Usuário:Bageense/Testes/LILdS

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Seção retirada de Luis Inácio Lula da Silva

Suspeitas de corrupção[editar | editar código-fonte]

A partir do início de 2016, a vida do político passou a mostrar-se bem conturbada, com investigações contra si por acusações dos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e ocultação de patrimônio.[1]

Lula é réu em cinco ações penais, três das quais estão no âmbito da Operação Lava Jato[2]. Se tornou réu pela primeira vez em 29 de julho de 2016, quando o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, aceitou denúncia apresentada pelo MPF e transformou em réus por obstrução de justiça o ex-presidente Lula, o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, o advogado Édson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai. O ex-presidente foi acusado de tentar impedir o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, de assinar acordo de delação premiada.[3]

Em 20 de setembro de 2016, o juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia do MPF e Lula se tornou réu de ação criminal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.[4][5][6] Lula teria recebido mais de 3 milhões de reais em propina , cujo repasse seria feito pela empreiteira OAS em forma de melhorias e reformas em um triplex, além de armazenamento de bens pessoais por parte da empreiteira.[7]Antes de virar réu, após a denúncia do MPF, Lula negou participar de corrupção. "Provem uma corrução minha que eu irei a pé para ser preso", disse o ex-presidente, em discurso. Para Moro, o processo será uma "oportunidade" para Lula "exercer livremente sua defesa" e para a Procuradoria "produzir a prova acima de qualquer dúvida razoável".[8]

Em 13 de outubro de 2016, o juiz Vallisney de Souza Oliveira aceitou integralmente a denúncia do MPF oferecida contra o ex-presidente Lula pelos crimes de tráfico de influência, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva na Operação Janus, que investiga negócios suspeitos em Angola com dinheiro do BNDES.[9][10] Em nota, a defesa de Lula rechaçou as acusações, dizendo que o ex-presidente é vítima de lawfare.[9] Em 17 de dezembro de 2016, o mesmo juiz aceitou a denúncia do MPF, no âmbito da Operação Zelotes, e o ex-presidente Lula virou réu por por tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa em negociações que levaram à compra de 36 caças sueco modelo Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627.[11]

No dia 19 de dezembro de 2016, Moro aceitou uma nova denúncia da força-tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente Lula. Com a decisão, Lula se torna réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com os advogados, o recebimento da denúncia pelo juiz Sérgio Moro "reforça a realidade de que agentes do Estado, sem qualquer isenção, usam processos judiciais para perseguir Lula".[12] De acordo com a denúncia, Lula participou de um esquema para desviar entre 2% e 3% dos valores de contratos assinados entre a Odebrecht e a Petrobras. A cifra total dos desvios ultrapassaria 75 milhões de reais.[12]

Triplex no Guarujá[editar | editar código-fonte]

Em janeiro de 2016 o ministério público de São Paulo obteve indícios suficientes para denunciar o ex-presidente Lula pelo crime de lavagem de dinheiro, segundo a investigação a construtora OAS, investigada na Operação Lava Jato, reservou para a família do petista um apartamento triplex no Guarujá e pagou, ainda segundo a investigação, por uma reforma estrutural no imóvel no valor de 777 mil reais. Os promotores apuram também se a construtora usou outros apartamentos no mesmo prédio para lavar dinheiro ou beneficiar outras pessoas indevidamente.[13][14][15]

Ao Jornal Nacional, o promotor do caso afirmou que há indícios de que houve tentativa de esconder a verdadeira identidade do dono do triplex. E essa seria uma forma de encobrir o crime de lavagem de dinheiro.[16] Segundo O Estado de S. Paulo a construtora OAS, gastou R$ 380 mil para mobiliar o apartamento triplex no edifício Solaris, em Guarujá, que seria propriedade de Luiz Inácio Lula da Silva.[17]

Em entrevista concedida à Veja, o procurador federal Carlos Lima declarou que serão "investigadas na operação Lava Jato todas as operações desses apartamentos do edifício Solaris. Queremos verificar se há outros indicativos de lavagem de dinheiro nesse empreendimento". Em entrevista à mesma revista o delegado da Polícia Federal Igor de Paula, coordenador da Operação Lava Jato, declarou "Não necessariamente todos os imóveis do Solaris têm irregularidades. Se houver irregularidade no suposto triplex de Lula, ele provavelmente vai ser chamado a falar sobre isso", prosseguiu.[18][19] Segundo a Veja o "triplex de Lula" está registrado em nome da OAS, mas a Polícia Federal o incluiu no rol dos imóveis com “alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade” sob investigação na Operação Triplo X.[20][21]

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), embora o ex-presidente tenha alegado que o apartamento não é seu, por estar em nome da empreiteira, depoimentos do zelador, da porteira, do síndico e de dois engenheiros da OAS, bem como dirigentes e empregado da empresa contratada para a reforma referem-se a visitas e a participação de sua família em tratativas sobre a reforma do apartamento.[22]

De acordo com a Folha de S.Paulo Marisa Letícia, mulher de Lula, adquiriu a opção de compra do tríplex de 267 metros quadrados, em 2005 por meio da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do prédio. Em 2014, o triplex foi totalmente reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015, a assessoria de Lula informou à Folha que a família havia desistido de ficar com o imóvel.[23][24] A defesa do ex-presidente argumenta que ele nunca foi dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um projeto da Bancoop, cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A cooperativa se tornou insolvente e transferiu imóveis inacabados para a construtora OAS.[25][26]

Ao Jornal Nacional José Carlos Blat, o promotor do caso, contestou a versão de Lula. Segundo ele, na Bancoop, não existem cotas “A Bancoop não é um consórcio. A Bancoop oferecia unidades habitacionais. Todos, sem exceção, compraram apartamentos ou casas e, ao longo do tempo, pagaram as prestações devidas à Bancoop, que colocou um sobrepreço indevido, ilegal. Então, todas as pessoas que compraram da Bancoop compraram coisas concretas, ou seja, unidades habitacionais, apartamentos e casas. Não existem cotas da Bancoop”.[27]

Sítio em Atibaia[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro do mesmo ano Sérgio Moro, juiz federal que conduz os processos da Operação Lava Jato, autorizou a abertura de inquérito para que a Polícia Federal investigue o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, usado pelo ex-presidente. A família de Lula usa frequentemente o sítio, que foi reformado em 2011. Segundo a Revista Época, entre 2012 e 2015 Lula e a família viajaram 111 vezes ao sítio, que tem 173 mil metros quadrados, lago, piscina e uma ampla residência.[28][29][30]

O MPF suspeita que as empreiteiras OAS e Odebrecht tenham realizado obras na propriedade rural como compensação por contratos com o governo. Segundo a investigação, a reforma teria custado aproximadamente 500 mil reais. De acordo com O Estado de S. Paulo, a empreiteira OAS pagou em dinheiro vivo os móveis e eletrodomésticos da cozinha e da área de serviço do sítio, e ainda segundo o jornal o total comprado para o sítio foi de 180 mil reais.[31][32]

O instituto Lula em nota declarou: "São infundadas as suspeitas dos promotores e são levianas as acusações de suposta ocultação de patrimônio por parte do ex-presidente Lula ou seus familiares".[33] Ainda segundo o instituto "Lula não ocultou patrimônio, não recebeu favores, não fez nada ilegal. [...] A tentativa de associá-lo a supostos atos ilícitos tem o objetivo mal disfarçado de macular a imagem do ex-presidente".[34]

Sobre o sítio em Atibaia, o Instituto Lula afirmou, em nota, que o ex-presidente Lula nunca escondeu que frequenta em dias de descanso o sítio Santa Bárbara, que pertence a amigos dele e de sua família. O instituto afirma que não há nada ilegal nestes fatos, que só eles não servem para vincular Lula a qualquer espécie de suspeita ou investigação.[35]

Em entrevista a blogueiros dias antes de surgirem as denuncias, Lula afirmou que “não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido”, disse.[36][37]

Em 4 de março de 2016, a ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber negou o pedido apresentado pela defesa de Lula para suspender duas investigações, sobre o triplex em Guarujá e o sítio em Atibaia ligados a ele. Rosa Weber negou a suspensão argumentando não ter observado "ilegalidade irrefutável, patente e de imediata compreensão" nas duas investigações. Em caso de interrupção, haveria risco, segundo ela, de "indevida ingerência em prerrogativa constitucional titularizada pelo Ministério Público em nome da sociedade".[38]

No mesmo dia, em um discurso inflamado na sede do Sindicado dos Bancários de São Paulo, Lula afirmou "eu passei a ser o melhor presidente do começo do século 21 no mundo inteiro", e afirmou também que "Se eles (o juiz Sérgio Moro e os procuradores), juntos, forem R$ 1 mais honestos do que eu, desisto da vida política".[39]

Denúncias do MPF[editar | editar código-fonte]

Em 21 de julho de 2016, Lula foi denunciado pelo Ministério Público Federal de Brasilia por obstrução à justiça na Lava Jato.[40] Em 29 de julho a Justiça Federal de Brasília aceitou a denúncia do MPF e Lula se tornou réu da ação.[41][42][43] Em 26 de agosto, foi indiciado pela Polícia Federal, juntamente com a sua esposa Marisa, por corrupção e lavagem no caso do tríplex do Guarujá.[44][45][46][47]

No dia 15 de setembro de 2016, durante denúncia do MPF em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol declarou que Lula era o "comandante máximo" do esquema investigado pela Lava Jato.[48] A defesa do ex-presidente alegou que o MPF não apresentou provas e que a acusação era política.[49] A denúncia contra Lula repercutiu na imprensa internacional, que classificou a linguagem da acusação como "impressionante" e destacou a fragilidade das provas.[50]

No mês seguinte, A PF indiciou o ex-presidente pelo crime de corrupção em razão de evidências de propina de 20 milhões de reais mascarada em contratos da empreiteira Odebrecht, em Angola, firmados com a empresa Exergia, cujo sócio era Taiguara Rodrigues dos Santos, seu sobrinho. Lula foi indiciado por corrupção passiva, porque a PF concluiu que os contratos de Taiguara só aconteceram em razão do parentesco e das relações da empreiteira com Lula, além dos documentos que citam o próprio ex-presidente no negócio.[51]

O indiciamento ocorreu após cinco meses de investigação da Operação Janus, que devassou contratos da empreiteira com a empresa Exergia. Em maio, a PF, com autorização da Justiça, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Taiguara em Santos. Uma das provas apreendidas pela PF era uma espécie de diário no computador do sobrinho de Lula, com diversos relatos da empresa e do petista. Taiguara preparou sua empresa para arrancar uma parte dos contratos bilionários da Odebrecht em Angola, financiados com dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Lula, segundo a Polícia Federal, atuava fazendo lobby para a empreiteira sob o pretexto de palestras, usando o status de ex-presidente para viabilizar obras fora do país bancadas pelo banco estatal.[51]

Em 10 de outubro de 2016, o MPF denunciou o ex-presidente pelos crimes de tráfico de influência, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva na Operação Janus. Segundo o MPF, Lula atuou junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros órgãos de Brasília, para favorecer a empreiteira Odebrecht em empréstimos para obras de engenharia realizadas em Angola. De acordo com as investigações, a empreiteira teria pago aos envolvidos valores que, atualizados, chegam a 30 milhões de reais. Taiguara dos Santos, que tinha contratos milionários com a Odebrecht no país africano, também foi denunciado por organização criminosa e lavagem de dinheiro.[52][53]

Em 9 de dezembro de 2016, o MPF denunciou à Justiça o ex-presidente Lula e o filho dele, Luiz Cláudio Lula da Silva, pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Operação Zelotes. De acordo com a acusação, Lula “integrou um esquema que vendia a promessa” de interferências no governo federal para beneficiar empresas.[54]

Acusação de interferência na Operação Lava Jato[editar | editar código-fonte]

De acordo com a Revista IstoÉ, em depoimentos na delação premiada, o senador do PT, Delcídio do Amaral, afirmou que o ex-presidente Lula e a presidente Dilma tentaram interferir na Operação Lava Jato com nomeação de ministros nos tribunais superiores favoráveis às defesas dos acusados.[55][56][57] Ainda segundo a Revista IstoÉ, o senador Delcídio afirmou na delação premiada que Lula tinha pleno conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras e agiu direta e pessoalmente para barrar as investigações ainda segundo a delação Lula teria sido o mandante do pagamento de dinheiro para tentar comprar o silêncio de testemunhas entre elas Nestor Cerveró a quem lula ordenou o pagamento de 250 mil reais, Lula não queria que o ex-diretor da Petrobras mencionasse o esquema do pecuarista José Carlos Bumlai na compra de sondas superfaturadas feitas pela estatal.

Operação Aletheia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Operação Aletheia
Polícia Federal em frente ao prédio o ex-presidente Lula depois de sua condução coercitiva para depoimento

No dia 4 de março de 2016, foi deflagrada pela Polícia Federal a 24ª fase da Operação Lava Jato que tem como principal investigado o ex-presidente Lula e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.[58]

A operação baseia-se, entre outros fatos, em investigações sobre a compra e reforma do sítio Santa Bárbara, localizado em Atibaia, e do apartamento tríplex, localizado no Guarujá. A PF investiga possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras - por meio de pagamentos dissimulados praticados por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht - ao Lula e a pessoas associadas.[59][60][61]

A operação também investiga se nas supostas palestras feitas por Lula teria ocorrido lobby e tráfico de influência envolvendo obras da Odebrecht no exterior. Ele é suspeito de ajudar a Odebrecht em contratos bilionários, de fazer lobby em licitações em países como Cuba, Venezuela, República Dominicana, Gana e Angola. A Odebrecht e o ex-presidente dizem que ele teria sido pago para dar palestras nesses países.[62][63][64]

A operação investiga também o instituto lula, segundo as investigações o instituto recebeu de empreiteiras R$ 20 milhões em doações e que a empresa LILS Palestras, que pertence ao ex-presidente, recebeu R$ 10 milhões. Investigadores querem saber se os recursos vieram de desvios da Petrobras e se foram usados de forma lícita. Parte do dinheiro foi transferido do Instituto Lula para empresas de filhos do ex-presidente, e o MPF apura se serviços foram de fato prestados. Segundo o juiz Sérgio Moro, os "valores vultosos" geram "dúvidas sobre a generosidade das aludidas empresas e autoriza pelo menos o aprofundamento das investigações".[65][66][67]

A polícia federal também cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Lula, na casa e empresa dos filhos dele e no sítio que era constantemente frequentado por Lula, em Atibaia.[68] De acordo com a imprensa, por volta das 8h30 o ex-presidente foi levado por agentes para o aeroporto de Congonhas com o objetivo de prestar depoimento a policia federal. Lula depôs no pavilhão das autoridades do aeroporto por mais de três horas e seguiu para a sede do diretório do Partido dos Trabalhadores, no Centro de São Paulo.[69] Manifestantes contra e a favor de Lula entraram em confronto em frente ao prédio do ex-presidente e também no aeroporto de Congonhas.[70]

Quebra de sigilo telefônico de Lula[editar | editar código-fonte]

O juiz Sérgio Moro retirou, no dia 16 de março, o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As conversas gravadas pela Polícia Federal incluem diálogo no mesmo dia com a presidente Dilma Rousseff, que o nomeou Ministro Chefe da Casa Civil. Contudo, Moro declarou que Lula já tinha pelo menos a suspeita das gravações, o que comprometeria a espontaneidade e a credibilidade de diversos momentos dos diálogos. O advogado de Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, disse que a divulgação do áudio da conversa entre a presidente Dilma Rousseff com Lula é uma "arbitrariedade" e estimula uma "convulsão social".[71][72]

A conversa telefônica se refere especialmente à oferta do cargo de ministro a Lula. Em entrevista posterior ele justificou que talvez aceitasse o cargo para ser útil ao governo, não para se proteger politicamente. Moro afirmou que havia indícios de uma tentativa de influenciar ou de obter auxílio de autoridades do Ministério Público ou da Magistratura em favor do ex-presidente, mas sem provas da participação das pessoas mencionadas. Houve ainda uma referência à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), "provavelmente para obtenção de decisão favorável ao ex-presidente na ACO 2822". Ela negou um pedido apresentado pela defesa do ex-presidente para suspender duas investigações sobre um triplex em Guarujá (SP) e um sítio em Atibaia (SP) ligados a ele, no que recebeu elogios de Moro no seu relatório.[73]

Lula vai além e, numa conversa com o Ministro Chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, solicita que ele converse com Dilma a respeito “de negócio da Rosa Weber”. Ricardo Lewandowski também aparece nos diálogos: "Há diálogo que sugere tentativa de se obter alguma intervenção do Exmo. Ministro Ricardo Lewandowski contra imaginária prisão do ex-presidente, mas sequer o interlocutor logrou obter do referido Magistrado qualquer acesso nesse sentido", disse o juiz. E ainda se fala do Ministro da Justiça Eugênio Aragão, que Lula reputa como amigo, embora "ainda não tivesse prestado qualquer auxílio". O juiz Moro enfatizou que "Houve tentativa pelos interlocutores em obter auxílio ou influenciar membro do Ministério Público ou da Magistratura não significa que esses últimos tenham qualquer participação nos ilícitos". Para Moro, porém, isso "não torna menos reprovável a intenção ou as tentativas de solicitação".[74][75]

As interceptações telefônicas são numerosas e se referem a muitos outros nomes do processo de impedimento e do cenário político nacional. Moro explicou que "O levantamento [do sigilo] propiciará assim não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público sobre a atuação da Administração Pública e da própria Justiça criminal”. E ainda: “A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras”, afirmou o juiz no seu despacho.[76]

Nomeação como ministro-chefe da Casa Civil[editar | editar código-fonte]

Dilma empossa Lula como Ministro Chefe da Casa Civil, em 17 de março de 2016.

Em 16 de março de 2016, Lula foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, substituindo Jaques Wagner. A cerimônia de posse foi realizada no dia seguinte no Palácio do Planalto.[77] A partir de gravações telefônicas que tiveram seu sigilo levantado pelo juiz Sérgio Moro, e do andamento de processos em que Lula era investigado alguns juristas criticaram a nomeação por verem o objetivo de movimentar o foro dos processos através do foro privilegiado.[78][79][80][81][82] Houve protestos em 18 estados e no Distrito Federal para se manifestar contra a nomeação.[83][84]

A nomeação foi alvo de disputas na Justiça Federal. Nas horas seguintes após sua oficialização, três juízes federais concederam liminares barrando a nomeação, mas foram revertidos por instâncias superiores.[85][86][87][88] Em decisão monocrática, o ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendeu a nomeação. A decisão foi proferida em ação apresentada pelos partidos PSDB e PPS. Na decisão, o ministro afirmou ter visto intenção de Lula em fraudar as investigações sobre ele na Operação Lava Jato.[89]

Após o impeachment da presidente Dilma, Gilmar Mendes extinguiu o processo por perda de objeto, mas Lula recorreu solicitando que o STF julgue o processo e "corrija o possível erro histórico".[90][91][92]

  1. Ferreira, Flávio; Bergamo, Mônica (9 de março de 2016). «Promotores denunciam Lula por ocultação de patrimônio em tríplex». Folha de S. Paulo. Folha da manhã. Consultado em 11 de março de 2016 
  2. «Lula réu pela quinta vez: os processos que vão decidir o futuro do ex-presidente». Consultado em 14 de Maio de 2017 
  3. Camila Bomfim e Mariana Oliveira. «Lula, Delcídio e outros 5 viram réus acusados de tentar obstruir a Justiça». G1. Globo.com. Consultado em 20 de dezembro de 2016 
  4. Vieira, André Guilherme; Basile, Juliana (20 de setembro de 2016). «Moro aceita denúncia e Lula vira réu na Lava-Jato por corrupção». Valor Econômico. Globo. Consultado em 21 de setembro de 2016 
  5. Carvalho, Cleide (20 de setembro de 2016). «Moro aceita denúncia e Lula se torna réu pela 2ª vez na Lava-Jato». O Globo. Consultado em 21 de setembro de 2016 
  6. Prazeres, Leandro (20 de setembro de 2016). «Moro aceita denúncia e Lula vira réu em ação da Lava Jato». UOL. Folha da manhã. Consultado em 21 de setembro de 2016 
  7. «Lula, 5 vezes réu. Estas são as acusações que pesam contra o ex-presidente». Consultado em 14 de Maio de 2017 
  8. «Lula vira réu após denúncia: entenda as justificativas de Moro». BBC. 20 de setembro de 2016. Consultado em 21 de setembro de 2016 
  9. a b Eduardo Gonçalves. «Lula se torna réu pela terceira vez». VEJA. Abril. Consultado em 20 de dezembro de 2016 
  10. Carolina Oms. «Lula e Marcelo Odebrecht viram réus na Operação Janus». Valor Econômico. Consultado em 20 de dezembro de 2016 
  11. André de Oliveira. «Lula réu pela quinta vez: os processos que vão decidir o futuro do ex-presidente». El Pais. Consultado em 20 de dezembro de 2016 
  12. a b «Moro aceita mais uma denúncia contra Lula na Operação Lava Jato». Agência Brasil. EBC. Consultado em 20 de dezembro de 2016 
  13. «Promotor vê indícios para denunciar Lula». Folha de S. Paulo. Folha da manhã. 23 de janeiro de 2016. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  14. «Depoimentos ligam Lula a reforma de imóvel da OAS». Folha de S. Paulo. Folha da manhã. 27 de dezembro de 2015. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  15. «Ministério Público vai intimar Lula a depor sobre tríplex como investigado». Folha de S. Paulo. Uol. 29 de janeiro de 2016. Consultado em 31 de janeiro de 2016  Texto "Folha de S.Paulo" ignorado (ajuda)
  16. «Promotor intima Lula e Marisa para depor sobre triplex». G1 São Paulo. Globo. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  17. Macedo, Fausto. «OAS gastou R$ 380 mil com mobília para cozinha e quarto de tríplex que Lula diz não ser dele». Estadão. O Estado de São Paulo SA. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  18. «Tríplex de Lula no Guarujá é investigado na Lava Jato». Veja. 27 de janeiro de 2016. Consultado em 1 de janeiro de 2016 
  19. André Richter (27 de janeiro de 2016). «Operação Triplo X: MPF suspeita que donos de imóveis ocultaram patrimônio». Agência Brasil. EBC. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  20. «Lula investigado! Veja as malandragens no tríplex e no sítio do ex-presidente |». Veja. Abril. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  21. «Um engenheiro e um porteiro no meio do caminho da história da carochinha de Lula |». Veja. Abril. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  22. «Lula foi beneficiário de desvios da Petrobras, diz MPF». Valor Econômico. Globo. Consultado em 4 de março de 2016 
  23. de Sousa, Josaías. «Explicações de Lula sobre triplex não têm nexo». UOL Política. Folha da manhã. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  24. «Nova fase da Operação Lava Jato mira apartamento triplex ligado a Lula». Folha. Folha da manhã. 28 de janeiro de 2016. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  25. «Prédio de tríplex reformado pela OAS para Lula teve uso irregular de FGTS, diz auditoria». Época. Globo. 2016. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  26. «Os documentos do Guarujá : desmontando a farsa». Instituto Lula. Consultado em 2 de fevereiro de 2016 
  27. «Promotor contesta versão de Lula de que não tinha triplex em Guarujá». G1. Globo. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  28. «Lula nega ser dono de sítio em Atibaia para onde teria ido 111 vezes». Jornal Hoje G1. Globo. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  29. «Sérgio Moro autoriza investigação exclusiva para sítio de Atibaia (SP)». G1 Paraná. Globo. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  30. «Moro autoriza inquérito específico sobre sítio utilizado por Lula». Revista IstoÉ. Três. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  31. Macedo, Fausto. «Moro autoriza inquérito sobre relação de sítio de Atibaia com OAS 'e outras empresas e pessoas investigadas'». Estadão. O Estado de São Paulo SA. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  32. Macedo, Fausto. «Testemunha afirma que empreiteira pagou em dinheiro móveis de sítio». Estadão. O Estado de São Paulo SA. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  33. «Nota sobre depoimento de Lula ao Ministério Público». www.institutolula.org. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  34. «Lula repudia tentativa de envolvimento em Lava Jato». Instituto Lula. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  35. «Dados oficiais confirmam comunicados do Instituto Lula sobre Guarujá e Atibaia». www.institutolula.org. Consultado em 11 de fevereiro de 2016 
  36. «Lula diz que não acredita ter alguém mais honesto que ele no Brasil - Brasil - O Dia». O Dia. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  37. «"Não existe viva alma mais honesta do que eu", diz Lula». revistaepoca.globo.com. Revista Época. Consultado em 31 de janeiro de 2016 
  38. Renan Ramalho (4 de março de 2016). «Ministra do STF nega pedido para suspender investigações sobre Lula». G1. Consultado em 5 de março de 2016 
  39. Lara Rizério (4 de março de 2016). «"Fui o melhor presidente que esta país já teve (e do mundo na virada do século), diz Lula». InfoMoney. Consultado em 5 de março de 2016 
  40. Ricardo Brito (21 de julho de 2016). «MPF de Brasília denuncia Lula, Delcídio, André Esteves por obstrução à Justiça». Estadão. O Estado de São Paulo. Consultado em 21 de julho de 2016 
  41. Bomfim, Camila; Oliveira, Mariana (29 de julho de 2016). «Lula, Delcídio e outros 5 viram réus acusados de tentar obstruir a Justiça». G1. Globo. Consultado em 30 de julho de 2016 
  42. «De investigado, Lula passa a ser réu». Época. Globo. 29 de julho de 2016. Consultado em 30 de julho de 2016 
  43. Falcão, Márcio (29 de julho de 2016). «Lula, Delcídio e mais 5 viram réus sob acusação de obstruir Lava Jato». Folha de S. Paulo. Folha da manhã. Consultado em 30 de julho de 2016 
  44. «PF indicia Lula e Marisa no inquérito do tríplex no Guarujá». 26 de agosto de 2016. Consultado em 26 de agosto de 2016 
  45. «Lava Jato: Polícia Federal indicia ex-presidente Lula, Marisa Letícia e mais três». Consultado em 26 de agosto de 2016 
  46. «Mensagens indicam que família Lula queria uma igrejinha no sítio». Último Segundo. 25 de agosto de 2016. Consultado em 26 de agosto de 2016 
  47. «PF indicia ex-presidente Lula, Marisa e mais três em processo da Lava Jato». 26 de agosto de 2016. Consultado em 26 de agosto de 2016 
  48. «Lula era o 'comandante máximo' do esquema da Lava Jato, diz MPF». G1. Globo. Consultado em 18 de setembro de 2016 
  49. «Advogados dizem que MPF não apresentou provas e que acusação contra Lula é política». O Globo. Consultado em 18 de setembro de 2016 
  50. «'Fosso' entre acusação e prova põe em xeque futuro da Lava Jato, diz jornal dos EUA». BBC Brasil. Consultado em 18 de setembro de 2016 
  51. a b Coutinho, Filipe (5 de outubro de 2016). «PF indicia Lula por propina de R$ 20 milhões da Odebrecht a sobrinho». Época. Globo. Consultado em 5 de outubro de 2016 
  52. Coutinho, Filipe (10 de outubro de 2016). «Lula e Marcelo Odebrecht são denunciados pelo MPF». Veja. Abril. Consultado em 10 de outubro de 2016 
  53. «Ministério Público Federal apresenta à Justiça nova denúncia contra Lula». G1. Globo. 10 de outubro de 2016. Consultado em 10 de outubro de 2016 
  54. André Richter. «MPF denuncia ex-presidente Lula e um de seus filhos na Operação Zelotes». Agência Brasil. EBC. Consultado em 20 de dezembro de 2016 
  55. «Delcídio cita Lula e Dilma em delação, afirma revista IstoÉ». Jornal O Tempo. 3 de março de 2016. Consultado em 3 de março de 2016 
  56. Valor (3 de março de 2016). «Delcídio citou Dilma e Lula em delação premiada, diz revista». Valor Econômico. Consultado em 3 de março de 2016 
  57. «Delcídio cita Dilma e Lula em depoimento, diz colunista». Terra. 3 de março de 2016. Consultado em 3 de março de 2016 
  58. «Polícia deflagra nova fase da Lava Jato na casa do ex-presidente Lula». Paraná. Consultado em 4 de março de 2016 
  59. «Operação Aletheia investiga obras em sítio e tríplex ligados a Lula». Paraná Online. Consultado em 4 de março de 2016 
  60. «Polícia Federal faz operação na casa do ex-presidente Lula, na Grande SP». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 4 de março de 2016 
  61. «Lula é beneficiário de corrupção na Petrobras, diz MPF». EXAME.com. Consultado em 4 de março de 2016 
  62. «Lula é alvo em 24ª fase da Lava Jato - BBC Brasil». BBC Brasil. Consultado em 4 de março de 2016 
  63. «ISTOÉ Independente - Brasil». www.istoe.com.br. Consultado em 4 de março de 2016 
  64. «R$ 4 milhões pelo lobby: os contratos milionários de Lula com a Odebrecht». revistaepoca.globo.com. Consultado em 4 de março de 2016 
  65. «MPF investiga R$ 30 milhões em doações e pagamentos a Lula». Paraná. Consultado em 4 de março de 2016 
  66. «Entenda a suspeita contra Lula». Operação lava jato. Consultado em 4 de março de 2016 
  67. «As investigações contra Lula, o Instituto Lula e a L.I.L.S. – ponto a ponto». revistaepoca.globo.com. Consultado em 4 de março de 2016 
  68. «PF faz operação na casa de Lula, que é levado para depor». Terra. Consultado em 4 de março de 2016 
  69. «Termina o depoimento de Lula à PF no aeroporto de Congonhas, em SP». São Paulo. Consultado em 4 de março de 2016 
  70. «Manifestantes entram em confronto em frente ao edifício onde mora Lula». Último Segundo. Consultado em 4 de março de 2016 
  71. «Ouça a íntegra das conversas de Lula reveladas na Lava Jato». Folha de S.Paulo. Uol. 16 de março de 2016. Consultado em 18 de março de 2016 
  72. «'Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada', diz Lula a Dilma; ouça». Fausto Macedo. Consultado em 18 de março de 2016 
  73. «Autoridades do Legislativo e Judiciário reagem a conversas de Lula». Jornal Nacional. Consultado em 18 de março de 2016 
  74. «Ofensa de Lula ao STF é torpe e típica de mentes autocráticas, diz ministro - 17/03/2016 - Poder - Folha de S.Paulo». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de março de 2016 
  75. «Ministro do STF reage e diz que Lula "insultou o Judiciário"». Zero Hora. clicrbs. Consultado em 18 de março de 2016 
  76. «Moro derruba sigilo e divulga grampo de ligação entre Lula e Dilma; ouça». G1. Globo. Consultado em 18 de março de 2016 
  77. «Dilma dá posse a Lula como ministro da Casa Civil». Agência Brasil. 17 de março de 2016. Consultado em 21 de março de 2016 
  78. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IstoÉ_1
  79. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Infomoney_1
  80. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome R7_1
  81. «Envio de termo a Lula é "abuso de poder" de Dilma, avaliam juristas». El País. 17 de março de 2016. Consultado em 17 de março de 2016 
  82. «Jurista diz que nomeação de Lula como ministro seria "tiro no pé" do governo Dilma». R7. 16 de março de 2016. Consultado em 17 de março de 2016 
  83. «Ato no DF tem buzinaço, via fechada, gás de pimenta e gritos contra Lula». Consultado em 9 de fevereiro de 2017 
  84. «Manifestantes vão às ruas contra nomeação de Lula e pela renúncia de Dilma». Consultado em 9 de fevereiro de 2017 
  85. «Juiz suspende nomeação de Lula». Folha de S. Paulo. 16 de março de 2016. Consultado em 16 de março de 2016 
  86. Estadão conteúdo (17 de março de 2016). «Presidente do TRF-1 derrubou liminar de Itagiba Catta Preta Neto; decisão de juíza do Rio de Janeiro continua valendo». Consultado em 18 de março de 2016 
  87. «Justiça derruba liminar, e Lula volta a ser ministro de Dilma». Folha de S. Paulo. 18 de março de 2016. Consultado em 18 de março de 2016 
  88. Mario Cesar Carvalho (18 de março de 2016). «Terceira liminar volta a suspender posse de Lula como ministro». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de março de 2016 
  89. Mariana Oliveira. «Gilmar Mendes suspende nomeação de Lula como ministro da Casa Civil». G1. Consultado em 18 de março de 2016 
  90. «Lula pede correção de 'possível erro histórico' que o impediu de ser ministro». O Globo. 7 de fevereiro de 2017 
  91. «Lula pede que STF corrija 'erro histórico' e o reconheça como ministro». G1 
  92. «Lula pede ao STF correção de 'erro histórico' da suspensão de nomeação para Casa Civil - Política - Estadão». Estadão