Comissão da Verdade e da Reconciliação (Burundi)

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A Comissão da Verdade e da Reconciliação do Burundi (em francês: Commission vérité et réconciliation, CVR) é uma comissão da verdade e reconciliação estabelecida no Burundi para investigar crimes durante conflitos étnicos que começaram após o país se tornar independente em 1962. A Comissão da Verdade e da Reconciliação surgiu do Acordo de Arusha de 2000.[1] Estabelecida pelo partido governante Conselho Nacional para a Defesa da Democracia – Forças para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD) em 2014,[2] a comissão pretendia funcionar por um período inicial de quatro anos; no entanto, seus termos de referência foram prorrogados por mais quatro anos em 2018.[3]

PierreClaver Ndayicariye é presidente da Comissão [4][1] e Clotilde Niragira foi Secretária-Geral. Ela nomeou um conselho consultivo internacional em março de 2016, o que permitiu o início do trabalho da comissão.[5] A nomeação de Niragira para a comissão terminou em dezembro de 2018.[6]

Os massacres ocorreram em 1965, 1969, 1972, 1988 e 1993.[4] A comissão implementou um programa para identificar e exumar valas comuns, identificar vítimas e perpetradores sempre que possível e sepultar novamente os corpos com funerais apropriados. A primeira vala comum foi escavada em junho de 2017; estima-se que existam mais 2.500 no país. Niragira prometeu implementar um sistema de compensação para as vítimas e suas famílias.[7] Um relatório apresentado ao parlamento no início de 2020 revelou que mais de 4.000 valas comuns foram descobertas e 142.505 vítimas identificadas.[4][1]

A opinião pública estava dividida na sua criação,[2] e a Comissão tem sido criticada desde então por não ser imparcial, mas Ndayicariye diz que as críticas são politicamente motivadas.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Burundi's Truth and Reconciliation commission presents new findings». Africanews. 20 de março de 2021 
  2. a b Nduwimana, Patrick (18 Abril 2014). «Burundi creates reconciliation body that divides public opinion». Reuters 
  3. a b Rugiririz, Ephrem (25 de Novembro de 2019). «Burundi: the commission of divided truths». JusticeInfo.net 
  4. a b c «Burundi: More than 4,000 mass graves uncovered». BBC News. 14 de janeiro de 2020 
  5. «Burundi: 5 non burundais seront dans le Conseil Consultatif de la CVR». Burundi Africa Generation News. 14 Março 2016. Cópia arquivada em 12 de dezembro de 2017 
  6. «Disparition de Clotilde Niragira !». IWACU – les voix du Burundi. 20 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 20 de fevereiro de 2021 
  7. «Polemic exhumations». IWACU English News. 3 de Junho de 2017. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2017 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]