Diana Mussa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Diana Mussa
Conhecido(a) por
Nascimento 19 de janeiro de 1932
Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil
Morte 8 de maio de 2007 (75 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileira
Alma mater Universidade Federal do Rio de Janeiro
Prêmios medalha Llewellyn Ivor Price da Sociedade Brasileira de Paleontologia
Orientador(es)(as) Antonio Carlos Rocha-Campos
Instituições
Campo(s) Paleontologia e paleobotânica
Tese Lignitafofloras Permianas da Bacia do Paraná, Brasil (Estados de São Paulo e Santa Catarina) (1982)

Diana Mussa (Campos dos Goytacazes, 19 de janeiro de 1932Rio de Janeiro, 8 de maio de 2007) foi uma geóloga e paleobotânica brasileira, autoridade mundial em flora do devoniano, primeira paleobotânica brasileira, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida em Campos dos Goytacazes, em 1932, Diana era filha de libaneses, a mais nova de cinco irmãos. Seu pai, Nagib Mussa era professor de Língua Francesa e sua mãe, Maria Chacur Mussa, de Língua Inglesa, ainda no Líbano. Sonhava desde criança em ser naturalista devido seu interesse na natureza e nos processos naturais[1]. Em 1952, Diana Mussa se mudou para o Rio de Janeiro para cursar História Natural na Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Brasil (atual UFRJ), cursando Geologia na mesma instituição. Fez estágio com grandes pesquisadores da época, tanto da Botânica, quanto da Geologia, como o Dr. Fernando R. Milanez, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Dr. Calvino Mainieri, no Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT/SP)[1].

No final dos anos 1950, ingressou o Convento das Clarissas, para se dedicar a trabalho voluntário com populações pobres, onde foi enviada para Manaus. Viveu de 1958 a 1961 em Tefé, realizando pesquisas com madeiras fósseis paralelas à missão religiosa. Regressou ao Rio de Janeiro para tratamento de saúde, onde ingressou na Comissão Nacional de Energia Nuclear, dando início à pós-graduação em 1973, no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP), sob a orientação do Prof. Dr. Antonio Carlos Rocha-Campos. Sua tese, defendida em 1982, Lignitafofloras Permianas da Bacia do Paraná, Brasil (Estados de São Paulo e Santa Catarina), foi aprovada com louvor pela banca examinadora[2].

Tornou-se pesquisadora do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e, posteriormente, passou a trabalhar para o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Tornou-se Professora Adjunta de Paleobotânica no Museu Nacional em 1993[1].

Morte[editar | editar código-fonte]

Diana Mussa morreu vítima de parada cardíaca em 8 de maio de 2007, na cidade do Rio de Janeiro, depois de uma pneumonia.[2]

Legado[editar | editar código-fonte]

Descreveu cerca de 30 gêneros de vegetais fósseis, deixando uma importante coleção de lâminas de lenhos fósseis. Foi sócia-fundadora da Sociedade Brasileira de Paleontologia, tendo sido membro da Asociación Latinoamericana de Paleobotánica y Palinología, da Botanical Society of America (Paleobotany Section), da International Organization of Paleobotany (IOP) e da Sociedade Brasileira de Geologia. Inspirou o nome do gênero Mussaeoxylon seclusum Merlotti 1998, para madeira fóssil gimnospérmica do Gondwana brasileiro e da espécie Glossopteris mussae Ricardi-Branco et al. 1999, para novas folhas fósseis do Permiano de São Paulo[1].

Gêneros de plantas fósseis descritos[editar | editar código-fonte]

  • Zollernioxylon 1959
  • Protopodocarpitys 1974
  • Palaeopinuxylon 1975
  • Astronioxylon 1978 com Suguio
  • Brasilestiloxylon 1978
  • Matayboxylon 1978 com Suguio
  • Myelontordoxylon 1978
  • Myrocarpoxylon 1978 com Suguio
  • Paratordoxylon 1978
  • Piptadenioxylon 1978 com Suguio
  • Qualeoxylon 1978 com Suguio
  • Solenobrasilioxylon 1978
  • Austroscleromedulloxylon 1980
  • Schopfiicaulia 1982
  • Atlanticoxylon 1986
  • Catarinapitys 1986
  • Kraeseulpitys 1986
  • Petalopitys 1986
  • Paulistoxylon 1986
  • Piracicaboxylon 1986
  • Solidoxylon 1986
  • Araguainorachis 1987 com Coimbra
  • Carolinapitys 1987 com Coimbra
  • Cyclomedulloxylon 1987 com Coimbra
  • Teresinoxylon 1989 com Caldas, Lima Filho & Rösler
  • Brasilophyton 1996 com Borghi, Bergamaschi, Schubert, Pereira & Rodrigues
  • Ciguelia 1996 com Borghi, Bergamaschi, Schubert, Pereira & Rodrigues
  • Conchulophyton 1996 com Borghi, Bergamaschi, Schubert, Pereira & Rodrigues
  • Edwardsnella 1996 com Borghi, Bergamaschi, Schubert, Pereira & Rodrigues
  • Jaguariaivia 1996 com Borghi, Bergamaschi, Schubert, Pereira & Rodrigues
  • Petriaia 1996 com Borghi, Bergamaschi, Schubert, Pereira & Rodrigues
  • Sphaerullophyton 1996 com Borghi, Bergamaschi, Schubert, Pereira & Rodrigues
  • Sulculiphyton 1996 com Borghi, Bergamaschi, Schubert, Pereira & Rodrigues

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bernardes-de-Oliveira, M.E.C. 2007. Homenagem à Diana Mussa. Notícias da Asociación Latinoamericana de Paleobotánica y Palinología 15(1): 3-4.
  • Merlotti, S. 1998. Mussaeoxylon, novo taxon gimnospérmico do Gondvana brasileiro. Acta Geologica Leopoldensia. Estudos tecnologicos, Brasil, 21 (46-47): 45-54.

Referências

  1. a b c d CNPq (ed.). «Pioneiras da Ciência no Brasil "Diana Mussa"». CNPq. Consultado em 30 de outubro de 2015 
  2. a b Mary Elizabeth Bernardes-de-Oliveira. «Homenagem à Diana Mussa» (PDF). Asociación Latinoamericana de Paleobotánica y Palinología 
Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) paleontólogo(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.