Trapiche Eliezer Levy

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Trapiche Eliezer Levy
Píer Rio Amazonas
Trapiche Eliezer Levy
Vista do Trapiche Eliezer Levy, sobre o Rio Amazonas.
Tipo Píer
Início da construção 1932
Fim da construção 1940
Inauguração Década de 1940
Proprietário atual Governo do Amapá
Geografia
País Brasil
Coordenadas 0° 02' 06" N 51° 02' 58" O

O Trapiche Eliezer Levy ou Píer Rio Amazonas é um ponto turístico de Macapá inaugurado na década de 1940. Começou a ser construído em 1936 pelo prefeito Eliezer Levy, contudo a inauguração aconteceu somente em 1945, quando o prefeito estava no seu segundo mandato.

Sua construção veio para substituir a Pedra do Guindaste, o local servia de atracadouro para maioria das embarcações que chegavam a Macapá. Anos depois foi substituído por outros portos.[1]

Passou por muitas reformas, até ser totalmente reconstruído em concreto armado, constituindo um padrão estrutural permanente, o que contribuiu para melhoria urbanística da cidade e para a preservação da história dos amapaenses. Com seus 386 metros de extensão, conta com um bondinho elétrico para transporte de turistas, sorveteria, área coberta, estação de embarque e desembarque de passageiros, restaurante e uma pequena praça.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Outrora ao surgimento do Trapiche[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Pedra do Guindaste
Prefeito Eliezer Levy em 1931.

Anteriormente à construção do trapiche, a Pedra do Guindaste servia de porto para pequenas embarcações. Em setembro de 1931 com a chegada do Dr. Otávio Meira, que foi designado para vistoriar todos os cartórios, juizados e prefeituras, percebeu-se que somente embarcações menores podiam chegar até os igarapés, enquanto embarcações grandes aguardavam a maré abaixar. Devido aos termos do seu relatório ao Interventor Federal do Pará, que Magalhães Barata liberou verbas para a construção do primeiro trapiche de Macapá em 1932.

Construção[editar | editar código-fonte]

Trapiche em 1950.

O projeto de construção, inicialmente foi submetido à Marinha Brasileira, que inviabilizou a obra, prevendo não haver segurança nem condições de atracação das embarcações pelo fato do local ser raso, pela bravura avassaladora das águas e o assoreamento do Rio Amazonas, que impediria a atracação de barcos, durante a maré baixa.

Ignorando esse argumento da Marinha, o prefeito Eliezer Levy determinou que a obra fosse construída, segundo orientação do interventor do Pará Magalhães Barata. Na época, Macapá ainda era um município do Estado Paraense.[3]

Como atração turística[editar | editar código-fonte]

Primeiramente usado como porto de entrada e saída de Macapá, o local perdeu a importância econômica com o tempo, mas passou a atrair turistas por permitir acesso ao Rio Amazonas. Em homenagem ao prefeito, o trapiche passa a ser chamado “Trapiche Eliezer Levy”, possuindo originalmente 472 metros de comprimento. Em 1999, no governo do João Capiberibe, ganhou uma nova estrutura de concreto, voltada ao turismo. Atualmente o Trapiche Eliezer Levy mede 360 metros de comprimento e tem em média 20 mil visitas por mês entre turistas e moradores locais. Ao fim funciona um restaurante, que incluí em seu cardápio pratos regionais.[4]

Foi adicionado também um bondinho elétrico, que conduz os visitantes e turistas em uma pequena rota do início ao fim do trapiche. Em suma, o Trapiche Eliezer Levy conta com um restaurante, uma área coberta, uma sorveteria, uma pequena praça, assim como simples estações de embarque e desembarque de passageiros. A partir desse momento, as embarcações passaram a aportar antes no "Igarapé das Mulheres" e no "Trapiche do Santa Inês", atualmente também nas Pedrinhas e no Canal do Jandiá.[1]

Restauro[editar | editar código-fonte]

Estado de abandono e a vistoria da Assembleia Legislativa (2015)[editar | editar código-fonte]

Passarela do trapiche.

Em 2015, o trapiche encontrava-se abandonado, até que em abril do mesmo ano, em função das denúncias recebidas na Assembleia Legislativa, a Comissão de Turismo fez uma vistoria no ponto turístico para avaliar o prejuízo. Sem haver iluminação e com a estrutura de ferro e madeira comprometida, o trapiche já não atraía mais visitantes.

A visita dirigida também contou com a presença do “Núcleo de Engenharia Civil” da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinf), que tinha se comprometido em finalizar os laudos técnicos para que a revitalização fosse iniciada.[5]

Reforma (2017 - atualmente)[editar | editar código-fonte]

Foi dividido em um conjunto de três etapas de reforma e revitalização, iniciadas desde agosto de 2017.

  • Primeira etapa:

A primeira etapa da reabertura do Trapiche Eliezer Levy foi feita no dia 19 de janeiro de 2018.

Vista o trapiche num final da tarde.

A empresa M & C Ltda. Me, que venceu a chamada pública realizada pelo Governo do Amapá para gerir o local, entregou a primeira etapa com a reabertura da sorveteria, descrito como café coworking. O Bondinho (que deverá funcionar na segunda etapa) foi revitalizado com grafismo das artes Maracá e Cunani – civilizações que viveram há milhares de anos na região em que hoje é o Estado do Amapá.[6][7]

  • Segunda etapa:

A segunda etapa é a recuperação do restaurante – na outra extremidade do trapiche – só que num conceito de espaço gourmet, onde serão comercializados alimentos e lanches, mas também aliado a um espaço coworking, que consiste em bancadas e acesso à internet, para acessos pagos pela rede wifi.[7]

Ainda não há data prevista para entrega dessa etapa. Ela depende de alguns fatores burocráticos para a reforma do antigo restaurante.[6]

  • Terceira etapa:

A terceira etapa consiste na parceria público-privada, em tornar o ponto turístico uma referência para navios cruzeiros internacionais.[8]

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b CORREA, Karícia (27 de julho de 2011). «TRAPICHE ELIEZER LEVY E A PEDRA DO GUINDASTE: dois símbolos na paisagem Macapaense». The Green Club. Consultado em 23 de abril de 2018 
  2. «Amapá Digital - Trapiche Eliezer Levy». Amapá Digital. Consultado em 26 de abril de 2018 
  3. «Trapiche Eliezer Levy». Amapá em Destaque. Consultado em 8 de maio de 2018 
  4. «IBGE - Biblioteca - Detalhes - [Trapiche Eliezer Levy]: Macapá, AP». IBGE. Consultado em 27 de abril de 2018 
  5. CALANDRINI, Anderson (29 de abril de 2015). «Trapiche Eliezer Levy: O turismo abandonado». Seles Nafes. Consultado em 29 de abril de 2018 
  6. a b «Inaugurada a primeira etapa do novo Trapiche Eliezer Levy». Diário do Amapá. 20 de janeiro de 2018. Consultado em 23 de abril de 2018 
  7. a b BARBOSA, Cleber (20 de outubro de 2017). «Revitalização do Trapiche Eliezer Levy Inclui Espaços Gourmet e Coworking». Diário do Amapá. Consultado em 24 de abril de 2018 
  8. «Reabertura traz conceito diferenciado para o Trapiche Eliezer Levy». Diário do Amapá. 19 de janeiro de 2018. Consultado em 24 de abril de 2018