Josafá Macedo

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Josafá Macedo, na galeria de ex-prefeitos de Mariana.

Josafá Macedo foi um médico e político de Minas Gerais.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Josafá Macedo era natural de Luz, oeste mineiro. Realizou seus estudos iniciais em Juiz de Fora, pela Academia do Comércio. Na mesma cidade formou-se no curso de Farmácia. Posteriormente foi para o Rio de Janeiro, tendo se formado em Medicina, em 1922. Também esteve na Europa, estudando e clinicando.[1]

De volta ao Brasil, clinicou inicialmente em Belo Horizonte. Teve grande prestigio, todavia, pelo trabalho que exerceu na Companhia Minas da Passagem, em Passagem de Mariana, como médico-cirurgião. Pelo bom trabalho realizado, foi convidado por Getúlio Vargas e Benedito Valadares para assumir o executivo marianense.[1]

Política[editar | editar código-fonte]

Foi prefeito municipal de Mariana entre 1934 e 1943. Ficou quase dez anos no poder, por conta do contexto político nacional, advindo da Revolução de 1930 e da instituição do Estado Novo, em 1937.[1] Sua administração do executivo, ficou marcada pelo desenvolvimento de Mariana.[1]

Patrimônio histórico[editar | editar código-fonte]

Em 1937 organizou um decreto-lei que definia que todas as casas construidas à direita do Ribeirão do Carmo, deveriam obedecer ao estilo colonial. A partir disso, as construções em outros estilos deveriam ser reconstruidas. Um ano depois, em 1938, o núcleo urbano marianense foi tombado a nível federal, com importante ação do Salomão de Vasconcelos.[2]

Macedo havia convidado o historiador Salomão de Vasconcelos para organizar um arquivo histórico para o município de Mariana (atual Casa Setecentista de Mariana). Visando resgatar a História da cidade. Por esse trabalho, Vasconcelos foi chamado para integrar o SPHAN. Ocupando um cargo importante dentro da organização do orgão, e sendo também presidente do IHGMG, ele contribuiu positivamente para o tombamento da maior parte dos monumentos históricos de Mariana.[3][4]

Entre os primeiros tombamentos, que ocorreram durante o afastamento de Macedo e a curta gestão do presidente da Câmara, Celso Arinos Mota, pode-se destacar a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, a Capela de Nossa Senhora dos Anjos, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, a Igreja de São Francisco de Assis, a Igreja Catedral de Nossa Senhora da Assunção, a Capela de Santana, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Seminário Menor (atual ICHS), Casa de Câmara e Cadeia, Casa Capitar, os passos, fontes e o casarão do Barão de Pontal.[2]

Essas ações de Macedo contribuiram para que, em 1945, a cidade se tornasse Monumento Nacional, pelo decreto de Getúlio Vargas. A cerimônia ocorreu em julho, durante as comemorações do aniversário da cidade. Naquele contexto, o governo municipal era exercito pelo Salvador Ferrari.[2]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Há, no centro de Mariana, a rua Josafá Macedo.[1]

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e Oliveira, Gabriel Luz de (2020). «Os veios profundos de Mariana (Minas Gerais) : transformação do espaço urbano na cidade-patrimônio (1938-1967).». Consultado em 11 de outubro de 2023 
  2. a b c Ribeiro, Aline Nascimento (25 de agosto de 2017). «O lugar dos documentos nos processos de tombamento e registro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: um estudo sobre o arquivo histórico da Casa Setecentista de Mariana». Consultado em 11 de outubro de 2023 
  3. Vieira, Pollianna Gerçossimo (30 de junho de 2014). «Vida e obra entrelaçadas na constituição patrimonial:». Cadernos de História (1): 161–179. ISSN 1980-0339. Consultado em 11 de outubro de 2023 
  4. Lage, Monica Maria Lopes (22 de março de 2018). «José Pereira Arouca, um construtor na Mariana Setecentista: entre arrematações, monopólios e redes de sociabilidades (1753-1800)». Consultado em 11 de outubro de 2023