Golpes de Estado no Paquistão

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Os golpes militares no Paquistão iniciaram em 1958 e ocorreram três tentativas bem sucedidas. Também tem havido numerosas tentativas frustradas desde 1949. Desde a sua independência em 1947, o Paquistão passou várias décadas sob regime militar (19581971, 1977 - 1988, 19992008).

Golpe de 1958[editar | editar código-fonte]

Em 1958, o primeiro presidente paquistanês, major-general Iskander Mirza, dispensou a Assembleia Constituinte do Paquistão e o governo do primeiro-ministro Feroz Khan Noon, e nomeou o comandante-em-chefe, General Ayub Khan, como o administrador-chefe da lei marcial. Treze dias depois, Mirza foi deposto por Ayub Khan, que nomeou-se presidente.[1]

Operação Fair Play[editar | editar código-fonte]

A Operação Fair Play foi o codinome para um golpe de Estado conduzido à meia-noite de 4 de julho de 1977 pelos militares paquistaneses liderados pelo chefe do Exército, o general Zia-ul-Haq contra o governo do então primeiro-ministro paquistanês Zulfikar Ali Bhutto.[2][3] Perto da meia-noite de 4 de julho de 1977, o General Zia ordenou a prisão de Bhutto, seus ministros e outros líderes do Partido Popular do Paquistão e da Aliança Nacional do Paquistão.[2] Em um discurso televisionado nacionalmente, o general Zia anunciou que a Assembleia Nacional do Paquistão e todas as assembleias provinciais foram dissolvidas, e que a Constituição do Paquistão foi suspensa.[2]

Golpe de 1999[editar | editar código-fonte]

Em outubro de 1999, oficiais de alta patente leais ao chefe do Exército, General Pervez Musharraf, prenderam o primeiro-ministro Nawaz Sharif e seus ministros, após frustrar a tentativa do regime de Sharif de demitir Musharraf e impedir o seu avião de pousar no Paquistão quando ele retornava de uma visita ao Sri Lanka.[4]

Tentativas de golpe sem sucesso[editar | editar código-fonte]

Ocorreram numerosas tentativas mal sucedidas de golpes na história do Paquistão. A primeira tentativa foi observada durante a Conspiração de Rawalpindi em 1949 liderada pelo major-general Akbar Khan, juntamente com ativistas e oficiais simpáticos a esquerda contra o governo de Liaquat Ali Khan, primeiro primeiro-ministro do Paquistão.[1] O proeminente poeta-intelectual Faiz Ahmed Faiz era suspeito de envolvimento.[5] Em 1980, um complô do major-general Tajammul Hussain Malik para assassinar Zia-ul-Haq no "Dia do Paquistão" em 23 de março de 1980 foi exposto e frustrado.[6][7] Em 1995, uma tentativa de golpe contra o governo de Benazir Bhutto liderada pelo major-general Zahirul Islam Abbasi com o apoio de extremistas islâmicos foi frustrada.

Referências

  1. a b Hassan Abbas (2005). Pakistan's drift into extremism: Allah, the army, and America's war on terror. [S.l.]: M.E. Sharpe. pp. 16–40. ISBN 9780765614964 
  2. a b c Pakistan, Zia and after. [S.l.]: Abhinav Publications. 1989. pp. 20–35. ISBN 9788170172536 
  3. Rafiq Dossani (2005). Prospects for Peace in South Asia. [S.l.]: Stanford University Press. pp. 46–50. ISBN 9780804750851 
  4. «World: South Asia: Pakistan army seizes power». BBC NEWS. 12 de outubro de 1999. Consultado em 22 de abril de 2009 
  5. Muhammad Yusuf Abbasi (1992). Pakistani culture: a profile. [S.l.]: National Institute of Historical and Cultural Research. ISBN 9789694150239 
  6. Tajammul Hussain Malik (1991). The Story Of My Struggle. [S.l.]: Jang Publishers. pp. 220–280 
  7. World Focus, Volume 2. [S.l.]: H.S. Chhabra. 1981