Linha Oeste da Fepasa

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     Linha Oeste da Fepasa

Estação Comandante Sampaio, uma das maiores construídas na Linha Oeste pela FEPASA
Dados gerais
Tipo Trem metropolitano
Local de operação Mairinque, São Roque, Itapevi, Jandira, Barueri, Carapicuíba, Osasco e São Paulo
 Brasil
Terminais Início: Júlio Prestes
Fim: Estação Mairinque
Sucede a Linha Tronco (Estrada de Ferro Sorocabana)
Continua como Linha B do Trem Metropolitano de São Paulo
Estações 22
Passageiros/dia N/D
Operação
Operador Ferrovia Paulista S/A
Material circulante Série 5000 e Série 5500
Série 4800 (Itapevi–Amador Bueno–Mairinque)
Histórico
Abertura oficial 25 de janeiro de 1979 (45 anos)
Encerramento 1996 (28 anos)
Dados técnicos
Bitola Bitola irlandesa 1 600 mm (5,25 ft)
Bitola antiga Bitola métrica 1 000 mm (3,28 ft)
Eletrificação 3000 VCC
Velocidade de operação 80 km/h (49,7 mph)
TUE Série 5000 nas cores da FEPASA (fabricado pela Cobrasma de Osasco, sob licença da empresa francesa Francorail).
Mapa das linhas Oeste e Sul da Fepasa ainda existia na Estação Presidente Altino em 2003.

A Linha Oeste da Fepasa foi criada no início dos anos 1970, no lugar do antigo tronco oeste da Estrada de Ferro Sorocabana. Em 1996, a Linha Oeste foi incorporada pela CPTM, sendo renomeada Linha B–Cinza.

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em 1934 a Estrada de Ferro Sorocabana criou o primeiro serviço oficial de trens de subúrbios em sua linha tronco e iniciou um período de melhorias nas linhas entre 1939 e 1960. Nesse período a linha tronco foi eletrificada, o Ramal de Jurubatuba foi construído, foram adquiridos novos trens, quatro estações foram reconstruídas e o sistema de sinalização CTC foi instalado.[1] Essas melhorias se refletiram no aumento do número de passageiros. Em 1955 foram transportados nos subúrbios da Sorocabana 9,6 milhões de passageiros enquanto que dez anos depois o número alcançava 20,9 milhões. O crescimento da demanda de passageiros ultrapassou facilmente a infraestrutura da ferrovia, iniciando um processo de sucateamento da mesma. O auge desse movimento de superlotação e sucateamento ocorreu no início da década de 1970.[2] Após contratar a Sofrerail em 1968 para elaborar um projeto de remodelação da rede ferroviária paulista, o estado promoveu em 1971 a reorganização das ferrovias paulistas (incluindo a Sorocabana) em torno de uma única empresa, batizada Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa). Uma das primeiras ações da Fepasa foi contratar um plano diagnóstico dos subúrbios da ex-Sorocabana. A situação dos subúrbios piorava dia após dia, com trens e estações precárias. Ao mesmo tempo os trens batiam recordes, transportando 32,5 milhões de passageiros em 1975.

Passageiros transportados nos subúrbios
Ano 1955[3] 1960 [4] 1965 [4] 1970 [5] 1975[6]
Passageiros 9 634 000 19 268 000 20 911 000 26 330 000 32 522 000
Fontes: Estrada de Ferro Sorocabana e Ferrovia Paulista S/A

Plano de Remodelação[editar | editar código-fonte]

Em 1973 as empresas Sofrerail e Engevix entregaram um plano diagnóstico propondo uma total reconstrução do sistema de subúrbios da Fepasa.[7]

Entre 1976 e 1986, foram reconstruídas 22 estações, a Estação Júlio Prestes foi reformada e foram adquiridos 150 TUEs, sendo cem para a Linha Oeste, fabricados pela Cobrasma (sob licença Francorail). Ao lado das novas estações foram construídos terminais de ônibus e estacionamentos.

As obras foram divididas em fases:

Fase I (1976–1979)[editar | editar código-fonte]

Trecho/estações Empresas[8] Custo previsto Inauguração
Julio Prestes Betumarco[9] N/D 25 de janeiro de 1979
Lapa Christiani Nielsen N/D 1979/1985
Domingos de Moraes Cr$ 451 milhões[10] 25 de janeiro de 1979
Presidente Altino
Osasco
Comandante Sampaio
Km 21
Imperatriz Leopoldina Betumarco
Carapicuíba
Santa Terezinha Ecisa

Fase II (1979–1983)[editar | editar código-fonte]

Trecho/estações Empresas Custo previsto Inauguração
Antonio João N/D N/D novembro de 1982
Barueri
Jardim Belval março de 1983
Jardim Silveira
Jandira SEC Ltda.[11]
Itapevi HOS Engenharia[11]

Fase III (1985–1989)[editar | editar código-fonte]

Trecho/estações Empresas Custo previsto Inauguração
Amador Bueno Stel S.A.[12] Cr$ 263.156.487,00 21 de junho de 1985
Ambuitá Construtora Sorocaba Ltda[12]. Cr$ 242 065 429,00
Santa Rita Cr$ 261 623 888,00
Cimenrita N/D N/D
Sagrado Coração Betumarco N/D 20 de fevereiro de 1987
Engenheiro Cardoso N/D
Barra Funda Mendes Junior[13] N/D 17 de dezembro de 1988

As oficinas e o pátio da linha foram construídos e inaugurados em 1986, ao lado da Estação Presidente Altino. Em 1996, a divisão DRM da Fepasa foi incorporada pela CPTM.[14]

Estações[editar | editar código-fonte]

Estação Município Observações
Júlio Prestes São Paulo Reformada e reinaugurada em 25 de janeiro de 1979
Barra Funda Reconstruída e reinaugurada em 5 de novembro de 1988
Lapa Reconstruída e reinaugurada em 25 de janeiro de 1979
Domingos de Moraes
Imperatriz Leopoldina
Presidente Altino Osasco
Osasco
Comandante Sampaio
Quitaúna
General Miguel Costa (antes, Matadouro e Km 21)
Carapicuíba Carapicuíba
Santa Teresinha
Antônio João Barueri Reconstruída e reinaugurada em 12 de novembro de 1982
Barueri
Jardim Belval Reconstruída e reinaugurada em 11 de março de 1983
Jardim Silveira
Jandira Jandira
Sagrado Coração
Engenheiro Cardoso Itapevi Reconstruída e reinaugurada em 20 de fevereiro de 1987
Itapevi Reconstruída e reinaugurada em 11 de março de 1983
Santa Rita Reformada e reinaugurada em 21 de junho de 1985
Cimenrita
Ambuitá
Amador Bueno
Parada 46 São Roque Desativada da linha em 1998
São João Novo
Parada 50
Mailasqui
Parada Cinzano
Gabriel Piza
São Roque
Parada Marmeleiro
Mairinque Mairinque

Passageiros transportados[editar | editar código-fonte]

Antes da realização das obras de remodelação, a Linha Oeste transportou trinta milhões de passageiros em 1977. Em 1980, com a abertura da primeira fase da linha remodelada, o número de passageiros transportados foi de 56 milhões. O auge de passageiros transportados foi em 1991, quando 98 milhões foram transportados:[15]

Ano* Quantidade Ano Quantidade
1977 30 841 407 1991 98 450 229
1978 24 644 490 1992 94 655 129
1979 43 740 298 1993 90 026 077
1980 56 413 137 1994 86 513 579
1990 97 106 029 1995 89 594 035

Referências

  1. Antonio Augusto Gorni (26 de janeiro de 2003). «Estrada de Ferro Sorocabana:1945-1969: A Expansão». A Eletrificação nas Ferrovias Brasileiras 
  2. «Trens de subúrbio ainda à espera de renovações:Vinte anos sem renovações». Folha de S.Paulo, ano LVII, edição 17 924, página 18. 30 de abril de 1978. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  3. Departamento Nacional de Estradas de Ferro do Ministério da Viação e Obras Públicas (1958). «Quadro 8 - Transporte remunerado de passageiros de subúrbio 1955-1957». Resumo das Estradas de Ferro do Brasil Principais dados Relativos ao Triênio 1955 - 1957/Memória Estatística do Brasil-Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro-republicado no Internet Archive. Consultado em 7 de janeiro de 2023 
  4. a b Estrada de Ferro Sorocabana (1971). «3.6. Passageiros: 3.6.3. Subúrbio, segundo as estradas 1958-1968». Anuário Estatístico dos Transportes 1970, página 78 - Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes - GEIPOT/Memória Estatística do Brasil-Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro - republicado no Internet Archive. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  5. «3.5. Transporte de passageiros: 3.5.1. Passageiros transportados: 3.5.1.1.3. Subúrbio, segundo as estradas 1967-1971». Anuário Estatístico dos Transportes 1972, página 136 - Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes - GEIPOT/Memória Estatística do Brasil-Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro - republicado no Internet Archive. 1979. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  6. «3.4. Transporte de passageiros: 3.4.1. Passageiros transportados: 3.4.1.1.3. Subúrbio, segundo as estradas 1973-1978». Anuário Estatístico dos Transportes 1978, página 138 - Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes - GEIPOT/Memória Estatística do Brasil-Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro - republicado no Internet Archive. 1979. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  7. «Subúrbios: um metrô de 200 km para São Paulo». Folha de S. Paulo, Ano LV, edição 17060, seção Transportes, página 30. 26 de novembro de 1975. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  8. Durval Ferreira (4 de junho de 1977). «São Paulo: um grande metrô de superfície-Engenharia brasileira». Revista Manchete, Ano 25, edição 1311, página 134/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 29 de junho de 2019 
  9. «Fepasa ignorava os acidentes na Julio Prestes». Folha de S.Paulo, ano 57, edição 18153, página 14. 15 de dezembro de 1978. Consultado em 3 de setembro de 2019 
  10. Inclui também as estações Ceasa, Jaguaré, Cidade Universitária e Pinheiros da Linha Sul
  11. a b «FEPASA» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo, Ano 91, edição 191, página 1. 7 de outubro de 1981. Consultado em 29 de junho de 2019 
  12. a b Ferrovia Paulista S.A.-Fepasa (14 de dezembro de 1984). «Aviso-Relação de contratados firmados entre 1 de janeiro e 30 de novembro de 1984» (PDF). Diário Oficial do estado de São Paulo, Caderno Ineditoriais, página 20. Consultado em 3 de setembro de 2019 
  13. «Encontro de túneis marca obra do Metrô de São Paulo-Metrô de São Paulo comemora 40 anos» (PDF). Informativo da Mendes Júnior - ano VII, nº 25, página 11. Agosto de 2008. Consultado em 3 de setembro de 2019 
  14. FAGUNDES, Homero Gottberg (1998). «A remodelação das linhas B e C da CPTM» (PDF). Revista dos Transportes Públicos - ANTP - Ano 20, página 93. Consultado em 29 de junho de 2019 
  15. FAGUNDES, Homero Gottberg (1998). «A remodelação das linhas B e C da CPTM» (PDF). Revista dos Transportes Públicos - ANTP - Ano 20, página 93. Consultado em 28 de março de 2020 

Ver também[editar | editar código-fonte]