Justiça climática

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Crianças numa manifestação por justiça climática em Minnesota, EUA, em abril de 2017

Justiça climática é um termo usado para enquadrar o aquecimento global como uma questão ética e política, em vez de uma questão de natureza puramente ambiental ou física. Isso é feito através do relacionamento das causas e dos efeitos das mudanças climáticas aos conceitos de justiça, particularmente justiça ambiental e justiça social . Justiça climática examina conceitos como igualdade, direitos humanos, direitos coletivos e as responsabilidades históricas pelas mudanças climáticas. As acções de justiça climática podem incluir o crescente número global de acções legais sobre questões de mudança climática.[1] Em 2017, um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente identificou 894 acções judiciais em andamento em todo o mundo.

Comunidades historicamente marginalizadas, como mulheres, comunidades indígenas e comunidades de cor muitas vezes enfrentam as piores consequências das mudanças climáticas: na verdade, os menos responsáveis pelas mudanças climáticas sofrem as suas consequências mais graves.[2][3] Eles também podem ser ainda mais prejudicados pelas respostas às mudanças climáticas, que podem reproduzir ou exacerbar as desigualdades existentes, que foram rotuladas de 'triplas injustiças' das mudanças climáticas.[4][5][6]

O uso e a popularidade da justiça climática aumentaram dramaticamente nos últimos anos, mas a justiça climática é entendida de muitas maneiras e os diferentes significados às vezes são contestados. Na sua forma mais simples, as concepções de justiça climática podem ser agrupadas ao longo das linhas de justiça processual, que enfatiza a tomada de decisão justa, transparente e inclusiva, e justiça distributiva, que coloca ênfase em quem arca com os custos das mudanças climáticas e as acções tomadas para ir de encontro com os objectivos.[4]

Um foco especial é colocado no papel do PAMA (Pessoas e Áreas Mais Afetadas),[7] ou seja, grupos desproporcionalmente afectados pelas mudanças climáticas, como mulheres, BIPOC,[8] jovens, pessoas mais velhas e mais pobres.[9] Em particular com o surgimento de movimentos populares com o objetivo de justiça climática - como Fridays for Future, Ende Gelände ou Extinction Rebellion - a conexão desses grupos no contexto da justiça climática tornou-se mais importante.[10]

Referências

  1. See, for example the Climate Justice Programme's Climate Law Database Arquivado em 2011-04-09 no Wayback Machine.
  2. Global Humanitarian Forum (1 October 2009) Kofi Annan launches climate justice campaign track Arquivado em 2011-07-15 no Wayback Machine, Global Humanitarian Formum, 1 October 2009.
  3. Wendy Koch, Study: Climate change affects those least responsible Arquivado em 2015-12-07 no Wayback Machine, USA Today, 7 March 2011
  4. a b Peter Newell, Shilpi Srivastava, Lars Otto Naess, Gerardo A. Torres Contreras and Roz Price, "Towards Transformative Climate Justice: Key Challenges and Future Directions for Research," Working Paper Volume 2020, Number 540 (Sussex, UK: Institute for Development Studies, July 2020)
  5. United Nations Research Institute for Social Development (UNRISD) (2016) Policy Innovations for Transformative Change: Implementing the 2030 Agenda for Sustainable Development, Geneva: UNRISD
  6. Routledge handbook of climate justice. Abingdon, Oxon: [s.n.] ISBN 978-1-315-53768-9. OCLC 1056201868 
  7. «As young people, we urge financial institutions to stop financing fossil fuels». Climate Home News. 9 de novembro de 2020. Consultado em 31 de janeiro de 2021 
  8. «Definition of BIPOC». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 31 de janeiro de 2021 
  9. Climate Change and LandAn IPCC Special Report on climate change, desertification, land degradation, sustainable land management, food security, and greenhouse gas fluxes in terrestrial ecosystems. [S.l.]: Intergovernmental Panel of Climate Change. 2019. 17 páginas 
  10. «Selbstreflexion». Ende Gelände (em alemão). Consultado em 31 de janeiro de 2021