Ofensiva de Saragoça

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Ofensiva de Saragoça
Parte da Guerra Civil Espanhola
Data 24 de agosto de 1937 - 7 de setembro de 1937
Local Perto de Saragoça, Espanha
Desfecho Tacticamente inconclusivo
Derrota estratégica Republicana
Beligerantes
Segunda República Espanhola República Espanhola Espanha Franquista Espanha Nacionalista
Comandantes
Segunda República Espanhola Sebastián Pozas
Segunda República Espanhola Vicente Rojo Lluch
Segunda República Espanhola Juan Modesto
Segunda República Espanhola Enrique Líster
Segunda República Espanhola Federico Escofet
General Walter
Emilio Kléber
Espanha Franquista Miguel Ponte
Espanha Franquista Saénz de Buruaga
Espanha Franquista Fernando Barrón
Espanha Franquista Alfonso Trallero  
Forças
Exército Oriental
* 80.000 homens
* 105 tanques
Aviação Republicana
(F.A.R.E)

• 90-200 aviões[1]
5º Corpo de Exército
* 70.000 homens[2]
Aviação Nacionalista
* 80 aviões
Baixas
Desconhecidas Desconhecidas

A Ofensiva de Saragoça ocorreu durante a Guerra Civil Espanhola em 1937. Esta batalha envolveu o Exército Republicano Espanhol. O objetivo principal da ofensiva era ocupar a cidade de Saragoça. A principal ação da ofensiva foi a Batalha de Belchite.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em Agosto de 1937, o comandante em chefe do Exército Republicano, Vicente Rojo, decidiu lançar uma ofensiva na frente de Aragão, a fim de tomar a capital regional, Saragoça. O principal objetivo da ofensiva foi parar a ofensiva Nacionalista contra Santander. Além disso, Saragoça era o centro de comunicações de toda a frente de Aragão.[3]

Forças opostas[editar | editar código-fonte]

Na frente de Aragão, o Exército Republicano havia enviado o Exército Oriental, liderado pelo General Pozas e o seu chefe de gabinete Antônio Cordon. Este exército tinha seis divisões (11ª Divisão de Líster, 26ª Divisão, 27ª Divisão, 35ª Divisão de Walter, 43ª Divisão e a 45ª Divisão de Kleber). Além disso, os Republicanos tinham 200 aviões e muitos tanques T-26 e BT-5.[4]

Em oposição a eles, os Nacionalistas tinham três divisões de baixa qualidade (51ª, 52ª e 105ª divisões) e 15 aviões (bombardeiros leves (Heinkel He 46 obsoletos e caças He-51).[4]

A ofensiva[editar | editar código-fonte]

O plano Republicano era romper em sete pontos diferentes entre Zuera e Belchite, a fim de dividir qualquer contra-ataque Nacionalista. A 27ª Divisão ocuparia Zuera, viraria à esquerda e atacaria Saragoça. A 45ª divisão de Kléber atacaria para sudeste em direção a Saragoça e a 43a divisão atravessaria o Ebro e cortaria a estrada de Quinto até Saragoça. Mas o ataque principal concentrou-se no lado sul do Vale do Ebro, com o V Corpo de Modesto (11ª Divisão e 35ª Divisão).

O ataque Republicano começou em 24 de Agosto, sem nenhum bombardeio de artilharia, a fim de manter a vantagem da surpresa. A 27ª Divisão ocupou Zuera, a 45 ª Divisão alcançou Villamayor de Gállego (a 6 km de Saragoça) e a 25 ª Divisão tomou Codo, apesar da feroz resistência Nacionalista. No entanto, a 11ª Divisão de Líster não conseguiu ocupar Fuentes de Ebro e quase todos os seus tanques BT-5 foram destruídos.

Fuentes del Ebro[editar | editar código-fonte]

Líster teve que tomar a cidade fortificada de Fuentes del Ebro, a fim de abrir a estrada para Saragoça. Quarenta e oito tanques BT-5 que transportavam tropas Espanholas atravessariam as linhas republicanas e atacariam a cidade pela frente, apoiados pelas tropas da XV Brigada Internacional. No entanto, o ataque foi mal planeado. Os tanques não eram adequados para transportar tropas, muito pouco reconhecimento foi realizado, praticamente não havia preparação de artilharia[5] e os tanques ficaram atolados na lama. O ataque fracassou e o exército republicano perdeu 19 de seus 48 tanques e mais de 300 homens[6] (segundo Hugh Thomas, 12 tanques foram destruídos em 40)[7] Um membro americano das Brigadas Internacionais disse:[8]

Coragem e heroísmo são abundantes na Espanha e os Espanhóis não têm falta dela. O que eles precisam é de táticas. E quanto às táticas, em 13 de Outubro, o Regimento BT estava falido.

Belchite[editar | editar código-fonte]

Em 26 de Agosto, a 25ª Divisão conquistou Quinto, mas os atrasos no avanço dos Republicanos deram aos Nacionalistas tempo para trazer reforços (a 13ª Divisão de Barron e a 150ª Divisão de Saenz de Buruaga e 80 aviões da frente de Madrid) e o ataque a Saragoça falhou.[9]

Modesto decidiu então capturar a pequena (3.800 habitantes) e bem fortificada cidade de Belchite. O exército Republicano cortou o suprimento de água da cidade e o calor foi terrível, mas a defesa das forças sitiadas foi vigorosa.[7] O ataque a Belchite começou em 1 de Setembro e, após cinco dias de pesados ​​bombardeios e sangrentos combates, os Republicanos conseguiram ocupá-la. A ofensiva terminou no dia 6 de Setembro.[10]

Rescaldo[editar | editar código-fonte]

A ofensiva foi um fracasso completo. Os Nacionalistas não pararam a sua ofensiva contra a zona detida pelos Republicanos no norte. Os Republicanos avançaram apenas dez quilómetros e tomaram um punhado de cidades pequenas. Além disso, o Exército Republicano sofreu pesadas perdas de armamentos e tanques. Indalecio Prieto disse: "Tantas tropas para capturar quatro ou cinco pueblos não satisfazem o ministério da defesa".[7] A ofensiva falhou porque as forças republicanas não tinham coordenação, suprimentos e inteligência militar.[11] Além disso, os comandantes Republicanos desperdiçaram tropas para reduzir os pequenos pontos de resistência.[12]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Hugh Thomas, pág.782
  2. La guerra civil mes a mes, pág. 40
  3. Thomas, Hugh. (2001). The Spanish Civil War. Penguin Books. pág. 704
  4. a b Thomas, Hugh. (2001). The Spanish Civil War. Penguin Books. London. pág. 704
  5. «Archived copy» (PDF). Consultado em 26 de Junho de 2019. Arquivado do original (PDF) em 5 de Novembro de 2013 
  6. «Archived copy» (PDF). Consultado em 26 de Junho de 2019. Arquivado do original (PDF) em 5 de Novembro de 2013 
  7. a b c Thomas, Hugh. (2001). The Spanish Civil War. Penguin Books. pág. 705.
  8. http://bobrowen.com/nymas/soviet_tank_operations_in_the_sp.htm
  9. Thomas, Hugh. (2001). The Spanish Civil War. Penguin Books. p. 705.
  10. Beevor, Antony. (2006). The Battle for Spain. The Spanish Civil War, 1936-1939. Penguin Books. Londres. pp. 296–298
  11. Jackson, Gabriel. (1967). The Spanish Republic and the Spanish Civil War, 1931-1939. Princeton University Press. pág. 397
  12. Beevor, Antony. (2006). The Battle for Spain. The Spanish Civil War, 1936-1939. Penguin Books. Londres. pág. 299