Teotónio Maria Coelho Borges

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Teotónio Maria Coelho Borges
Nascimento 1821
Angra do Heroísmo
Morte 11 de janeiro de 1887
Lisboa
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação oficial

Teotónio Maria Coelho Borges (Angra, 1821Lisboa, 11 de janeiro de 1887) foi um oficial general do Exército Português que se notabilizou nas Campanhas de Pacificação em Angola e pelo seu apoio ao marechal Saldanha.[1][2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Angra, filho ilegítimo de Francisco Manuel Coelho Borges, um membro de uma família nobre preponderante na cidade. Alistou-se com 15 anos e assentou praça como voluntário a 7 de junho de 1836 na Brigada Real da Marinha, passando no ano seguinte ao Batalhão Naval. Iniciou uma carreira militar que o levou a alferes em 1842, a tenente em 1847, a capitão em 1851, tendo neste posto passado ao exército de África Ocidental, sendo colocado em Angola. No Exército da África Ocidental passou a major, por distinção no campo de batalha, em 1860 e foi-lhe permitido ficar pertencendo ao Exército de Portugal. Manteve-se em Angola, onde passou a tenente-coronel e coronel em 1862. Contudo, só em 1882 viu a sua promoção ao posto de coronel reconhecida no Exército de Portugal. Reformou-se em 1883, no posto de general de divisão.[1]

Com uma longa carreira, quase toda na então Província de Angola, foram importantes os seus serviços na África Ocidental, ao ponto de agraciado com a comenda da Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito, por honroso feito praticado em combate. O seu nome figura entre os heróis da África portuguesa, tendo em 1855 comadado os colonos portugueses que ocuparam Ambriz em Angola.[4] Comandou o presídio de Massangano (1853), as forças da expedição a Ambriz (1854) e as forças em campanha, em 1860, quando foi promovido por distinção. Foi também o comandante das operações a leste de Luanda (1862-1864), na acção punitiva contra o régulo de Cassange e foi de seguida nomeado governador da Fortaleza de São Francisco do Penedo. Na administração civil, foi chefe do concelho de Ambriz (1860) e governador do distrito de Golungo Alto (1863).[1]

Contudo, a sua carreira em Angola foi uma autêntica aventura, por um lado recheada de glórias militares e marcada pelo exercício de lugares de destaque na administração colonial, mas também maarcada por períodos de acção obscura, que o levaram à prisão entre 1850 e 1853, acusado de extorsão e violência, tendo sido julgado em conselho de guerra e condenado.[1]

Regressou definitivamente a Portugal em 1865, revelando-se um apoiante incondicional de João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun, o marechal Saldanha, a quem acompanhou na sua última aventura político-militar em 1871 e na intentona conhecida por A Pavorosa (julho de 1872), sendo deportado para a praça de Peniche e julgado por crime de revolta, saindo contudo absolvido. A sua atividade política levou a que fosse uma das principais vítimas políticas de Fontes Pereira de Melo, numa relação de oposição permanente, exacerbada pela devotada amizade que dedicava ao duque de Saldanha e ao conde de Peniche.

Recebeu as condecorações de comendador da Ordem de Cristo (1862) e comendador da Torre e Espada (1863).

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d Enciclopédia Açoriana: «Borges, Teotónio Maria Coelho».
  2. Alfredo Luís Campos, Memória da Visita Regia à Ilha Terceira. Imprensa Municipal, Angra do Heroísmo, 1903.
  3. Genealogias da Ilha Terceira, vol. III, pp. 283-284.
  4. E. Noronha, José do Telhado em África. Porto, Liv. Simões Lopes, 1923.