Renata Agondi

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Renata Agondi
Natação
Nome completo Renata Câmara Agondi
Nascimento 8 de fevereiro de 1963
Santos
Nacionalidade brasileira
Morte 23 de agosto de 1988 (25 anos)
Canal da Mancha

Renata Câmara Agondi (Santos, 8 de fevereiro de 1963Canal da Mancha, 23 de agosto de 1988) foi uma nadadora brasileira de maratona aquática, famosa por ter tentado atravessar a nado o Canal da Mancha, e por ter morrido nesta tentativa.[1][2]

Trajetória esportiva[editar | editar código-fonte]

Renata começou a nadar aos oito anos, no Aprenda a Nadar do Fluminense, no Rio de Janeiro, onde morou quando criança. Pelo clube, conquistou suas primeiras medalhas e títulos.[3] De 1980 a 1982, Renata manteve-se afastada da natação para retomá-la já em Santos, quando mudou o foco e passou a se dedicar às competições em águas abertas. Foi atleta do Clube de Regatas Saldanha da Gama, antes de integrar a equipe da Associação Santa Cecília de Esportes e, após, ela ainda atuaria pelo Clube Internacional de Regatas.[3] Em um curto espaço de tempo, transformou-se na principal competidora da categoria no estado de São Paulo e numa das melhores do país.

Aos 23 anos, em 1986, ela decidiu deixar o Brasil, após dezenas de provas, e competir na Europa. Foi a primeira mulher brasileira a fazer a Travessia Capri-Nápoles, na Itália, uma prova tradicional de 36 quilômetros. Ela chegou em terceiro lugar, entre as mulheres, com o tempo de 9 horas 27 minutos e quatro segundos, e ainda ficou com o título de vice-campeã da categoria profissional, e na sexta posição na geral, superando o também brasileiro Igor de Souza, que terminou em sétimo.[3]

Após isto, resolveu atravessar o Canal da Mancha. A tentativa ocorreu no dia 23 de agosto de 1988.[3] Porém, a técnica de Renata, Judith Russo, percebeu um erro: o capitão do barco começou a pilotar paralelamente em direção à costa. Após dez horas e 45 minutos, os tripulantes do barco acharam que Renata estava em perigo, já que devido ao erro na rota, não conseguiram chegar perto da França. Uma boia foi jogada para que ela saísse da água, o que causaria a desclassificação. Indignada com o gesto, Renata nadou rápido para se afastar do barco e completar a travessia. Mas esse sprint causou uma síndrome de esgotamento de estresse, que matou a brasileira.[4]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Depois do ocorrido, houve uma grande mudança na natação mundial, principalmente em águas abertas, com relação à segurança. As normas e regulamentos da época foram drasticamente modificadas.[1][2]

Homenagem[editar | editar código-fonte]

Atualmente, a Maratona Aquática Internacional de Santos é chamada de Troféu Renata Agondi, em homenagem à brasileira.[5]

Documentário[editar | editar código-fonte]

O documentário Renata, baseado no livro Revolution 9, lançado inicialmente em VHS em agosto de 2002, e dirigido por Rudá de Andrade.[6]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Renata Agondi - Revolution 9, biografia escrita por Marcelo Teixeira e baseado nos diários da nadadora.[7]

Referências

  1. a b «Renata Agondi: marco na segurança das maratonas em águas abertas». SPORTV. 26 de janeiro de 2013. Consultado em 29 de março de 2013 
  2. a b «Quem foi Renata Agondi?». Consultado em 15 de outubro de 2006. Arquivado do original em 22 de outubro de 2004 
  3. a b c d Recanto das Letras - Biografias: Renata Agondi Acessado em 21 de fevereiro de 2017
  4. Premiada nadadora brasileira, Renata Agondi morreu há 30 anos tentando cruzar o Canal da Mancha Portal BOL - agosto de 2018
  5. Troféu Renata Agondi[ligação inativa]
  6. Unisanta - Documentário: Renata Acessado em 21 de fevereiro de 2017
  7. - Unisanta - Livro: Renata Agondi - Revolution 9 Acessado em 21 de fevereiro de 2017

Ligações externas[editar | editar código-fonte]