Sam Pa

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Sam Pa
徐京华
Sam Pa
Sam Pa
Pseudônimo(s) Samo Hui, Sam King, Ghiu Ka Leung, António Sampo Menezes, Xu Jinghua, Samo Xu
Nascimento
China
Nacionalidade chinês
Cidadania angolano
britânico
Cônjuge Veronica Fung
Ocupação Traficante de armas, empresário.

Sam Pa (em chinês: 徐京华), ou ainda Samo Hui, Sam King, Ghiu Ka Leung, António Sampo Menezes ou Xu Jinghua (que seria seu nome verdadeiro) ou Samo Xu (China, c. 1958) é um empresário sino-britânico-angolano, investigado e preso na China em 2015 sob acusação de traição ao partido comunista e corrupção.

Com um largo histórico de negócios obscuros, Sam Pa estaria envolvido em fraudes bilionárias em Angola e outros países africanos onde teria negócios como diretor da empresa 88 Queensway Group, e até com a empresa LaMia que se notabilizou com o acidente em 2016 que vitimou a equipe brasileira de futebol da Chapecoense.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Pa teria nascido na China, mas desde novo sua família se mudara para Hong Kong, então uma possessão britânica, ; mais tarde ele teria ido para a União Soviética onde receberia treinamento militar; ali, em Baku, teria conhecido o futuro líder angolano José Eduardo dos Santos, de quem ficou amigo.[1]

Durante a guerra civil angolana ele atuou, com o nome de Samo Xu, como traficante de armas para os combatentes; ao fim do conflito ele mudou de ramo, passando a operar na intermediação do petróleo de Angola, em negócio que envolveu o português Hélder Bataglia e o francês Pierre Falcone, ambos envolvidos no escândalo conhecido por Angolagate a envolver na França diversas autoridades no tráfico de armas.[1]

Junto aos dois parceiros, Pa teria urdido uma união entre a petrolífera Sonangol e a China International Fund Limited (pertencente ao seu 88 Queensway Group), criando a China Sonangol; em 2005 esta empresa passou a intermediar a venda do petróleo angolano, que adquiria ao valor de 55 dólares o barril, para a China ao valor de 100 dólares o barril.[1]

O montante decorrente da defasagem deveria ser coberto com a construção de obras de infraestrutura, hospitais, etc., em Angola; contudo mais tarde suspeitou-se que esta contrapartida, feita em qualidade muito aquém da mínima necessária, era toda ela financiada por empréstimos junto a bancos estatais chineses, a juros muito abaixo daqueles que o próprio China International Fund utilizava em suas operações, o que multiplicaria ainda mais seus lucros.[1] Em 2004 ele teria obtido permissão para explorar blocos petrolíferos na costa do país.[1]

O modelo de negócio de Pa com Angola foi repetido por ele em Conacri (capital da Guiné) e no Zimbábue; neste último caso sua aproximação com o ditador Robert Mugabe rendeu-lhe a aplicação de sanções por parte dos Estados Unidos — medida esta que aparenta ser inócua, já que muitos dos negócios do 88 Queensway Group estão em nomes de terceiros, como sua esposa Veronica Fung, e é um dos grandes investidores do mercado imobiliário novaiorquino.[1]

Outros negócios nebulosos de Pa incluem a Coreia do Norte, empresa de táxi, a ligação próxima com o vice-presidente angolano Manuel Domingos Vicente, e a ligação com o governador de Fujian, Su Shulin que, investigado por corrupção, levou à prisão de Pa por autoridades da China em 8 de agosto de 2015.[1]

Suspeita-se ainda que Pa tenha usado a Ricardo Alberto Albacete Vidal, fundador da empresa aérea então venezuelana LaMia, como seu testa-de-ferro quando este em 2013 tentou transferir seus negócios para a Espanha e operar com destinos africanos.[2]

Por conta do envolvimento com o político chinês, Pa também respondia a inquérito acerca do projeto de exploração dos blocos do litoral angolano, que levaram a investimentos avaliados em dez bilhões de dólares por parte da petrolífera Sinopec, e resultaram num prejuízo de 1,6 bilhão.[3]

Referências