Combate de Perecué

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Combate de Perecué
Guerra do Paraguai

Acampamento brasileiro na zona da Ilha Tayí, próximo onde se desenvolveu o combate
Data 3 de outubro de 1867
Local Tayi, próximo a Fortaleza de Humaitá, Paraguai.
Desfecho Vitória pírrica dos paraguaios
Beligerantes
ParaguaiParaguai Império do Brasil
Comandantes
ParaguaiGeneral Bernardino Caballero Duque de Caxias
Forças
800 homens 1 500 homens
Baixas
300 entre mortos e feridos 500 entre mortos e feridos

O Combate de Perecué, também conhecida como Batalha da Ilha Tayí, foi um conflito armado ocorrido durante a Guerra do Paraguai. As tropas do general paraguaio Bernardino Caballero lançaram incursões ao estilo de guerrilha sobre o acampamento aliado que se achava na zona de Tayí, perto da Fortaleza de Humaitá. O Duque de Caxias, Luís Alves de Lima e Silva, que substituiu Bartolomé Mitre no comando supremo das tropas aliadas, inteirou-se da presença paraguaia na zona e preparou um contra-ataque sobre seus inimigos, falhando nesta ação que resultou em uma vitória pírrica dos paraguaios.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Depois da Batalha de Curupaiti, com resultado quase catastrófico para as forças aliadas, geraram-se rebeliões nas províncias da Argentina, contrárias à guerra. Ademais, muitos pediam a substituição do general Bartolomé Mitre, a quem culpava-se pela péssima condução aliada da campanha. O mesmo Duque de Caxias disse certa vez: "Eu não sei como eu sigo as ordens deste homem (Mitre) que pode ser qualquer coisa, exceto um soldado".[1] Caxias assumiu o comando dos Exércitos Aliado após a partida de Mitre e continuou a sangrenta Campanha de Humaitá.

Os paraguaios, com suas forças enfraquecidas, eram incapazes de apresentar grandes batalhas. O Marechal Francisco Solano López, presidente do Paraguai, então iniciou uma resistência baseada em guerrilhas e incursões rápidas, as quais proporcionaram vitórias ao Exército Paraguaio. Destacou-se nestas ações o general Bernardino Caballero, quem obteve significantes triunfos junto a seus homens na Batalha de Tuyú Cué e no Combate de Ombú (1867).

A batalha[editar | editar código-fonte]

Em 3 de outubro de 1867, Bernardino Caballero saiu de Humaitá com uns 800 ginetes rumo a San Solano, para lançar-se de surpresa sobre as forças brasileiras, debilitando o flanco direito dos aliados. O Duque de Caxias compreendeu o plano paraguaio e estava preparando uma lição aos insolentes ginetes guaranis.

Nas proximidades de Ilha Tayí, encontrava-se uma grupo avançado paraguaio protegidos por um destacamento comandado pelos capitães José González e Pascual Urdapilleta. A infantaria brasileira lançou-se sobre eles, começando assim a batalha. Os guaranis resistiram, recebendo reforços do Major Saturnino Viveros, que tinha-se destacado na Batalha de Pehuajó, também conhecida como Corrales. A cavalaria de Bernardino Caballero, junto a seus oficiais Valois Rivarola e Antonio Olavarrieta, chegou ao resgate do destacamento paraguaio, esmagando os atacantes. Neste intervalo de tempo, Caxias já tinha organizado uma força para atacar a cavalaria paraguaia.[2] Caballero, ao ver os soldados brasileiros, uns três regimentos de cavalaria e dois de infantaria, aproximando-se perigosamente de sua posição, ordenou ao Major Viveros que se mantivesse no destacamento, enquanto ele iria com seus ginetes ao encontro dos inimigos.[3]

Os aliados lançaram o primeiro ataque, mas foram repelidos com uma carga impetuosa de cavalaria com sabres. Eles tentaram um segundo ataque, lá os paraguaios esperaram por eles e foram recebidos com fogo dos mosquetes. Caballero viu a oportunidade de contra-atacar e se lançou na vanguarda brasileira, que fugiu de sua artilharia. Caxias, irritado, enviou três regimentos de infantaria para reforçar seus homens, severamente açoitados. Os paraguaios se desorganizaram, mas Bernardino Caballero, com a ajuda de Rivarola e Olavarrieta, conseguiu recompor suas linhas e lançou um novo contra-ataque. As tropas de Caxias desta vez fugiram em definitivo.[4]

Apesar da vitória, os paraguaios abandonaram a posição, deixando apenas os destacamentos de González e Urdapilleta com alguns reforços. Caxias, embora aborrecido, sabia que era apenas um pequeno contratempo. Ele teria a oportunidade, no entanto, de se vingar na Batalha de Tatayibá, derrotando de forma definitiva a cavalaria de Bernardino Caballero.[5]

Referências

  1. Castagnino, Leonardo (2011). Guerra del Paraguay : la triple alianza contra los paises del Plata. Buenos Aires: Ediciones Fabro. ISBN 9789871677177. OCLC 745900704 
  2. Centurión, Juan Crisóstomo (2010). Memorias o reminiscencias históricas sobre la Guerra del Paraguay. Assunción: El Lector. ISBN 9789995310967. OCLC 780286228 
  3. Thompson, George (1869). The War in Paraguay: With a Historical Sketch of the Country and Its People and Notes Upon the Military Engineering of the War. Londres: Longman's, Green and Co 
  4. "Battle of Ilha Tayí", artigo do Buenos Aires Standard, Argentina. 9 de novembro de 1867
  5. Whigham, Thomas (2011). La Guerra de la Triple Alianza. III. Asunción,: Taurus Historia. ISBN 9789995390730. OCLC 774691557 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]