Deportação dos coreanos na União Soviética

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A Deportação dos coreanos na União Soviética, foi concebida originalmente em 1926, iniciada em 1930 e finalizada em 1937. Foi a primeira transferência de massa de uma nacionalidade em toda a União Soviética.[1] Quase toda a população soviética de etnia coreana (171 781 pessoas) foi transferida a partir do Extremo Oriente russo para áreas despovoadas do Cazaquistão em outubro de 1937.[2] A razão oficial para a deportação era para deter "a penetração da espionagem japonesa no Extremo Oriente", devido ao fato de os coreanos serem súditos naquela época do Império do Japão, que era hostil à União Soviética.

A deportação[editar | editar código-fonte]

A deportação foi precedida por um cenário típico soviético de repressão política: ensaios falsificados de líderes locais do partido acusados de insurreição, acusações de planos de secessão e artigos no Pravda sobre a espionagem japonesa no Extremo Leste.[3] A deportação foi executado por troicas do Comissariado do povo para assuntos internos de vários níveis sob acompanhamento rigoroso dos prazos. Centenas de funcionários do partido foram eliminados e reprimidos por falhas na operação.

A deportação foi realizada em três lotes, classificados pelo afastamento da fronteira. Os deportados eram transportados por trens de cerca de 50 carros cada, com 25-30 pessoas por carro. Nikolai Yezhov relatou a conclusão da deportação dos coreanos em 25 de outubro de 1937. No total, 36 442 famílias contando 171 781 pessoas foram notificadas a serem reassentadas. Os coreanos que ainda permaneciam em Kamchatka, os pescadores que se encontravam no mar, e aqueles em viagens de negócios deveriam ser deportados em um trem adicional até 1 de Novembro.[4]

Relacionamento com a Coreia[editar | editar código-fonte]

Após o colapso da União Soviética (1990-1991), as repúblicas recém-independentes da Ásia Central estabeleceram relações diplomáticas com a Coreia do Norte e do Sul. Crises econômicas extremas na Coreia do Norte, no entanto, a impediram de competir com a Coreia do Sul no desenvolvimento de seus laços com a Ásia Central e com os coreanos que agora vivem lá.[5]

Professores da Coreia do Sul viajaram para a Ásia Central para ensinar em escolas e universidades, e a República da Coreia estabeleceu centros educacionais em Almaty, Tashkent, e Bishkek, oferecendo cursos de língua coreana.[6] As relações diplomáticas foram estabelecidas entre o República da Coreia e Cazaquistão em 28 de janeiro de 1992. Cerca de 100 mil coreanos vivem atualmente no Cazaquistão.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Otto Pohl,Ethnic cleansing in the USSR, 1937–1949, Greenwood Publishing Group, 1999, pp. 9–20; partially viewable on Books
  2. First deportation and the "Effective manager" Arquivado em 20 de junho de 2009, no Wayback Machine., Novaya gazeta, by Pavel Polyan and Nikolai Pobol
  3. Pavel Polyan,"The Great Terror and deportation policy", Demoscope Weekly, No. 313-314, December 31 de outubro de 2007
  4. German Kim, "Preparation and carrying out of the deportation of Koreans" were somehow unapropriate prior to their unsesebility. (Подготовка и осуществление депортации корейцев)
  5. Diener, Alexander C. Homeland Conceptions and Ethnic Integration among Kazakhstan's Germans and Koreans. Lewiston, N.Y.: E. Mellen, 2004.
  6. Kim, German. "Koreans in Kazakhstan, Uzbekistan and Russia." Acesso em 4 de maio de 2011.<http://world.lib.ru/k/kim_o_i/a.shtml>.
  7. Republic of Korea. "Ministry of Foreign Affairs and Trade." <http://www.mofat.go.kr/english/regions/europe/20070803/1_311.jsp?board=board&boardid=&key=1 Arquivado em 2011-05-19 na Archive.today>.
  • The White Book about Deportations of Korean Population in Russia in 30-40s(Белая книга о депортации корейского населения России в 30-40-х годах) Moscow, 1992 (vol. 1), 1997 (vol. 2), compilado por Li Woo He (Vladimir Fedorovich Lee, Ли Владимир Фёдорович, Ли У Хэ) e Kim Young Woong.


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