Santo Forte

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Santo Forte
Santo Forte
Pôster promocional
 Brasil
1999 •  cor •  82 min 
Gênero documentário
Direção Eduardo Coutinho
Produção Cristiana Grumbach
Roteiro Eduardo Coutinho
Edição Jordana Berg
Idioma português

Santo Forte é um documentário brasileiro dirigido por Eduardo Coutinho, estreado em 1999, que conta diversas experiências religiosas de alguns moradores da favela Vila Parque da Cidade, no Rio de Janeiro. O Filme é gravado entre o período em que ocorreu a missa campal celebrada pelo Papa no Aterro do Flamengo e o Natal em 1997. As histórias contadas pelos entrevistados desenvolve no telespectador a imaginação de como aquilo aconteceu e até o questionamento sobre a .[1]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

O documentário revela a história de algumas pessoas, residentes na favela Vila Parque da Cidade e suas experiências de comunicação com o sobrenatural, sejam eles Umbandistas Católicos ou Evangélicos. O diretor filma as pessoas em suas casas, mostrando sua intimidade. Além de captar e apresentar a interação da equipe de filmagem com os entrevistados nas lentes, mostrando para o telespectador a relação dos entrevistados diante das câmeras com maior realismo.[2] Entre uma missa campal celebrada pelo Papa no Aterro do Flamengo e, meses depois, a comemoração do Natal, o documentário filma a intimidade dos católicos, umbandistas e evangélicos de uma favela carioca. Cada um a seu modo, eles crêem na comunicação direta com o sobrenatural através da intervenção de santos, orixás, guias ou do Espírito Santo.

Contexto[editar | editar código-fonte]

O filme iniciou suas gravações em 5 de outubro de 1997, data em que o Papa celebrava a missa no Aterro do Flamengo e finalizou na véspera de natal, cada um contando seu modo de comemorar o aniversário de uma figura religiosa.

Comentários e análises[editar | editar código-fonte]

“Em Santo Forte, a delimitação do ambiente social permite que Coutinho enfatize que está revelando vidas particulares em um tempo e espaço específicos, mas a escolha da favela tem implicações simbólicas potentes. Coutinho assinala a presença da câmera como um registro e um modo de fabricação da realidade. No entanto, seu objetivo não é produzir um metadocumentário, mas construir instantes de visibilidade e momentos de fala que são registrados no filme como parte integral da experiência de "ser" frente à câmera. A noção que norteia essa atividade é a de que a realidade da câmera não tem, necessariamente, que induzir os entrevistados a falsas ações encenadas, mas que o uso da câmera registrando suas imagens e vozes pode tornar-se uma forma de autoria.” Artigo de Beatriz Jaguaribe na Revista Galaxia.[3]

“A comunidade é humilde, abriga gente cuja sabedoria tem mais a ver com a vivência do que necessariamente com qualquer experiência nos bancos escolares. Povo sofrido esse que encontra alento nos braços do catolicismo enquanto segue também a doutrina dos orixás.” Marcelo Muller, membro da ABRACCINE.[4]

“Consideramos também que a postura do diretor e a própria edição do filme nos ensinam a ouvir o outro e a entender como a religião participa da vida das pessoas, e o quanto cada um de nós é constituído pelas religiões com as quais comungamos.” SCARELI Giovana Scareli, Jornalista e colunista na Revista FAEEBA.[5]

Participações[editar | editar código-fonte]

  • Vera Dutra Dos Santos
  • Thereza Ferreira
  • Carla Daniela Santana
  • André Luiz Teodoro
  • Lidia Rodrigues de Andrade
  • Braulino da Silva
  • Marlene dos Santos Silva
  • Francisca Maria das Chagas
  • Alexsander Cardoso Navarro
  • Djanira Cardoso Navarro
  • Dejair da Cunha Pereira
  • Carlos Henrique Ramalho
  • Elizabeth Pereira da Silva
  • Marilene Guedes da Silva
  • Heloísa das Graças de Araujo
  • Adilson Lins de Araujo
  • Cícero Vicente
  • Vanilda Olinda dias

Ficha técnica[editar | editar código-fonte]

  • Produção Executiva: Claudius Ceccon, Dinah Frotté, Elcimar de Oliveira
  • Direção de Produção: Cláudia Braga
  • Secretária de Produção: Lydia Salgado
  • Assistência de Produção: Vera Dutra dos Santos, Daniel Coutinho, Maurício Silveira, Alexsander Cardoso Navarro
  • Produção de Finalização: Cristiana Grumbach
  • Estagiária de Produção: Fernanda Novaes
  • Fotografia: Luis Felipe Sá, Fabian Silbert
  • Segunda Câmera: Cristiana Grumbach
  • Fotografia Adicional: André Horta
  • Still: Claudia Linhares Sanz
  • Assistência de Fotografia: Jaime Costa, Marcio Bredariol, Pedro Gomes
  • Som Direto: Valeria Ferro, Paulo Ricardo Nunes
  • Som Adicional: Bruno Fernandes, Elcy de Oliveira
  • Montagem: Jordana Berg
  • Edição de Som: Virginia Flores, Fernando Ariani
  • Decupagem: Elaine Stopatto, Julio Cesar Barbosa, Lorenzo Aldé
  • Pesquisa e Consultoria: Patricia Guimarães
  • Pesquisa de Personagens: Patricia Guimarães, Cristiana Grumbach, Vera Dutra dos Santos, Daniel Coutinho
  • Assistência de Direção: Cristiana Grumbach
  • Direção: Eduardo Coutinho

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Dicionário de Filmes Brasileiros, pg. 724. "Santo Fortel"». Consultado em 22 de junho de 2015. Arquivado do original em 26 de dezembro de 2013 
  2. Santo Forte, Eduardo Coutinho - disponível online e gratuito no Youtube
  3. JAGUARIBE, Beatriz. O Self Reencantado: notas sobre Santo Forte e Estamira. Revista Galáxia, São Paulo, n. 22, p. 184-195, dez. 2011.
  4. Marcelo Muller http://www.papodecinema.com.br/filmes/mostra-santo-forte Papo de Cinema 24 de outubro de 2013
  5. SCARELI Giovana. Cinema e Religião em Santo Forte, de Eduardo Coutinho. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 20, n. 35, p. 41, jan./jun. 2011