Chris Hedges

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Chris Hedges
Chris Hedges
Nascimento Christopher Lynn Hedges
18 de setembro de 1956 (67 anos)
St. Johnsbury
Cidadania Estados Unidos
Cônjuge Eunice Wong
Alma mater
Ocupação correspondente de guerra, escritor, jornalista
Prêmios
  • Prêmio PEN Oakland/Censorship
Empregador(a) Universidade Columbia

Christopher Lynn "Chris" Hedges (St. Johnsbury, Condado de Caledonia, Vermont, 18 de setembro de 1956) é um jornalista vencedor do Prêmio Pulitzer, ministro presbiteriano, escritor e apresentador de televisão estadunidense. Descreve-se como um socialista e admirador de Dorothy Day.[1][2][3][4]

Por quase duas décadas foi correspondente na América Central, Oriente Médio (razão pela qual se tornou fluente em árabe), África e Bálcãs. Fez reportagens em mais de cinquenta países e trabalhou para The Christian Science Monitor, National Public Radio eThe Dallas Morning News, além de ter sido correspondente estrangeiro do jornal The New York Times, por quinze anos (1990-2005), servindo como o Chefe do Escritório do Oriente Médio e Chefe do Escritório dos Balcãs do jornal, durante a guerra na ex-Iugoslávia.

Em 2002, recebeu o Prêmio Pulitzer de Reportagem Explicativa, pela cobertura sobre terrorismo, e o Prêmio Global da Anistia Internacional para Jornalismo de Direitos Humanos.[5]

Lecionou nas universidades de Columbia, Nova York, Toronto e Princeton.

Também participou de programas para levar a educação superior a detentos.[6]

Em 2011, durante os protestos do Occupy Wall Street foi preso, em frente à sede da Goldman Sachs.[7]

Em 2017, foi indicado entre os finalistas do Annual Daytime Emmy Awards, na categoria Outstanding Information Talk Show Host, por seu trabalho como apresentador de um programa de entrevistas semanais na Russia Today.[8][9]


Biografia[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Nasceu em St. Johnsbury (Vermont), filho de um reverendo presbiteriano. Cresceu na zona rural do Condado de Schoharie (Nova Iorque).

Seu pai lutou na Segunda Guerra Mundial, mas se opôs à participação norte-americana na Guerra do Vietnã, tendo inclusive levado a família para participar de manifestações contra o conflito. Seus pais também apoiaram o movimento pelos direitos civis e pelos direitos dos homossexuais.

Em 1975, se formou na Loomis Chaffee School, um internato particular em Windsor (Connecticut). Nessa instituição, fundou um jornal clandestino que foi proibido pela administração da escola.[10][11][12][13][14]

Em 1979, se graduou em língua inglesa pela "Colgate University" em Hamilton (Nova Iorque).

Em 1983, recebeu o grau de "Master of Divinity" pela Harvard Divinity School em Cambridge (Massachusetts).[15]

Quando era estudante, morou, por dois anos e meio, no bairro de Roxbury, o mais perigoso daquela cidade. Na época, fez parte da equipe de boxe da Associação Cristã de Moços em Boston.

Após concluir o segundo ano de estudos, foi para a Bolívia para aprender espanhol, nesse período residiu junto com padres católicos da Congregação Maryknoll. Depois foi para a Argentina, onde participou da cobertura da Guerra das Malvinas para a Rádio Pública Nacional de Buenos Aires.[16]

Repórter em conflitos armados[editar | editar código-fonte]

Após se formar na Harvard Divinity School, atuou na cobertura jornalística de diversos conflitos armados pelo mundo:

Após 2005[editar | editar código-fonte]

Em dezembro de 2010, foi preso durante um protesto contra a presença norte americana no Afeganistão, em frente à Casa Branca (Washington, D.C.).[17]

Em outubro de 2014, foi ordenado ministro da Igreja Presbiteriana, no Ministério de Testemunhas Sociais e Prisões na Segunda Igreja Presbiteriana Elizabeth (Nova Jérsia).[18][19]

Em novembro de 2014, publicou um artigo para explicar porque ele e sua família se tornaram veganos.[20]

Em abril de 2016, foi preso em um protesto em frente ao Capitólio (Washington, D.C.), eles protestava contra a captura do sistema político pelas corporações.[21]

Livros publicados[editar | editar código-fonte]

  • War Is a Force That Gives Us Meaning (2002) - (A guerra é uma força que nos dá sentido), nessa obra procura abordar a sedução que a guerra causa nas sociedades humanas;[22][23]
  • What Every Person Should Know About War (2003) - (O que cada pessoa deve saber sobre a guerra);
  • Losing Moses on the Freeway: The 10 Commandments in America (2005) - (Perdendo Moisés na Autoestrada: Os 10 Mandamentos na América): Uma reflexão sobre os Dez Mandamentos e a vida moral nos Estados Unidos no início do século XXI;[24]
  • American Fascists: The Christian Right and the War on America (2007): Esse livro descreve o fascismo cristão nos Estados Unidos;[25]
  • I Don't Believe in Atheists (2008) - (Eu não acredito em ateístas): Essa obra contém uma crítica ao ateísmo militante, especialmente de Sam Harris e Christopher Hitchens, que também seria uma posição fundamentalista;[26][27]
  • Collateral Damage: America's War Against Iraqi Civilians (Danos colaterais: a guerra dos Estados Unidos contra os civis iraquianos), em co-autoria com Laila Al-Arian (2008): Esse livro foi escrito a partir do testemunho de mais de 50 veteranos da Guerra do Iraque, iniciada pela invasão norte-americana em 2003;[28]
  • When Atheism Becomes Religion: America's New Fundamentalists (2009) (Quando o ateísmo se torna religião: Novos Fundamentalistas da América): O autor faz uma crítica aos "novos ateus", liberados por Richard Dawkins, Christopher Hitchens e Sam Harris, que estariam criando uma nova forma de fundamentalismo que tenta permear a sociedade com ideias sobre a superioridade moral e a onipotência da razão humana. Desse modo, critica a mentalidade radical contra a religião e a fé. Sustenta que aqueles que colocaram fé cega nas disciplinas moralmente neutras da razão e da ciência criam ídolos à sua própria imagem;[29]
  • Empire of Illusion: The End of Literacy and the Triumph of Spectacle (2009) (Império da ilusão: o declínio da erudição e o triunfo do espetáculo): Existem duas realidades nos Estados Unidos, uma minoria vive em mundo letrado baseado na impressão que pode lidar com a complexidade e pode separar a ilusão da verdade, enquanto que a maioria está se retirando de um mundo baseado na realidade para um de falsa certeza e magia. Essa maioria despreza o cinema e o teatro sérios e também jornais e livros;[30][31][32][33][34]
  • Death of the Liberal Class (2010) (A Morte do Progressismo): Segundo o autor os cinco pilares do Progressismo nos Estados Unidos, seriam: a imprensa, as instituições religiosas progressistas, os sindicatos, as universidades e o Partido Democrata; e o Progressismo teria fracassado em enfrentar a ascensão do estado corporativo e as consequências de um liberalismo que se tornou profundamente falido; Quando o Progressismo perde seu papel social e político, o delicado tecido de uma democracia se desfaz e o Progressismo, junto com os valores progressistas, torna-se objeto de ridicularização e de ódio;[35][36][37][38]
  • The World As It Is: Dispatches on the Myth of Human Progress (O mundo como ele é: considerações sobre o mito do progresso humano) (2010): Contém uma coletânea de artigos recentes publicados pelo autor, agrupados em tópicos, tais como: "Política", "Israel e Palestina, "O Oriente Médio", "A Decadência do Império";[39][40][41]
  • Days of Destruction, Days of Revolt (2012) (ilustrado por Joe Sacco) - (Dias de Destruição, Dias de Revolta): Retrata histórias trágicas baseadas em entrevistas em cinco cidades diferentes dos Estados Unidos (Pine Ridge (Dacota do Sul); Camden (Nova Jérsei); Welch (Virgínia Ocidental); e Immokalee (Flórida)), onde os seres humanos e o mundo natural foram usados ​​e depois descartados para maximizar o lucro;[42][43][44][45][46][47]
  • Wages of Rebellion: The Moral Imperative of Revolt (2015): Na visão do autor, os Estados Unidos são um país no qual as elites políticas e corporativas têm o poder, e os americanos reprimidos e cada vez mais empobrecidos teriam um “imperativo moral” de se revoltar contra essa estrutura totalitária corrupta;[48][49][50][51][52]
  • Unspeakable (2016) (Indizível): Escrito a partir de uma entrevista concedida por Chris Hedges à David Talbot, na qual foram abordados os "assuntos mais proibidos nos Estados Unidos";[53][54][55]
  • America: The Farewell Tour (2018) (Estados Unidos: Viagem de Despedida): O autor sustenta que o estado corporativo que preside este sistema econômico capitalista destrutivo é implacável e “Pratica apenas a política de vingança. Usa coerção, medo, violência, terror policial e encarceramento em massa como formas de controle social, enquanto canibaliza a nação e o globo em busca de lucros”. O livro tem capítulos como: Deterioração, Heroína, Trabalho, Sadismo, Ódio, Jogo e Liberdade. O foco do livro é um mergulho profundo nas patologias de autoaniquilação. Segundo o autor, essas patologias surgem da destruição dos laços sociais que dão sentido, dignidade, status, um sentido de lugar, estabilidade e propósito. Sustenta que as sociedades que perdem a capacidade de separar a ilusão da realidade morrem.[56][57][58][59][60][61][62]

Referências

  1. Why I Am a Socialist. Acesso em 26/03/2021.
  2. Chris Hedges: "The Death of the Liberal Class" - 3/30/11. Acesso em 26/03/2021.
  3. Chris Hedges on What it Takes to be a Rebel in Modern Times. Acesso em 26/03/2021.
  4. Occupy Tactics - Violence and Legitimacy in the Occupy Movement and Beyond. Acesso em 26/03/2021.
  5. chris_hedges/#author-bio Chris Hedges. Columnist. Truthdig (em inglês). Acesso em 24 de março de 2021.
  6. an-interview-with-chris-hedges-and-boris-franklin. Acesso em 26/03/2021.
  7. Rich Schapiro & Helen Kennedy (3 de Novembro de 2011). “More than a dozen Occupy Wall Street protesters arrested outside Goldman Sachs, Reporter/Actvist Chris Hedges among those charged.” New York Daily News. Acesso em 2011-11-04.
  8. Chris Hedges, acesso em 25/03/2021.
  9. chris-hedges-emmy-nomination. Acesso em 26/03/2021.
  10. Chris Hedges The News Is Not Good
  11. Chris Hedges in FamilySearch
  12. I Don't Believe in Atheists. Acesso em 25/03/2021.
  13. Notable Alumni Humanitarianism and Public Service
  14. WRITER SHARES WAR STORIES. Acesso em 25/03/2021.
  15. a b INTERVIEW: Chris Hedges. Acesso em 27/03/2021.
  16. "Roxbury Was Quite a Shock for Me": Christ Hedges on Empire, Religion and Resistance. Acesso em 27/03/2021.
  17. 'Hope Is Action': Hedges e Ellsberg Presos em Protesto na Casa Branca. Acesso em 29/03/2021.
  18. Second Presbyterian Church of Elizabeth. Acesso em 29/03/2021.
  19. Ordained to Write. Acesso em 29/03/2021.
  20. Saving the Planet, One Meal at a Time. Acesso em 29/03/2021.
  21. Rosario Dawson entre 100 manifestantes da Democracy Spring Presos no Capitólio dos EUA. Acesso em 29/03/2021.
  22. Book Review: War Is a Force That Gives Us Meaning. Acesso em 30/03/2021.
  23. War Is a Force That Gives Us Meaning. Acesso em 30/03/2021.
  24. Losing Moses on the Freeway: The 10 Commandments in America. Acesso. Acesso em 30/03/2021.
  25. Onward to the apocalypse. Acesso em 30/03/2021.
  26. I Don’t Believe in Atheists. Acesso em 30/03/2021.
  27. I don't believe in atheists. Acesso em 30/03/2021.
  28. Collateral Damage: America's War Against Iraqi Civilians. Acesso em 30/03/2021.
  29. When Atheism Becomes Religion America's New Fundamentalists. Acesso em 30/03/2021.
  30. Empire of Illusion: The End of Literacy and the Triumph of Spectacle. Acesso em 31/03/2021.
  31. My review of “Empire of Illusion: The End of Literacy and the Triumph of Spectacle” By Chris Hedges. Acesso em 31/03/2021.
  32. Chris Hedges’ Empire of Illusion: The End of Literacy and the Triumph of Spectacle. Acesso em 31/03/2021.
  33. Book Review: 'Empire of Illusion: The End of Literacy and the Triumph of Spectacle' by Chris Hedges. Acesso em 31/03/2021.
  34. Empire of Illusion: The End of Literacy and Triumph of Spectacle, by Chris Hedges. Acesso em 31/03/2021.
  35. The Death of the Liberal Class. Acesso em 31/03/2021.
  36. The Death of the Liberal Class. Acesso em 31/03/2021.
  37. things-are-worse-than-you-think. Acesso em 31/03/2021.
  38. Hedges Laments The 'Death Of The Liberal Class'. Acesso em 31/03/2021.
  39. The World As It Is: Dispatches on the Myth of Human Progress. Acesso em 31/03/2021.
  40. The World As It Is: Dispatches on the Myth of Human Progress. Acesso em 31/03/2021.
  41. Book Nook: The World As It Is - Dispatches on the Myth of Human Progress, by Chris Hedges. Acesso em 01/04/2021.
  42. Days of Destruction, Days of Revolt. Acesso em 01/04/2021.
  43. Days of Destruction, Days of Revolt by Chris Hedges, Joe Sacco (Illustrator). Acesso em 01/04/2021.
  44. Book Review: Days of Destruction, Days of Revolt. Acesso em 01/04/2021.
  45. Rudy Kelly’s Eyes: Chris Hedges and Joe Sacco’s Days of Destruction, Days of Revolt. Acesso em 01/04/2021.
  46. DAYS OF DESTRUCTION, DAYS OF REVOLT BY CHRIS HEDGES AND JOE SACCO. Acesso em 01/04/2021.
  47. Days of Destruction, Days of Revolt – Chris Hedges and Joe Sacco. Acesso em 01/04/2021.
  48. Review – Wages of Rebellion: The Moral Imperative of Revolt. Acesso em 01/04/2021.
  49. Wages of Rebellion: The Moral Imperative of Revolt by Chris Hedges. Acesso em 01/04/2021.
  50. BOOK REVIEW: ‘THE WAGES OF REBELLION’ BY CHRIS HEDGES. Acesso em 01/04/2021.
  51. Wages of Rebellion The Moral Imperative of Revolt By Chris Hedges. Acesso em 01/04/2021.
  52. Wages of Rebellion: The Moral Imperative of Revolt. Acesso em 01/04/2021.
  53. Unspeakable The Most Forbidden Topics in America By Chris Hedges, David Talbot. Acesso em 01/04/2021.
  54. Unspeakable. Acesso em 01/04/2021.
  55. Unspeakable. Acesso em 01/04/2021.
  56. America: The Farewell Tour. Acesso em 01/04/2021.
  57. A relentlessly dark indictment of global capitalism. Acesso em 01/04/2021.
  58. “America: The Farewell Tour” by Chris Hedges: a review. Acesso em 01/04/2021.
  59. America: The Farewell Tour. Acesso em 01/04/2021.
  60. REVIEW: Chris Hedges' America: The Farewell Tour. Acesso em 01/04/2021.
  61. A review of America: The Farewell Tour by Chris Hedges. Acesso em 01/04/2021.
  62. Book Review: “America: The Farewell Tour” — Has Our Ship Already Sailed?. Acesso em 01/04/2021.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]