Rua da Oliva

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Rua da Oliva
Apresentação
Tipo
Fundação
Localização
Localização
Altitude
15 m
Coordenadas
Mapa

A Rua da Oliva é uma rua em Pontevedra (Espanha) localizada no centro da cidade, à beira do centro histórico. É uma das principais ruas de Pontevedra e uma das mais comerciais.[1][2]

Origem do nome[editar | editar código-fonte]

A rua chama-se Rua da Oliva devido à presença de uma oliveira no local de origem da rua.[3][4]

História[editar | editar código-fonte]

Depois de ter sido designada a capital provincial em 1833, em meados do século XIX Pontevedra melhorou as suas ligações rodoviárias com outras cidades galegas. Entre 1847 e 1851, foram construídas a Rua da Oliva e a actual Rua Rosalía de Castro, e a sua prolongação sob a forma de uma estrada que ligava a cidade a Marim através de Mollavao.[5][6]

O projecto de 1854 já incluía o nome tradicional da Rua da Oliva.[3] Os comerciantes logo se mudaram para a rua e a Rua da Oliva logo se tornou uma rua comercial. Alguns anos após a sua abertura na Rua Michelena em 1856, a famosa joalharia e relojoaria Suárez mudou-se para a esquina da Rua da Oliva com a Praça da Peregrina em 1861.[7]

A 25 de Julho de 1888, a Rua da Oliva tornou-se a primeira rua na Galiza (juntamente com a vizinha Rua Michelena) a ter iluminação pública, graças à instalação de arcos eléctricos e lâmpadas incandescentes. Esta primeira rede eléctrica galega foi obra do Marquês de Riestra, que construiu a primeira fábrica de electricidade no noroeste da Península Ibérica, na praça da Verdura, e que em 1887 obteve a patente de um processo de adaptação dos dínamos.[8]

Entre 1889 e 1890, a escritora Concepción Arenal viveu no primeiro andar da Rua da Oliva 27, onde organizava um encontro de intelectuais.[9][10]

Em 1895, a rua chamava-se Elduayen e o seu traçado ia desde a praça da Peregrina até Mollavao. Em 1901, a rua voltou ao seu nome tradicional de Oliva.[3]

Nas primeiras décadas do século XX, a rua era o lar de conhecidos impressores, livrarias e lojas de brinquedos: a livraria Francisco Viñas no número 6, a livraria Julio Antúnez e casa de impressão ao lado, e o bazar Melero no número 13.[11][12]

Em 1915, teve início a construção do novo edifício central dos correios, localizado na Rua Oliva, e ficou concluído em 1929.[13][14]

Em 1927, quando o Rei Afonso XIII e a Rainha Vitória Eugénia visitaram Pontevedra, a Rua da Oliva já era uma rua central da cidade.[15]

Na década de 1940, a rua tornou-se o principal local de passeio para a juventude de Pontevedra. Nos anos cinquenta, a rua conheceu um importante desenvolvimento comercial e apresentou uma imagem urbana distinta.[16]

Em 1961, foi inaugurada o primeiro troço das galerias comerciais na Rua da Oliva e em 1965, foi aberto um segundo troço das galerias, ligando a Rua da Oliva à Rua General Gutiérrez Mellado.[17][18] Estas galerias comerciais, concebidas pelo arquitecto Enrique Barreiro para reunir os diferentes comerciantes e para modernizar e revitalizar o comércio, eram de grande importância na altura.[19]

Em 1981, a Rua da Oliva passou pela sua mais completa remodelação e, em 23 de Dezembro, tornou-se a primeira rua pedonal no centro da cidade.[20]

Em 2001, a parte pedonal da rua foi novamente renovada e em 2002, uma oliveira como a que deu nome à rua foi colocada em frente ao edifício central dos correios.[21]

Em 2018, com a abertura de um supermercado Gadis de 1700 metros quadrados no número 27 da rua onde vivia Concepción Arenal, a fachada tradicional do edifício foi recuperada.[22]

Descrição[editar | editar código-fonte]

É uma rua localizada em pleno centro da cidade, que tem um traçado recto de 175 metros e é essencialmente plana. A sua largura média é de 8 metros.

É uma rua central da primeira expansão urbana da cidade, pedonalizada entre a praça da Peregrina, à beira do centro histórico de Pontevedra, e a rua García Camba,[20] com uma única via de circulação e dois passeios desde a rua García Camba até à praça de São José.

Várias ruas convergem nela, de norte a sul: Galerías da Oliva, García Camba[23] e Marquês de Riestra. É uma das principais ruas do centro da cidade, com muitas lojas.

Edifícios notáveis[editar | editar código-fonte]

Uma das extremidades da Rua da Oliva coincide com a Praça de São José e, na esquina entre a praça e a rua, encontram-se os restos do pazo barroco das famílias Gago de Mendoza e Montenegro, que tem actualmente dois andares. Na parte superior destacam-se as suas ameias pontiagudas, decoradas no centro com estrelas de seis pontas inscritas num círculo.[24]

No meio da rua Oliva, na esquina da Rua García Camba, encontra-se o edifício central dos correios da cidade, a sede dos correios da província de Pontevedra. O edifício pertence ao estilo Art Nouveau que prevaleceu nos primeiros anos do século XX. A entrada principal tem a forma de um canto chanfrado com arcos apoiados por colunas clássicas e escadas de pedra que conduzem a uma sala de entrada elevada. É decorada com cantaria geométrica na fachada, particularmente no nível superior, com lucarnas e janelas geométricas em cada nível. O nível superior, acima da entrada principal, é coroado com o brasão de pedra da cidade.[25] No interior, o edifício é construído em torno de um espaço central sobre uma sala pública, e a utilização de materiais como o vidro, madeira e gesso, bem como a abóbada de vidro colorido, são particularmente notáveis.[26]

Na rua existem várias casas de pedra do final do século XIX, como a do número 33, com um rés-do-chão para uso comercial e um ou dois andares para uso residencial, o primeiro com varandas e o segundo com galerias, um padrão que se repetiu no século XIX nas ruas da primeira zona de expansão urbana da cidade.[27]

No número 30 da Rua da Oliva, na esquina da Rua Marqués de Riestra, há um edifício racionalista do arquitecto Emilio Salgado Urtiaga.[28]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «El comercio de la Oliva vuelve a salir a pie de calle». Pontevedra Viva (em espanhol). 22 de abril de 2018 
  2. «Sargadelos & Enmarcaciones Torrado estrenan tienda». Pontevedra Viva (em espanhol). 10 de janeiro de 2017 
  3. a b c «El punto neurálgico de la ciudad». Pontevedra Viva (em espanhol). 30 de junho de 2017 
  4. «Los olivos en Galicia son únicos en el mundo». Diario de Pontevedra (em espanhol). 12 de junho de 2022 
  5. Fortes Bouzán 2011, p. 386.
  6. Durán Villa 2000, p. 90.
  7. «A los pies de la Peregrina, en Pontevedra, desde hace 160 años». La Voz de Galicia (em espanhol). 18 de junho de 2021 
  8. «El alumbrado público de La Oliva y Michelena, el primero de toda Galicia, cumple 133 años». Diario de Pontevedra (em espanhol). 6 de julho de 2021 
  9. «Cuando Concepción Arenal vivió en Pontevedra». Diario de Pontevedra (em espanhol). 1 de dezembro de 2019 
  10. «La vida de Concepción Arenal en Pontevedra». Faro (em espanhol). 10 de março de 2013 
  11. «La Navidad de hace un siglo en Pontevedra». Diario de Pontevedra (em espanhol). 23 de dezembro de 2015 
  12. «Imprenta Librería Portela. Eladio Portela Gómez, el fundador (I)». Diario de Pontevedra (em espanhol). 1 de novembro de 2020 
  13. «La Casa de Correos, la obra interminable». Diario de Pontevedra (em espanhol). 25 de agosto de 2019 
  14. «A Correos sí, pero sin bebé». La Voz de Galicia (em espanhol). 23 de janeiro de 2013 
  15. «Cuando Alfonso XIII y Victoria Eugenia visitaron Pontevedra». Diario de Pontevedra (em espanhol). 29 de maio de 2022 
  16. «Los paseos de moda: del Chocolate a la Oliva». Faro (em espanhol). 13 de junho de 2021 
  17. «Adiós al acceso a las Galerías Oliva desde Gutiérrez Mellado». Diario de Pontevedra (em espanhol). 31 de janeiro de 2023 
  18. «Medio siglo de las Galerías Oliva. Niní, la primera boutique de la ciudad, fue diseñada por el pintor Alonso Alonso». La Voz de Galicia (em espanhol). 10 de setembro de 2011 
  19. «Medio siglo vendiendo bajo techo». Diario de Pontevedra (em espanhol). 2 de outubro de 2011 
  20. a b «Inauguración de la Oliva como calle peatonal». La Voz de Galicia (em espanhol). 23 de dezembro de 2018 
  21. «Un olivo en la calle de la Oliva». La Voz de Galicia (em espanhol). 18 de janeiro de 2002 
  22. «Un nuevo súper «con fachada bonita», wifi y 29 trabajadores». La Voz de Galicia (em espanhol). 30 de novembro de 2018 
  23. «La trágica suerte de la familia Gay García Camba». Diario de Pontevedra (em espanhol). 1 de setembro de 2019 
  24. Fontoira Surís 2009, p. 342.
  25. Fontoira Surís 2009, p. 431.
  26. «El edificio de Correos volvió a la luz». Diario de Pontevedra (em espanhol). 14 de maio de 2013 
  27. Fontoira Surís 2009, p. 445-446.
  28. «Edificios singulares». La Voz de Galicia (em espanhol). 17 de maio de 2013 

Ver também[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Rua da Oliva

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Francisco Durán Villa (2000). Provincia de Pontevedra (em espanhol). Madrid: Mediterráneo. ISBN 8471563371 
  • Rafael Fontoira Surís (2009). Pontevedra monumental (em galego). Pontevedra: Diputación de Pontevedra. ISBN 9788484573272 
  • Xosé Fortes Bouzán (2011). Pontevedra. Burgo, villa, capital (em espanhol). Brión-A Corunha: Guiverny. ISBN 978-84-939449-1-9 

Artigos relacionados[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]