Ruth Wilson Gilmore

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ruth Wilson Gilmore
Ruth Wilson Gilmore
Nascimento 2 de abril de 1950
New Haven
Cidadania Estados Unidos
Etnia afro-americanos
Alma mater
Ocupação geógrafa, professora universitária
Prêmios
  • Lannan Cultural Freedom Prize (2020)
  • Angela Y. Davis Prize (2012)
  • Harold M. Rose Award for Anti-Racism Research and Practice (2014)
  • Membro da Academia Americana de Artes e Ciências (2021)
  • Lifetime Achievement Honors (2020)
  • honorary doctor of the Clark University (2023)
Empregador(a) Universidade da Cidade de Nova Iorque, Universidade da Califórnia em Berkeley, Universidade do Sul da Califórnia

Ruth Wilson Gilmore (New Haven, 2 de abril de 1950) é uma investigadora e abolicionista penal norte-americana.[1] Ela é diretora do Center for Place, Culture and Politics e professora de geografia em Ciências da Terra e do Ambiente na City University of New York.[2] Ela foi reconhecida por ter inventado "mais ou menos por si só" o estudo da geografia carcerária,[3] o "estudo das inter-relações entre o espaço, as instituições e a economia política que moldam e definem o encarceramento moderno". [4] Ela recebeu o prémio Lifetime Achievement 2020 da American Association of Geographers, a associação americana de geógrafos.[5]

Infância e educação[editar | editar código-fonte]

Ruth Wilson nasceu em 2 de abril de 1950 em New Haven, Connecticut. Seu pai, Courtland Seymour Wilson, era um maquinista e era ativo no sindicato, tendo sido também ele criado por uma família ativa no sindicato de trabalhadores da Universidade de Yale. Em 1960, Wilson foi a primeira, e principalmente a única, estudante afro-americana a frequentar uma escola particular em New Haven. Em 1968, frequentou o Swarthmore College, onde se envolveu na política do campus e conheceu a irmã mais nova de Angela Davis, Fania. O primo de Gilmore, John Huggins, foi um dos membros fundadores da secção dos Panteras Negras do Sul da Califórnia e foi assassinado enquanto estava em Swarthmore em 1969. Mais tarde, nesse mesmo ano, matriculou-se em Yale, onde se formou em teatro.[3]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Gilmore obteve o grau de doutorada na Rutgers University em 1998, em geografia económica e teoria social, inspirada na obra de Neil Smith. [6][3] Depois de terminar o seu doutoramento, ela foi contratada como professora assistente em Berkeley e começou a trabalhar no seu conceito de geografia carcerária. A geografia carcerária examina as relações entre paisagem, recursos naturais, economia política, infraestrutura e o policiamento, prisão, encarceramento e controlo de populações.

Gilmore é co-fundadora de muitas organizações de justiça social, incluindo o California Prison Moratorium Project. [7] Em 1998, foi uma das co-fundadoras da organização Resistência Crítica, em conjunto com Angela Davis. Em 2003, foi cofundadora da Californianos Unidos por um Orçamento Responsável (CURB) para lutar contra a construção de cadeias e prisões, e actualmente faz parte do seu conselho directivo. [3]

Gilmore tem sido uma importante investigadora e oradora em tópicos que incluem as prisões, desencarceramento, capitalismo racial, movimentos de oposição, construção de Estado, entre outros. Wilson Gilmore é autora do livro Golden Gulag, que recebeu o Prémio Lora Romero para Primeiras Obras Publicadas para o Melhor Livro em Estudos Americanos pela American Studies Association em 2008. [8] Outros textos da sua autoria foram publicados em locais como Race & Class, The Professional Geographer, Social Justice, Global Lockdown: Race, Gender, and the Prison Industrial Complex, e a crítica antologia The Revolution Will Not Be Fund: Beyond the Non-Profit Industrial Complex, que foi editado pelo colectivo Incite!.

Prémios e reconhecimento[editar | editar código-fonte]

Em 2011, Gilmore foi a principal oradora convidada da Conferência Anual da National Women's Studies Association em Atlanta. [9]

Em 2012, a American Studies Association concedeu-lhe o primeiro lugar do prémio Angela Y. Davis de Educação Pública, que "reconhece académicos que aplicaram ou usaram as sua acção de educação para o bem público". Inclui trabalhos que tenham por objectivo explícito educar o público, influenciar políticas ou que, de outras formas, procure abordar as desigualdades de formas imaginativas, práticas e aplicáveis." [10]

Em 2014, Gilmore recebeu o Prémio Harold M. Rose de Investigação e Prática Antirracista da Associação de Geógrafos Americanos. [11]

Em 2017, Gilmore recebeu o prémio Richard A. Yarborough da American Studies Association. Este prémio homenageia académicos que demonstram excelência no ensino e na mentoria. [12]

Em 2019, a New York Times Magazine publicou um artigo sobre Wilson Gilmore e o seu trabalho abolicionista[13].

Em 2020, Gilmore foi listada pela revista Prospect como a sétima maior pensadora da era COVID-19, tendo escrito, “Gilmore passou uma grande parte dos últimos 30 anos a desenvolver o campo da geografia carcerária [...] Ela contribuiu para uma mudança de pensamento sobre respostas ao crime, de punição a reabilitação. À medida que as falhas do sistema de justiça dos EUA se tornam evidentes, as ideias radicais de Gilmore nunca foram tão relevantes". [4]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Kelly, Kim. «What the Prison-Abolition Movement Wants». Teen Vogue (em inglês). Consultado em 27 de abril de 2020 
  2. «The Graduate Center, CUNY». Consultado em 5 de novembro de 2014 
  3. a b c d Kushner, Rachel (17 de abril de 2019). «Is Prison Necessary? Ruth Wilson Gilmore Might Change Your Mind». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 13 de maio de 2019 
  4. a b «The world's top 50 thinkers for the Covid-19 age» (PDF). Prospect 
  5. American Association of Geographers (2 de dezembro de 2019). «AAG is Proud to Announce the 2020 AAG Honors». AAG Newsletter (em inglês). Consultado em 13 de junho de 2020 
  6. «Ruth Wilson Gilmore Biography». University of California. Consultado em 7 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 8 de novembro de 2014 
  7. «The Worrying State of the Anti-Prison Movement - Social Justice». www.socialjusticejournal.org 
  8. «USC College's Ruth Wilson Gilmore receives prestigious book award». Consultado em 5 de novembro de 2014 
  9. National Women's Studies Association 32nd Annual Conference: Feminist Transformations (em inglês). National Women's Studies Association. 10 de novembro de 2011. doi:10.13016/M2BZ61B9XAcessível livremente – via Digital Repository of the University of Maryland  |hdl-access= requer |hdl= (ajuda)
  10. «ASA Awards and Prizes - ASA». www.theasa.net 
  11. «Ruth Wilson Gilmore to Receive Award for Anti-Racism Research, Practice». Consultado em 5 de novembro de 2014 
  12. https://www.theasa.net/awards/committee-caucus-awards-prizes/richard-yarborough-award
  13. «Is Prison Necessary? Ruth Wilson Gilmore Might Change Your Mind». The New York Times. 17 de abril de 2019. Consultado em 4 de maio de 2020 

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]