Pedra do Guindaste (Macapá)

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Pedra do Guindaste
Pedra do Guindaste (Macapá)
São José em cima da Pedra do Guindaste em frente à cidade.
Arquiteto Antônio Pereira da Costa
Construção 1958 (66 anos)
Estado de conservação Amapá
Geografia
País Brasil
Cidade Macapá

A Pedra do Guindaste ou Monumento São José é um monumento localizado em frente à cidade de Macapá, ao lado do Trapiche Eliezer Levy, cerca de 300 metros da margem do rio Amazonas. Inaugurada em 1958 (como monumento), a pedra original foi derrubada pela colisão de um barco em 1973.[1] Em seu lugar foi construído um bloco de concreto e sobre ele foi colocada uma imagem de São José, padroeiro da cidade.[2]

A pedra servia de atracadouro para barcos, até ser substituído pelo trapiche na década de 1940.[3]

História[editar | editar código-fonte]

No passado, a Pedra do Guindaste teve como finalidade servir de alvo aos exercícios de tiro dos soldados, ao lado norte da Fortaleza de São José.[4]

Períodos primórdios[editar | editar código-fonte]

Em setembro de 1931, estando exercendo suas atividades na Promotoria Pública do Pará, o Dr. Otávio Meira foi designado para vistoriar todos os cartórios, juizados e prefeituras de Belém até Mazaganópolis, sede do município de Mazagão. Os municípios de Macapá e Mazaganópolis estavam sob jurisdição do Estado do Pará. Ainda não havia sido construído o trapiche da cidade, na maré alta os barcos com menor calado podiam entrar no Igarapé do Igapó ou Bacaba, mas o mesmo não acontecia com os navios, que fundeavam. Tornava-se mais prático aguardar a maré baixa, que deixava inteiramente à mostra a Pedra do Guindaste. Em algumas oportunidades, quando a maré estava alta e as águas calmas, usava-se uma embarcação tipo barcaça para receber as cargas dos navios. Devido aos termos do seu relatório, que o Interventor Federal Magalhães Barata liberou verbas para a construção do primeiro trapiche de Macapá em 1932.

Confecção da imagem de São José[editar | editar código-fonte]

Em 1969 teve início das confecções para a concepção de uma imagem de São José, padroeiro de Macapá e seu assentamento na Pedra do Guindaste. Sem alardes, as partes interessadas, envolvendo Dom José Maritano, Bispo Prelado de Macapá e o Governador do Amapá, General Ivanhoé Gonçalves Martins, tomaram todas as providências cabíveis. Ninguém contestou o fato de a imagem não carregar o Menino Jesus nos braços e ficar de frente para o rio Amazonas. A imagem foi esculpida pelo luso-brasileiro Antônio Pereira da Costa.

Acidente com a Pedra do Guindaste[editar | editar código-fonte]

Na noite do dia 23 de setembro de 1973, o navio Domingos Assmar, que fazia linha fluvial entre Macapá-Belém foi arremessado contra a pedra, quebrando-a e lançando nas águas do rio. O proprietário da embarcação Antônio Assmar assumiu os ônus pelo restauro da imagem e a construção de uma pilastra de concreto, para substituir a Pedra do Guindaste. O escultor Antônio Pereira fez a recuperação da imagem. Para erigir a pilastra foi contratada a firma Platon Engenharia e Comércio, então capitaneada por Clarck Charles Platon.[1]

Lendas[editar | editar código-fonte]

Existem muitas lendas em torno da Pedra do Guindaste, que ao longo dos tempos vêm servindo de inspiração a muitos poetas e pintores regionais.

  • Lenda da Cobra Grande: Moradores do antigo Igarapé das Mulheres afirmam existir na pedra uma cobra grande, com dimensões ainda não calculadas, que na maré de reponta - quando a água do rio não está na cheia e nem na vazante - sai dali para tomar água, de maneira que a mesma nunca conseguiu cobrir a pedra. Se alguém ou alguma autoridade remover a pedra, a cidade inundará.
  • Lenda da Índia: Havia na tribo Tucuju uma índia bonita e apaixonada por um índio que saía todas as manhãs em busca de alimentos. Quando ele saía, a namorada acompanhava-o até a praia e lá ficava o dia todo, até o pôr do sol, na Lagoa dos Índios. Num certo dia o índio saiu cedo e não voltou, a índia continuou esperando até a noite. Acocorou-se e chorou a noite toda, dias e dias, e lá morreu. No lugar de suas lágrimas nasceu a pedra com formato de corpo de mulher, que mais tarde, muitos anos depois passaram a ser conhecida como Pedra do Guindaste.

[5]

Restauro[editar | editar código-fonte]

As constantes erosões do rio Amazonas e a falta de manutenção ameaçam a base da estátua.[4][6] Em 2017 o governo do Amapá anunciou que fará reformas no monumento, como a construção de um acesso e a revitalização da imagem.

Acesso à Pedra pelo Trapiche[editar | editar código-fonte]

Após consulta popular, será a construção de uma passarela de acesso à Pedra do Guindaste através do Trapiche Eliezer Levy. A proposta deve seguir um projeto da Associação Comercial e Industrial do Amapá (Acia). A ideia teria surgido após o ex-presidente da Acia, Altair Pereira perceber que a imagem original estava deteriorada em razão do tempo e que, devido ao tamanho, a visão não é privilegiada de quem olha da orla.[7]

Imagem de São José ampliada[editar | editar código-fonte]

A nova imagem terá aproximadamente três metros de altura e está sendo confeccionada pelo artista plástico maranhense Lindomar Plácido da Costa. Mais robusta, a estátua é feita essencialmente de gesso e cimento e pesa quase uma tonelada.

A Acia solicitou do governo a realização da reforma e o aumento de tamanho, em, pelo menos, mais de 1 metro, do cilindro de concreto conhecido como Pedra do Guindaste, e ainda, a construção de uma nova estátua de São José, de frente para a cidade.[7]

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «A Pedra do Guindaste - Final». Diário do Amapá. 2 de dezembro de 2017. Consultado em 19 de abril de 2018 
  2. «Pedra do Guindaste». Amapá em Destaque. Consultado em 19 de abril de 2018 
  3. CORREA, Katricia (27 de julho de 2011). «TRAPICHE ELIEZER LEVY E A PEDRA DO GUINDASTE: dois símbolos na paisagem Macapaense». the greenclub. Consultado em 19 de abril de 2018 
  4. a b «PEDRA DO GUINDASTE – Diário do Amapá». Diário do Amapá. 15 de outubro de 2016. Consultado em 18 de abril de 2018 
  5. LOPES, Maria Vilhena. "Amapá: Cultura, Poesias e Tradições". Editora Kelps, 1997.
  6. «Amapá TV: erosão ameaça Perda do Guindaste no Rio Amazonas». Rede Globo. 23 de dezembro de 2013. Consultado em 18 de abril de 2018 
  7. a b ALVES, Jéssica (11 de novembro de 2017). «Projeto prevê construção de acesso à Pedra do Guindaste, na orla de Macapá». G1. Consultado em 18 de abril de 2018