El Grito del Norte

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El Grito del Norte
Formato tabloide
Sede Española, Novo México
País Estados Unidos
Fundação 1968
Editor-chefe Elizabeth "Betita" Martínez
Editor-associado Jose Madril
Orientação política esquerda (socialismo)
Término de publicação 1973

El Grito del Norte era um jornal bilíngue (inglês e espanhol) com sede em Española, no Novo México, cofundado pela ativista Elizabeth "Betita" Martinez e pela advogada Beverly Axelrod em 1968. Antes disso, Martínez havia trabalhado com questões sociais como o movimento negro e o Comitê de Coordenação de Estudantes Não-Violentos, enquanto Axelrod estava envolvida na primeira produção de The Black Panther.[1] O tabloide[2] foi publicado orignalmente na Alianza Federal de Mercedes, ligada as Reis Tijerina, uma organização dedicada a recuperar as terras dos hispanos despossuídos, a quem Axelrod representava como advogado.[3] Ele se expandiu para fornecer cobertura do Movimento Chicano em áreas urbanas, lutas dos trabalhadores e presos políticos latinos, bem como outras causas esquerdistas. O jornal, muitas vezes, defendia o avanço de tais grupos minoritários, bem como das comunidades negras e nativas americanas.[4]

El Grito del Norte era composto por um grupo coletivo de editoras, colunistas, escritoras, artistas, fotógrafas e trabalhadoras de produção, em sua maioria voluntárias. Destas mulheres profissionais notáveis estão Jane Lougee, Tessa Martinez, Adelita Medina, Kathy Montague, Sandra Solis, Rini Templeton, Valentina Valdes e Enriqueta Vásquez. Isso deu ao jornal uma inclinação decididamente feminista. Vasquez, por sua vez, escreveu colunas sobre racismo, sexismo e imperialismo, muitas vezes usando suas próprias experiências para motivar os chicanos a se juntarem ao movimento. Sua coleção intitulada Enriqueta Vasquez and the Chicano Movement: Writings from El Grito del Norte, consiste em 44 colunas que ela escreveu ao longo de seu tempo no jornal.[5] Um dos principais objetivos do jornal era treinar jovens chicanas para administrar um jornal. Duas mulheres que treinaram no El Grito fundaram seu próprio jornal, Tierra y Libertad, em Las Vegas, Novo México.

A agenda social do jornal combateu as imagens negativas notável dos mexicanos-americanos publicando materiais culturais como contos, poesias, canções e receitas.[6]

Embora sua existência tenha sido relativamente curta, El Grito del Norte cobriu muitos eventos notáveis sobre o Movimento Chicano no Novo México. Alguns deles incluem a criação do Partido Constitucional Popular pela Aliança em 1968, a prisão de Reis Tijerina em 1969, a ascensão de Las Gorras Negras (Boinas Negras) entre 1970 e 1971, o aumento da brutalidade policial em 1972 e o número crescente de greves e protestos entre 1972 e 1973 na cidade de Artesia.[4]

El Grito tinha uma agenda política a favor do socialismo que era hostil à estrutura de poder no Novo México. Essa hostilidade provocou alguma repressão. Antonio Cordova, um fotógrafo da equipe, enfrentou assédio policial depois de fotografar manifestantes com gás lacrimogêneo em uma manifestação.[7] Mais tarde, ele foi assassinado pela polícia em 1972.[8]

El Grito del Norte cessou a publicação em 1973, quando o editor-chefe, Martínez, e outros se mudaram para Albuquerque para fundar o Chicano Communications Center.[carece de fontes?]

Referências

  1. Davis, Angela (2013). «Before I Knew Elizabeth Martínez». Social Justice (em inglês). 39 (2/3 (128-129)): 96–100. JSTOR 24361571 – via JSTOR 
  2. MacPhee, Josh; Reuland, Erik (2007). Realizing the Impossible: Art Against Authority. Oakland: AK Press. 319 páginas. ISBN 978-1-904859-32-1. While examining the pages of El Grito del Norte or of Industrial Worker, as well as the evocation of the mestiza/o aesthetic, it becomes obvious that the physicality involved in the design process became one of the main impetuses for how these tabloids took shape. 
  3. Martinez, Elizabeth (2002). «Social Justice Salutes Beverly Axelrod». Social Justice (em inglês). 29 (1): 186–187. ProQuest 231926141. Consultado em 5 de junho de 2022 
  4. a b Macín, Raul (1.º de julho de 1973). «Our Struggle in Nuevo México 1968-73». El Grito Del Norte (em inglês). Las Vegas [ligação inativa] 
  5. Jennings, Jan (30 de março de 2007). «Chicana Activist and Author Enriqueta Vasquez to speak April 2 as part of Chávez Tribute». La Prensa San Diego. ProQuest 390494632 [ligação inativa] 
  6. Vasquez, Enriqueta (2006). Oropeza; Espinoza, eds. Enriqueta Vasquez and the Chicano Movement: Writings from El Grito del Norte. Col: Hispanic Civil Rights (em inglês e espanhol). Houston: Arte Público. ISBN 1-55885-479-7 
  7. Martínez, Elizabeth (1.º de julho de 2002). «A view from New Mexico: recollections of the movimiento left». Monthly Review (em inglês). Consultado em 5 de junho de 2022. Arquivado do original em 5 de julho de 2002 
  8. Hernández, Alexandro D. (16 de março de 2013). «A Corrido of Struggle: Remembering Roberto Martínez and the Black Berets». Smithsonian Folklife Festival (em inglês). Smithsonian Institution. Consultado em 5 de junho de 2022. Arquivado do original em 23 de junho de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]