Ranulpho Prata
Ranulpho Prata | |
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Nome completo | Ranulpho Hora Prata |
Nascimento | 4 de maio de 1896 Lagarto, SE |
Morte | 24 de dezembro de 1942 (46 anos) São Paulo, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Médico, Escritor |
Magnum opus | Navios Iluminados |
Ranulpho Hora Prata (Lagarto, 4 de abril de 1896 — São Paulo, 24 de dezembro de 1942) foi um escritor e médico sergipano, notável por sua contribuição na literatura brasileira, além da medicina[1][2][3].
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nasceu em 4 de maio de 1896, em Lagarto, em Sergipe, filho do Coronel Felisberto da Rocha Prata e Dona Ana de Vasconcelos Hora (Ana Hora Prata)[2].
Após o ginásio em Salvador, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, onde estudou até o quarto ano. De 1918 a 1919, foi interno do Hospital Central do Exército, no Rio de Janeiro, para onde transferiu o curso, que concluiu em 1919, defendendo a tese "Do Riso"[4]. Em janeiro de 1920 recebeu o grau de doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro[2].
Formado médico, reside de 1921 a 1924 em Mirassol, interior de São Paulo[2][5][6].
Enquanto médico no interior de São Paulo, em Mirassol, casou-se com Dona Maria da Glória Prata em 1923. Tiveram um filho, Paulo Prata, que também se tornaria médico, fundador, junto com a esposa, Dra. Scylla Duarte Prata, do Hospital Amor (antes denominado Hospital de Câncer de Barretos), e pai do filantropo Henrique Prata, presidente atual do Hospital[2][7].
Acometido de abscesso pulmonar é internado na Casa de Saúde São Sebastião, no Rio de Janeiro. Reassume sua atividade profissional no Rio de Janeiro em 1924, por curto período, após se recuperar da doença[2].
Em 1925, ano muda-se para Aracaju, onde implanta o serviço de radiologia do Hospital de Cirurgia. Em 1927, transfere-se para Santos, trabalhando como radiologista na Santa Casa de Misericórdia de Santos. Residiria nessa cidade até seu falecimento aos 46 anos, em 24/12/1942, vitimado por tuberculose e hemorragia intestinal[2][8].
Além de sua carreira médica, Prata foi um prolífico escritor e contista. Em 1916, ficou em primeiro lugar em concurso promovido pelo jornal A Tarde (Salvador), com o conto “O Tropeiro”, publicado na edição de 20 de maio[2][9].
Seus romances e contos frequentemente exploravam temas sociais, como a vida dos pobres e o papel dos médicos na sociedade. Entre suas obras destacam-se "O Tropeiro" (1916), "O Triunfo" (1918), "Dentro da Vida" (1922), "A Longa Estrada" (1925), "O Lírio na Torrente" (1926), "Lampião" (1934), e "Navios Iluminados" (1937), sendo esta última a mais conhecida[2][10].
Ranulpho Prata também manteve uma amizade com o escritor Lima Barreto, com quem trocou correspondências que evidenciam uma preocupação comum com as questões sociais do Brasil. É patrono da cadeira sete da Academia Sergipana de Letras e da cadeira vinte e três da Academia Santista de Letras[2][10].
Sua vida e obra refletem a interseção entre a literatura e a medicina, demonstrando um compromisso contínuo com as questões sociais e humanitárias através de suas diversas atividades profissionais e criativas[2][10][11].
Em 1930, torna-se titular da Cadeira nº 7 da Academia Sergipana de Letras, tendo como patrono Manuel Curvelo de Mendonça, e posteriormente, torna-se membro da Academia Santista de Letras[2][6][12].
Obras[editar | editar código-fonte]
- O Tropeiro, 1916[13]
- O Triunfo, 1918[14]
- Dentro da vida: narrativa de um médico de aldeia, 1922[15]
- A Longa Estrada (Contos), 1925[16]
- O Lírio na Torrente, 1926[17]
- Lampião, 1934[18]
- Navios Iluminados (Romance), 1937[19]
Referências
- ↑ «LITERATURA SERGIPANA: RANULFO PRATA: "Um escritor com visão proletária" ¹». LITERATURA SERGIPANA. 13 de agosto de 2013. Consultado em 12 de março de 2019
- ↑ a b c d e f g h i j k l Gilfrancisco (organizador) (2018). Ranulfo Prata, Vida & Obra. [S.l.]: Edise. ISBN 9788553178148
- ↑ «Ranulpho Prata « LAGARTONET – Memorial Lagarto Online». Consultado em 12 de março de 2019
- ↑ Dias, Lúcio Antônio Prado (Organizador) (2017). Vida - I Antologia da SOBRAMES Sergipe (PDF). Aracaju: Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional Sergipe. pp. p. 50–60. ISBN 9788596567240 Verifique
|isbn=
(ajuda) - ↑ Samarone, Antonio (20 de junho de 2017). «Em defesa das causas perdidas: RANULPHO PRATA - Apontamentos para uma biografia.». Em defesa das causas perdidas. Consultado em 12 de março de 2019
- ↑ a b «Hospital de Câncer de Barretos e a solidariedade nacional - Acta Medica». www.actamedica.org.br. Consultado em 20 de abril de 2024
- ↑ «Henrique Prata, o peão que salva vidas». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 11 de maio de 2024
- ↑ «Novo Milênio: Histórias e Lendas de Santos: Porto dos poetas e prosadores (2-R)». www.novomilenio.inf.br. Consultado em 12 de março de 2019
- ↑ Ramos Jr., José de Paula (março/abril/maio 2014). «Prata que vale ouro». USP. Revista USP (n. 101): p. 217-222 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ a b c Lima, Cleverton Barros (2013). «Literatura e sofrimento: um olhar médico sobre a 'vida'». Manguinhos. História, Ciências, Saúde – Manguinhos. 3 (v.20, n.3, jul.-set. 2013): p.1025-1040. Consultado em 1 de janeiro de 2018
- ↑ Pereira, Alessandro Alberto Atanes. «História e literatura no porto de Santos: o romance de identidade portuária 'Navios Iluminados'»
- ↑ «Homenagem: Ranulfo Prata, fotógrafo de vísceras do porto de Santos « Tarrafa Literária». Consultado em 12 de março de 2019
- ↑ «O Tropeiro». Jornal A Tarde, Salvador. 20 de maio de 1916
- ↑ Prata, Ranulpho (1918). O Triunfo. Rio de Janeiro: Revista dos Tribunais
- ↑ Prata, Ranulpho (1922). Dentro da Vida (Narrativa de um Médico de Aldeia). São Paulo: Clube do Livro. 176 páginas
- ↑ Prata, Ranulpho (1925). A Longa Estrada (Contos). Rio de Janeiro: Edição do Anuário do Brasil. 221 páginas
- ↑ Prata, Ranulpho (1926). O Lyrio na Torrente. [S.l.]: Edição do Anuário do Brasil. 290 páginas
- ↑ Prata, Ranulfo (1934). Lampião. São Paulo: Ariel Editora
- ↑ Prata, Ranulpho (1937). Navios Iluminados (Romance). Rio de Janeiro: José Olympio Editora. 251 páginas