António Manuel de Melo e Castro de Mendonça

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António Manuel de Melo e Castro de Mendonça foi um nobre e administrador colonial português.

Tomou posse do governo de São Paulo em 28 de Junho de 1797, tendo sido o décimo quarto capitão-general da capitania. O seu mandato estendeu-se até 10 de Novembro de 1802.

Posteriormente, foi enviado pela Coroa, a partir da Corte no Rio de Janeiro, como 32º capitão-general, ou Governador-geral de Moçambique, entre 14 de Agosto de 1809 e Agosto de 1812, tendo também sucedido a seu pai (interinamente?) no cargo de capitão-general dos Açores.

Oriundo de uma velha linhagem da mais alta nobreza lusitana, os Mello e Castro, alcaides-mores de Colares, comendadores de Fornelos na Ordem de Cristo, composta ao longo dos séculos da expansão portuguesa por religiosos, militares, navegadores, vice-reis e governadores coloniais nas cinco partes do mundo.

Ele era conhecido como Pilatos, apelido já antes dado em Portugal, por brincadeira, a seu pai, Diniz Gregório de Melo e Castro de Mendonça, quando ele comprara o célebre Palácio do Cunhal das Bolas, em Lisboa, a um rico comerciante do Bairro Alto chamado localmente pelo povo de "o Pilatos". O avô materno de Diniz, bisavô de António Manuel, D. Rodrigo da Costa (filho do heróico embaixador a França, um dos Quarenta Conjurados, D. João da Costa, 1º conde de Soure) 37º vice-rei da Índia, fora o 31º Governador do Brasil entre 1702 e 1705.

O historiador Afonso d'Escragnolle Taunay colocou Mello e Castro entre os melhores administradores da capitania de São Paulo desde a sua fundação pela carta régia de 3 de Novembro de 1709, documento que instituiu a capitania de São Paulo e Minas do Ouro. Escreveu sobre ele o historiador das monções e das bandeiras paulistas: Reais méritos de administrador e governante dotavam António Manuel de Melo, homem ilustrado, progressista, de trato ameno, autoridade recta e branda, [...] inteligente, esclarecido e estudioso dos principais problemas administrativos de sua vasta circunscrição.

Antônio de Mello e Castro, escolhido governador por influência de Dom Rodrigo de Sousa Coutinho, primeiro Conde de Linhares, conseguiu organizar 24 mapas com dados minuciosos sobre a população da capitania de São Paulo no ano de 1800 e o estado da economia em 1801. Os mapas demográficos referem-se a nascimentos, casamentos e óbitos. Os demais mapas tratam da exportação e importação da capitania, comparação de preços unitários dos géneros exportados e importados, a navegação transatlântica a partir do porto de Santos, o movimento dos portos e dos registos. Tudo isso foi remetido a D. Rodrigo no dia 22 de Abril de 1802, junto com um ofício no qual o capitão general dava azo ao seu optimismo e antevia o futuro de São Paulo: “graças ao excesso da exportação sobre a importação marchava a sua capitania para um estado de considerável opulência”.

Esse ministro de Dona Maria I preocupava-se com o estado da agricultura e da mineração e procurava, em seu estudo sobre o tema, examinar as razões do declínio da exploração do ouro. Sua análise incidia principalmente sobre as técnicas da lavra. Por outro lado, indicava que a utilidade das lavras dependia do grau de desenvolvimento das manufacturas da metrópole. A exploração da colónia era condição de desenvolvimento da metrópole e ao mesmo tempo pressupunha esse desenvolvimento. O círculo vicioso somente seria rompido com um progresso simultâneo das duas partes, isto é, da colónia e da metrópole.

Estudos consistentes demonstram que no campo da política económica ocorreram maiores aberturas em Portugal e nas colônias no reinado de dona Maria I. Pois a bondosa rainha, cognominada a Piedosa, ao subir ao trono em 1777, logo desterrou o Marquês de Pombal, chamando ao poder uma nova equipe dirigente, de índole ilustrada, fisiocrata, que processou pacificamente reformas suaves, conseguindo o maior super endividamento da História de Portugal, bem em contraste com os cofres vazios, o nepotismo e o terror deixados no Reino quando da queda do ditador Pombal, o tristemente famoso ministro de Dom José I.

Precedido por
Bernardo José Maria Lorena e Silveira
Governador de São Paulo
17971802
Sucedido por
António José da Franca e Horta
Precedido por
Junta administrativa provisória
Governador de Moçambique
18091812
Sucedido por
Marcos Caetano de Abreu e Meneses
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