  19. Linhares, Maria Yedda; Silva, Francisco Carlos Teixeira da (2016). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier 
  20. Abreu, Capistrano de (1988). Capítulos de história colonial: 1500-1800 (PDF). Brasília: Conselho Editorial do Senado Federal 
  21. Mauro, Frédéric (1983). Le Portugal, le Brésil et l'Atlantique au XVIIe siècle (1570-1670): étude économique. Paris: Fondation Calouste Gulbenkian 

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bueno, Eduardo (1999). Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro: Objetiva. ISBN 8573022523 
  • Cintra, Jorge P. (2013). Reconstruindo o Mapa das Capitanias Hereditárias (PDF) (Tese de Docência). São Paulo: Universidade de São Paulo. Consultado em 12 de fevereiro de 2016 
  • El-Khatib, Faissal (1970). História de Santa Catarina. 4. Curitiba: Grafipar 
  • Wachowicz, Ruy Christovam (1995). História do Paraná 7 ed. Curitiba: Gráfica Vicentina 
  • Wons, Iaroslaw (1994). Geografia do Paraná 6 ed. Curitiba: Ensino Renovado 
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