Menina dos Olhos Tristes

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"Menina dos Olhos Tristes" é uma célebre canção portuguesa de intervenção (Folk genre, em inglês), com poema de Reinaldo Edgar de Azevedo e Silva Ferreira (Barcelona, Espanha 1922-03-22 — Lourenço Marques, Moçambique 1959-06-30) e música de José Afonso.

Foi primeiramente lançada por Adriano Correia de Oliveira em 1964, no disco EP Orfeu ‎– ATEP 6275 com "/Erguem-se muros/Canção com lágrimas/Canção do soldado (no cerco do Porto)": é que "José Afonso radicou-se em Moçambique nos finais de Setembro de 1964, e talvez por isso mesmo não tenha então gravado a canção de sua autoria, abrindo assim a porta à versão Adriano."[1]

Estando Portugal sob a ditadura fascistóide de Salazar e sendo a última das nações europeias que se obstinou nisso, tal regime político nunca quis reconhecer a independência de territórios além-mar, envolvendo-se na Guerra Colonial Portuguesa em todos estes. Ora, sendo "Menina dos Olhos Tristes" canção abertamente anti-guerra[2], a Censura em Portugal "rapidamente proíbe o disco mas não consegue apagar a música."[3] Após a queda (de uma cadeira) e morte subsequente de Salazar, Marcello Caetano substitui-o em 1968 e, abalado, o regime político abre alguma brecha de tolerância.

É então, em 1969, que José Afonso, compositor de "Menina dos Olhos Tristes", a lança no disco single Orfeu ‎– SAT 803 com "Canta camarada"[4]. Manuel Freire interpreta-a também em 1970, como lado-B do célebre disco single Zip Zip ‎– ZIP - 30001 / S "Pedra filosofal"[5] (editora oriunda da série de programas então inovadora, tipo talk-show televisivo, Zip Zip, o qual levou a cantar lá alguns destes cantores de intervenção anti-regime).

Foi durante essa curta brecha que ainda outros cant(aut)ores de intervenção conseguiram lançar alguns discos, nomeadamente outra célebre canção anti-guerra[6] "Pedro soldado" com poema de Manuel Alegre musicado em 1968 por: Manuel Freire no célebre disco EP Tagus ‎– TG 112 com "Dedicatória/Eles/Livre" e Adriano Correia de Oliveira no disco EP Orfeu ‎– ATEP 6237 com "Rosa de sangue/Margem sul/Rosa dos ventos perdida/"; acabando também por ser proibido pela Censura em Portugal até se chegar ao Movimento das Forças Armadas, a 25 de Abril de 1974[7].

Referências

  1. http://www.aja.pt/menina-dos-olhos-tristes  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. http://www.antiwarsongs.org/canzone.php?lang=fr&id=79  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  3. http://www.abrilabril.pt/cultura/zeca-afonso-sempre  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  4. TELES, Viriato. «A discografia completa de José Afonso». Associação José Afonso. Consultado em 31 de julho de 2017 
  5. Pedra Filosofal (poema)
  6. http://www.antiwarsongs.org/canzone.php?lang=fr&id=42978  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  7. Manuel Freire
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