Maria Helena de Moura Neves

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Maria Helena de Moura Neves
Maria Helena de Moura Neves
Em 2018, durante entrevista a uma rádio
Nome completo Maria Helena de Moura Neves
Conhecido(a) por referência mundial em Língua Portuguesa
Nascimento 31 de janeiro de 1931
Jaboticabal, São Paulo[1]
Morte 17 de dezembro de 2022 (91 anos)
Araraquara, São Paulo
Causa da morte AVC
Residência Brasil
Nacionalidade brasileira
Alma mater
Orientador(es)(as) José Cavalcante de Souza
Instituições
Campo(s) Linguística
Tese A emergência da disciplina gramatical entre os gregos (1978)

Maria Helena de Moura Neves (Jaboticabal[1], 31 de janeiro de 1931Araraquara, 17 de dezembro de 2022)[2] foi uma linguista, gramática, pesquisadora e professora universitária brasileira.[3]

Com mais de 20 livros publicados, Maria Helena era professora emérita e livre-docente em Língua Portuguesa na Universidade Estadual Paulista (Unesp), pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e professora de pós-graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie.[4]

Conhecida por seus trabalhos relacionados à língua em uso, especialmente a gramática funcional do português e suas relações com o texto.[5][6] Também realizava pesquisas sobre a história e o ensino de gramática.[7] Era professora emérita da Universidade Estadual Paulista, lecionando também na Universidade Presbiteriana Mackenzie.[8] Em fevereiro de 2022, recebeu o Prêmio Ester Sabino na categoria Pesquisadora Sênior.[9]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Maria Helena nasceu em Taiaçu, então distrito de Jaboticabal, em 1931[1]. Filha de Otávio de Moura e Anna Rebucci, ambos professores, cresceu cercada pelos livros. Terminou o então ensino normal aos 17 anos, formando-se professora e lecionando no ensino primário. Por ter se formado em primeiro lugar, Maria Helena teve direito a uma cadeira-prêmio, que era uma nomeação, em caráter efetivo, para lecionar no curso primário, e ainda escolhendo a vaga antes dos aprovados no concurso. Ela então escolheu Araraquara para lecionar, onde moraria depois de casada.[10]

Depois de vinte anos dedicados ao ensino de crianças. Maria Helena ingressou na Unesp por meio de políticas públicas da época. Passando em primeiro lugar no vestibular, Maria Helena se licenciou com remuneração de seu cargo de professora primária e pode frequentar o curso de letras. Iniciou a licenciatura em grego, divergindo de sua formação em latim tanto no ginásio quanto no clássico.[10]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Formada em 1970 em licenciatura em grego, Maria Helena ingressou no ano seguinte na licenciatura em alemão. Fez especializações em linguística e em 1975 ingressou no doutorado em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo, sob a orientação de José Cavalcante de Souza. Ingressou na Unesp como professora assistente em 1972 e aposentou-se em 1998, permanecendo como professora voluntária. Em 2003, ingressou na Universidade Presbiteriana Mackenzie como professora associada na pós-graduação.[10]

Tendo se beneficiado com políticas públicas na formação de sua carreira, Maria Helena procurou retribuir à sociedade com projetos vinculados ao ensino público de primeiro e de segundo grau. Entre 1985 e 1987, propôs e coordenou projetos anuais da Secretaria do Ensino Superior – MEC/SESU para integração da universidade com o ensino de primeiro grau.[10]

Morte[editar | editar código-fonte]

Maria Helena morreu em 17 de dezembro de 2022, em Araraquara, aos 91 anos, devido a sequelas de um AVC.[11][12]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • A vertente grega da gramática tradicional (Hucitec e UnB, 1987)
  • Gramática na escola (Contexto, 1990)
  • A gramática funcional (Martins Fontes, 1997)
  • Gramática de usos do português (Unesp, 2000)
  • A gramática: história, teoria e análise, ensino (Unesp, 2002)
  • Que gramática estudar na escola? Norma e uso na Língua Portuguesa (Contexto, 2003)
  • Texto e Gramática (Contexto, 2006)
  • A gramática do português revelada em textos (Unesp, 2018)

Referências

  1. a b c Ofício de registro civil de Taiaçu (2 de fevereiro de 1931). «Talão do registro de nascimento de Maria Helena de Moura». Consultado em 26 de dezembro de 2022 
  2. «Professora Maria Helena Neves recebe Diploma de Patrimônio Emérito Cultural Araraquarense». Portal Angélica Bombarda. 11 de março de 2019. Consultado em 18 de setembro de 2021 
  3. «Morre a linguista Maria Helena de Moura Neves, referência em língua portuguesa». CNN Brasil. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  4. «Morre aos 90 anos Maria Helena de Moura Neves, professora emérita da Unesp de Araraquara». G1. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  5. Leite, Marli Quadros (27 de setembro de 2010). «Gramática, uso e norma: a contribuição de Maria Helena de Moura Neves ao ensino». Linha D'Água: 133–155. ISSN 2236-4242. doi:10.11606/issn.2236-4242.v0ispep133-155 
  6. «Expoente da linguística brasileira fala sobre as 'lições da gramática reveladas pelo texto'». Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 18 de setembro de 2021 
  7. Christante, Luciana (24 de outubro de 2013). «Maria Helena de Moura Neves - Em defesa de uma gramática que funcione». Blog da Editora Contexto. Consultado em 17 de maio de 2020 
  8. Sousa, Gisele Cássia de (30 de dezembro de 2013). «Entrevista com Maria Helena de Moura Neves». Cadernos de Letras da UFF. 23 (47). doi:10.22409/cadletrasuff.2013n47a312 
  9. «Premiação reconhece pioneira da gramática, que ainda dá aulas aos 90 anos, e jovem pesquisadora». O Estado de São Paulo. 11 de fevereiro de 2022. Consultado em 11 de fevereiro de 2022 
  10. a b c d Emerson Vicente, ed. (31 de março de 2022). «Professora e linguista com 70 anos no serviço público vê equívoco em termo 'linguagem neutra'». Folha de São Paulo. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  11. «Morre linguista Maria Helena de Moura Neves, referência em língua portuguesa». UOL Educação. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  12. «Araraquara se despede da professora Maria Helena de Moura Neves». A Cidade On. Consultado em 17 de dezembro de 2022