Fortaleza da Guia (Macau)

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Fortaleza da Guia
Fortaleza da Guia (Macau)
Colina da Guia, Macau
Início da construção 1603 - 1622
Proprietário inicial Estado Português
Função inicial Militar (fortaleza)
Proprietário atual Estado Chinês
Função atual Cultural
Património Mundial
Critérios ii, iii, iv, vi
Ano 15 de julho de 2005
Referência 1110 en fr es
Património Nacional
SIPA 7968
Geografia
País Macau, China
Localidade Macau
Coordenadas 0° N 0° E
Fortaleza de Nossa Senhora da Guia, Macau: aspecto das muralhas.

A Fortaleza de Nossa Senhora da Guia, popularmente denominada apenas como Fortaleza da Guia, localiza-se na freguesia de São Lázaro, na Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China.

Esta fortaleza é actualmente um monumento histórico e desmilitarizado incluído, juntamente com a Capela de Nossa Senhora da Guia e o Farol da Guia, no Centro Histórico de Macau, por sua vez incluído na Lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Em posição dominante sobre a Colina da Guia, elevação mais alta de Macau, o conjunto simboliza o passado marítimo, militar e missionário português de Macau.

História[editar | editar código-fonte]

No contexto dos ataques da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais a Macau entre 1603 e 1622, esta fortificação foi concluída em 1622, tendo tido parte activa (junto com a Fortaleza do Monte), na defesa da cidade quando da tentativa de invasão Neerlandesa naquele ano. Pouco depois, em 1638, as suas dependências foram ampliadas, visando o aumento da sua capacidade defensiva.

Em Setembro de 1808 foi ocupada, juntamente com a Fortaleza do Monte, por tropas da força expedicionária sob o comando do contra-almirante William O'Brien Drury, comandante-chefe das Forças Navais Britânicas nos mares da Ásia, a pretexto de proteção contra a ameaça francesa. Esse efetivo foi reembarcado no final desse mesmo ano, por força da concentração de cerca de 80.000 homens do exército chinês diante das portas da cidade.

Até à saída da Guarnição Militar Portuguesa de Macau (1975) as suas instalações mantiveram-se como uma área militar, de acesso restrito. Apenas anualmente, no dia 5 de agosto (Dia de Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior) e no dia do Culto dos Antepassados (ou também chamada, em chinês, de "Chong Yeong"), é que era permitida a entrada de fiéis na sua Capela, sob a invocação de Nossa Senhora da Guia.

Após 1975, o conjunto da fortaleza, incluindo os túneis subterrâneos, foi aberto ao público e tornou-se uma atracção turística.

Características[editar | editar código-fonte]

Apresenta planta no formato trapezoidal, a 90 metros acima do nível do mar. Com uma área de 800 metros quadrados, em seu interior encontram-se as dependências de serviço: Quartel de Tropa, Paiol, torre de vigia e cisterna.

Em seu interior destacam-se a Capela de Nossa Senhora da Guia, erguida por volta de 1622, e o Farol da Guia, o primeiro farol do Extremo Oriente, construído em 1865.

Na fortaleza, perto do Farol e da Capela, existe uma rede de túneis subterrâneos que, à época da Segunda Guerra Mundial, tinham a função de proteger a guarnição dos ataques aéreos. Serviam também de instalações militares com os seus próprios geradores de energia eléctrica, salas de descanso e depósitos de combustíveis e de mantimentos. O túnel mais comprido tem 456 metros e o mais curto apenas 47.

Na fortaleza, próximo do Farol, existe um poste onde é içado o aviso de aproximação de tufões. Antigamente, os avisos da aproximação das tempestades eram feitos pelo toque do sino da torre da capela.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]