Tratado de Versalhes (1871)

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O Tratado de Versalhes de 1871 colocou um ponto final na Guerra franco-prussiana. O tratado foi assinado por Louis Adolphe Thiers da Terceira República Francesa, e Otto von Bismarck do Império Alemão, em 26 de Fevereiro de 1871, e representou um tratado preliminar utilizado para consolidar o armistício inicial de 28 de Janeiro de 1871 entre os dois estados.[1] Seria mais tarde ratificado pelo Tratado de Frankfurt em 10 de Maio do mesmo ano. Este último tratado acentuou o declínio francês ao olhos do restante continente e, ao mesmo tempo, mostrou a força de um império alemão unificado.

A entidade governamental parisiense, o Governo de Defesa Nacional, iniciou o armistício ao render-se aos alemães depois do cerco de Paris. Jules Favre, um destacado político francês, encontrou-se com Otto von Bismarck em Versalhes para assinar o armistício em 28 de Janeiro de 1871. Adolphe Thiers passou a ser o novo líder francês à medida que o país começou a reconstruir o seu governo.

Ruptura do Governo francês[editar | editar código-fonte]

Nos primeiros meses de 1871, as forças alemãs obtiveram vários sucessos militares contra o governo francês, incluindo a captura do imperador francês, Luís Napoleão do Segundo Império Francês, na Batalha de Sedan. Este acontecimento causou a queda do império de Luís Napoleão que foi substituído pela Terceira República Francesa em 1870. O Governo de Defesa Nacional serviu como administração interina antes de a Terceira República passasse por eleições, mas foi criticado pelos parisienses pois foi incapaz de acabar com o cerco. Os governantes estabeleceram, então, centros de governo em Bordéus e Tours, o que impediu os elementos do governo incapazes de comunicar entre eles, dificultando, ainda mais, a estrutura do estado, e enfraquecendo o governo.

Unificação alemã[editar | editar código-fonte]

Enquanto o governo francês se deteriorou, Otto von Bismarck conseguiu concretizar a unificação da Alemanha em 18 de janeiro de 1871. O rei Guilherme I da Prússia foi declarado Kaiser do recém-criado Império Alemão na Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes. A nova estrutura de comando alemã pretendia assinar um tratado de paz para ficar com as possessões coloniais francesas; no entanto, Bismarck optou por tréguas imediatas pois a sua primeira razão para a guerra, a unificação alemã, já tinha sido alcançada. Ele estava preocupado com o facto de um aumento de violência resultasse em mais baixas alemãs, e acentuasse o ressentimento francês. Bismarck também estava preocupado em não chamar a atenção às outras nações europeias, pois temia que eles se unissem para intervir caso o novo estado alemão mostrasse uma grande vontade de poder. Ambos os lados ansiavam por assinar um tratado no início de Fevereiro de 1871.

Condições do tratado[editar | editar código-fonte]

Os termos do tratado incluíam uma indemnização de guerra de cinco milhões de francos a serem pagos pela França à Alemanha. O exército alemão continuaria a ocupar partes da França até que o pagamento terminasse. O tratado também reconhecia Guilherme I como Kaiser no novo império alemão. A discussão preliminar teve início com a questão da cessação da Alsácia e de Moselle da região de Lorena, à Alemanha. Apesar das objecções de Bismarck, Helmuth von Moltke e os seus generais insistiram em que o território era necessário como barreira defensiva. Bismarck opôs-se à anexação pois não queria que a Alemanha fosse um inimigo permanente da França.[2] A porção anexada da Alsácia-Lorena seria mais tarde reduzida pelo Tratado de Frankfurt, permitindo à França reter o Território de Belfort.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. George W. Kyte (1946), "The Vanquished Must Surrender: Jules Favre and the Franco-German Armistice of 1871", Historian, 9: 19–36.
  2. Taylor, A.J.P. (1988). Bismarck: The Man and the Statesman. [S.l.]: Hamish Hamilton. p. 133. ISBN 0-241-11565-5 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Abrams, Lynn. Bismarck and the German Empire, 1871-1918. Nova York: Routledge, 1995.
  • Howard, Michael Eliot. The Franco-Prussian War: The German Invasion of France, 1870-1871. Nova York: Routledge, 2001.
  • Hozier, Henry Montague and Adams, William Henry Davenport. The Franco-Prussian War: Its Causes, Incidents, and Consequences. Londres: W. Mackenzie, 1872.
  • Wawro, Geoffrey. The Franco-Prussian War: the German conquest of France in 1870-1871. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]