Fissidens elegans

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Classificação científica
Superdomínio: Biota
Reino: Plantae
Sub-reino: Bryobiotina
Infrarreino: Streptophyta
Superdivisão: Embryophyta
Divisão: Bryophyta
Classe: Bryopsida
Subclasse: Dicranidae
Ordem: Dicranales
Família: Fissidentaceae
Género: Fissidens
Espécie: Fissidens elegans

Fissidens elegans é uma espécie de planta do gênero Fissidens e da família Fissidentaceae.[1] Ocorre no solo, rochas, tronco e base de troncos de árvore, galhos, raízes, sobre termiteiro, madeira em decomposição, em matas e áreas abertas, locais com muita umidade ou mais secos, entre 20–2550 metros de altura. Ocorre em todos os biomas, com maior representatividade na Mata Atlântica.[1] Fissidens elegans é reconhecida pelos filídios oblongo-lanceolados a ovaladooblongos com ápice agudo finalizando sempre com célula apical hialina; limbídio presente na lâmina vaginante da maioria dos filídios e células irregulares, quadráticas a arredondadas, pluripapilosas.

Devido ao tamanho reduzido e as células pluripapilosas, pode ser confundido com Fissidens pallidinervis, o qual apresenta limbídio apenas nos filídios periqueciais e não apresenta célula apical hialina. Também se confunde com Fissidens neglectus por apresentar limbídio intramarginal em algumas expressões, porém este apresenta filídios com ápice gradualmente agudo e arredondado. F. hornschuchii também apresenta célula apical hialina e limbídio na lâmina vaginante, porém as células são unipapilosas.

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Os seguintes sinônimos já foram catalogados: [1]

  • Fissidens crispo-falcatulus Broth.
  • Fissidens crispo-falcatus Broth.
  • Fissidens flavinervis Mitt.
  • Fissidens fratris Paris
  • Fissidens monomorphus Müll. Hal.
  • Fissidens nanoloma Müll. Hal.
  • Fissidens paulensis Broth.
  • Fissidens tejoenis Broth.

Pursell em 1984 tratou F. elegans como um complexo de oito espécies (F. elegans, F. flavinervis, F. gardneri, F. guianensis, F. microcladus, F. neglectus, F. weirii) pluripapilosas com limbídio em diferentes graus de desenvolvimento. O autor relacionou o tamanho dos gametófitos e filídios como grau de desenvolvimento do limbídio, sendo que os táxons de menor tamanho (como F. gardneri) apresentam limbídio uniestratoso, apenas na região basal da lâmina vaginante dos filídios periqueciais e táxons de tamanho maior (como F. weirii) possuem limbídio 2–4 estratoso, em toda a extensão do filídio. Atualmente estas espécies são tratadas no subgênero Aloma como táxons distintos e bem delimitados, sendo F. flavinervis sinônimo de F. elegans e F. microcladus sinônimo de F. gardneri.[1]

Florschütz em 1964 não utilizou o nome F. elegans em seu trabalho, adotando F. guianensis para este complexo de espécies, as quais foram sinonimizadas por este autor em 1967. Analisando o holótipo de F. elegans e o lectótipo de F. guianensis, as diferenças entre estes táxons são claramente percebidas, conforme já relatado por Pursell (1994b). No Brasil, boa parte das amostras de F. elegans depositadas em herbários e identificadas antesde 1994, estava com o nome de F. guianensis, possivelmente pela utilização da obra de Florschütz, a qual era uma das poucas obras disponíveis na época.[1]

Forma de vida[editar | editar código-fonte]

É uma espécie corticícola, epífita, epixila, rupícola, terrícola e flabelada.[1]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Gametófitos pequenos a médios de 2–3 milímetros de altura, verde-amarelados a castanhos, ramificados ou não; nódulos axilares hialinos ausentes no caulídio. Filídios imbricados a contíguos, distantes na base, enrolados quando secos, às vezes falcados quando umedecidos, oblongo-lanceolados a ovalado-oblongos; ápice agudo a acuminado ou obtuso, com célula apical hialina; margem crenulada a serreada; limbídio restrito à lâmina vaginante, ocupando toda sua extensão, às vezes inconspícuo ou ausente nos ramos não férteis; costa tipo bryoides, forte, percurrente ou até 3–4 células abaixo do ápice; lâmina vaginante até ½–⅔ do filídio, geralmente igual; lânina dorsal estreitando-se gradualmente, finalizando com 5–6 células larg.; células quadráticas a arredondadas, irregulares; papilas presentes, 2–4 ou mais papilas por célula (pluripapilosas). Filídios periqueciais oblongo-lanceolados, ápice fortemente agudo. Esporófito terminal, com seta de 2–4 milímetros de comprimento, alaranjada, cápsula cilíndrica a arredondada, peristômio tipo scariosus.[1]

A espécie é extremamente variável, especialmente com relação ao limbídio, número de papilas das células e comprimento da costa.[2] Foram observados espécimes com costa finalizando 3–4 ou 14–15 células abaixo do ápice, percurrente até excurrente. O limbídio também varia de 1–4 células de largura ou podendo ser inconspícuo, intramarginal, ocorrendo em toda a lâmina vaginante ou apenas em parte desta. Nos gametófitos estéreis o limbídio pode estar ausente. Na maioria dos espécimes examinados, o limbídio apresentou de 1–2 células de largura. As características que se mostraram menos variáveis foram célula apical hialina, filídios com aspecto falcado quando umedecidos e células pluripapilosas (sempre com mais de duas papilas).

Conservação[editar | editar código-fonte]

A espécie faz parte da Lista Vermelha das espécies ameaçadas do estado do Espírito Santo, no sudeste do Brasil. A lista foi publicada em 13 de junho de 2005 por intermédio do decreto estadual nº 1.499-R.[3]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

A espécie é encontrada nos estados brasileiros de Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba , Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.[1] A espécie é encontrada nos domínios fitogeográficos de Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, em regiões com vegetação de áreas antrópicas, campo limpo, campos rupestres, cerrado, mata ciliar, floresta ombrófila pluvial, mata de araucária e restinga.[1]

Notas[editar | editar código-fonte]

Contém texto em CC-BY-SA 4.0 de Bordin, J. Fissidentaceae in Flora e Funga do Brasil.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j «Fissidens elegans Brid.». floradobrasil2020.jbrj.gov.br. Consultado em 18 de abril de 2022 
  2. «Flora Neotropica, Volume 101: Fissidentaceae». www.nhbs.com (em inglês). Consultado em 15 de julho de 2022 
  3. «IEMA - Espécies Ameaçadas». iema.es.gov.br. Consultado em 12 de abril de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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