Fernando Pedreira

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Fernando Pedreira
Nascimento Fernando Pedreira
1926
Rio de Janeiro
Morte 21 de abril de 2020
Petrópolis
Cidadania Brasil
Ocupação jornalista, editor
Prêmios
Empregador(a) O Estado de S. Paulo

Fernando Pedreira (Rio de Janeiro, 3 de março de 1926 - Petrópolis, 21 de abril de 2020) foi um jornalista e escritor brasileiro[1], que entre 1995 e 1999, exerceu cargo diplomático por nomeação política.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Frequentou o curso de Direito da Faculdade Nacional de Direito (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), porém abandonou o curso no último ano.[2] Foi membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), porém rompeu com os ideais comunistas em 1956, após a Revolução Húngara ter sido suprimido pela União Soviética.[3][4] Foi militante da União Nacional dos Estudantes (UNE) entre as décadas de 1940 e 1950 junto com Roberto Herbster Gusmão.[4][5]

Iniciou sua carreira no jornalismo no jornal Diário de S. Paulo, onde depois transferiu-se para o Ultima Hora. Estava em Brasília, no dia do golpe militar. Em 1965 estudou como intercambista na Universidade de Columbia nos Estados Unidos.[4]

Entre os anos de 1971 e 1977 foi diretor-geral do jornal paulista O Estado de S. Paulo.[6] Boa parte de sua gestão em frente a gestão foi marcada pela censura imposta pela Ditadura militar brasileira. Como protesto, no lugar das partes censuradas do jornal colocava grandes trechos de Os Lusíadas de Luís de Camões para o público perceber que o jornal foi mutilado.[6] Sempre posicionou-se contra a prisão dos jornalistas presos pelo regime.[7]

Em 1977, decidiu voltar ao Rio de Janeiro e para isso demitiu-se do Estadão. Após, sua volta para o Rio, trabalhou como diretor do Jornal do Brasil.[8] Trabalhou também para a Veja e para O Globo.[9]

Em 1995, a convite do então presidente Fernando Henrique Cardoso, assumiu o cargo de Representante Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris.[10][11] Permaneceu ao cargo até 1999.[12]

Em 2016, lançou seu livro de memórias, intitulado "Entre a lagoa e o mar" lançado pela editora Bem-Te-Vi.[13][14]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Foi casado com Monique Duvernoy por 48 anos, o casal não teve filhos.[15][16]

Morte[editar | editar código-fonte]

Segundo sua esposa, Fernando "estava debilitado, já não escrevia havia tempos, mas permanecia muito consciente”. Fugindo a pandemia de Covid-19, o casal optou por distanciar-se da capital carioca foram para o interior do estado, Petrópolis. No dia 21 de abril, por volta das 17:30 da tarde, Pedreira morreu por falência múltipla dos órgãos.[17] O corpo do jornalista foi cremado no dia 25 de abril no Rio de Janeiro.[18]

Obra[editar | editar código-fonte]

  • América, Mito e Violência (1968);[19]
  • A Liberdade e a Ostra (1976);[20]
  • Impávido Colosso (1982);[21]
  • O Quebra-Cabeças (1998);[22]
  • Um Cavalo de Chinelos (1999);[23]
  • Summa cum laude: um ensaio sobre o sentido do século (1999);[24]
  • Entre a Lagoa e o Mar (2016);[14][25]

Referências

  1. Livronautas. «Autor Fernando Pedreira (1)». Consultado em 25 de abril de 2020 
  2. Livronautas. «Autor Fernando Pedreira (1)». Livronautas. Consultado em 25 de abril de 2020 
  3. Szilágyi, Ágnes (2016). «A Revolução Húngara de 1956 e a argumentação anticomunista no discurso público no Brasil no tempo da formação da Política Externa Independente». Estudos Ibero-Americanos (PUC-RS). Consultado em 25 de abril de 2020 
  4. a b c «Morre jornalista Fernando Pedreira, ex-diretor do 'Estado' - Política». O Estado de São Paulo. 22 de abril de 2020. Consultado em 25 de abril de 2020 
  5. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «ROBERTO HERBSTER GUSMAO». Consultado em 29 de abril de 2020 
  6. a b «Morre jornalista Fernando Pedreira, aos 94 anos». O Globo. 24 de abril de 2020. Consultado em 25 de abril de 2020 
  7. «Fernando Pedreira (1926 - 2020) - Mortes: Com a arte de escrever, foi referência na história da política brasileira». Folha de S. Paulo. 24 de abril de 2020. Consultado em 25 de abril de 2020 
  8. Claudio, Luiz (22 de abril de 2020). «Morre o jornalista Fernando Pedreira» 
  9. «Morre jornalista Fernando Pedreira, aos 94 anos». O Globo. 24 de abril de 2020. Consultado em 25 de abril de 2020 
  10. «Morre jornalista Fernando Pedreira, ex-diretor do 'Estado'». Estado de Minas. 22 de abril de 2020. Consultado em 25 de abril de 2020 
  11. «FHC leva os netos na comitiva à França». Folha de S.Paulo. 27 de maio de 1996. Consultado em 29 de abril de 2020 
  12. «Vargas pode substituir Pedreira na embaixada do Brasil na Unesco». Folha de Londrina. 30 de outubro de 1999. Consultado em 25 de abril de 2020 
  13. de França Belém, Euler (2 de julho de 2016). «O jornalista Fernando Pedreira lança, aos 90 anos, suas memórias». R7. Consultado em 25 de abril de 2020 
  14. a b «Reminiscências de Fernando Pedreira compõem 'Entre a Lagoa e o Mar' - Cultura». O Estado de S. Paulo. 24 de maio de 2016. Consultado em 25 de abril de 2020 
  15. Villas, Alberto (22 de julho de 2016). Mil tons: O meu Millôr. [S.l.]: e-galáxia 
  16. «Humor inteligente do escritor, nascido no Méier». Brasil 247. 28 de março de 2012. Consultado em 25 de abril de 2020 
  17. «Morre jornalista Fernando Pedreira, aos 94 anos». 24 de abril de 2020 
  18. «Morre ex-diretor do jornal O Estado de São Paulo». Band Jornalismo. 24 de abril de 2020. Consultado em 25 de abril de 2020 
  19. Pedreira, Fernando (1968). América, mito e violência. [S.l.]: Ed. Correio da Manhã, Gráf. Ed. Livro 
  20. Pedreira, Fernando (1976). A liberdade e a ostra. [S.l.]: Editora Nova Fronteira 
  21. Pedreira, Fernando (1982). Impávido colosso. [S.l.]: Editora Nova Fronteira 
  22. Pedreira, Fernando (1 de janeiro de 1998). O quebra-cabeças. [S.l.]: Paz e Terra 
  23. «PEDREIRA, Fernando». Centro de Documentação do Pensamento Brasileiro. Consultado em 29 de abril de 2020 
  24. Pedreira, Fernando (1999). Summa cum laude: um ensaio sobre o sentido do século. [S.l.]: Objetiva 
  25. Pedreira, Fernando (2016). Entre a Lagoa e o mar: reminiscências. [S.l.]: Bem-Te-Vi