Operação Ponto Final

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Operação Ponto Final foi uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada em 3 de julho de 2017. A operação é um desdobramento da Operação Lava Jato. Foram cumpridos dez mandados de prisão,[1] tendo como um dos alvos o empresário Jacob Barata Filho, preso na operação.[2] Barata integra o quadro societário de mais de 25 empresas do ramo de transportes no Rio de Janeiro e, por isso, é conhecido como "rei do ônibus", e é acusado de pagar mais de 270 milhões de reais em propina para agentes públicos, incluindo o ex-governador Sérgio Cabral.[3][4]

Em troca de propinas e financiamento de campanha, eram concedidos pelo governador vantagens tributárias aos empresários, como a isenção de 50% no pagamento de IPVA para ônibus de serviço público em 2014.[5]As ações criminosas contavam com o apoio do doleiro e operador financeiro Álvaro Novis, que posteriormente tornou-se colaborador da Justiça, e alguns dos principais donos de empresas de ônibus ligados à Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor).[3] Em 2017, múltiplos envolvidos foram presos pela operação, incluindo Jacob Barata Filho. Alguns deles foram soltos posteriormente por decisão de Gilmar Mendes. [6][7]

Em 2018, a PF deu sequência a operação e cumpriu um mandado de condução coercitiva contra Alexander Luiz de Queiroz Silva, além de três mandados de busca e apreensão.[8] Em agosto de 2018, Barata Filho, em depoimento, admitiu ter feito pagamentos aos deputados Jorge Picciani e Paulo Melo, ex-presidentes da Assembleia Legislativa, além de outro agentes públicos.[2] Nesse mesmo ano, Sérgio Cabral foi preso e teve sua prisão preventiva mantida pelo STJ em 2021.[9]

Em 2020, em nova fase da operação, a Polícia Federal fez buscas na empresa Costa Verde Transporte.[10]

Foram rastreados, ao longo da operação, 260 milhões de reais em pagos em propinas a políticos do Rio de Janeiro.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Polícia Federal cumpre 10 mandados de prisão em nova etapa da Lava Jato no Rio». G1. Globo.com. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  2. a b «'Rei do ônibus' confirma pagamentos a políticos no RJ». Folha de S.Paulo. Uol. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  3. a b «Operação Ponto Final: MPF defende continuidade de ação penal contra Jacob Barata Filho por evasão de divisas». Ministério Público Federal. Jusbrasil. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  4. «Delação na Ponto Final». O Antagonista. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  5. Ragazzo, Carlos Emmanuel Joppert; Cuesta, Karine Susan Gomes (2021). «Governança Regulatória para Incentivos Fiscais: Prevenção à Corrupção». Revista Direito Público. Governança Regulatória para Incentivos Fiscais: Prevenção à Corrupção. 18 (98): 860-887. Consultado em 26 de maio de 2023 
  6. PODER360 (20 de agosto de 2017). «Liberados por Gilmar, presos na operação Ponto Final deixam cadeia no Rio». Poder360. Consultado em 26 de maio de 2023 
  7. a b «Lava Jato no RJ deflagra nova fase da Operação Ponto Final, sobre propina nos transportes». G1. 30 de julho de 2020. Consultado em 26 de maio de 2023 
  8. Arthur Guimarães. «PF cumpre novos mandados na operação contra desvios no transporte público do RJ». G1. Globo.com. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  9. Estadão Conteúdo (23 de dezembro de 2021). «Ministro do STJ mantém prisão de Cabral na Operação Ponto Final». Istoé Dinheiro. Consultado em 26 de maio de 2023 
  10. PODER360 (30 de julho de 2020). «Lava Jato no Rio deflagra nova fase de operação que apura propina nos transportes». Poder360. Consultado em 26 de maio de 2023