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A Guerra Civil Espanhola [nb 1] foi um conflito armado ocorrido em Espanha entre 1936 e 1939. O conflito foi travado entre os Republicanos, leais à Segunda República Espanhola, urbana e progressista, numa aliança de conveniência com os Anarquistas e Comunistas, e os Nacionalistas, um grupo conservador falangista, carlista, católico e maioritariamente aristocrático liderado pelo General Francisco Franco. A facção Nacionalista venceu a guerra no início de 1939 e Franco governou toda a Espanha até à sua morte em novembro de 1975.

A guerra teve início na sequência de um pronunciamento (uma declaração de oposição militar) contra o governo republicano por parte de um grupo de militares das forças armadas espanholas, inicialmente sob liderança de José Sanjurjo. À data, o governo de Espanha era constituído por uma coligação moderada de Republicanos, apoiada nas Cortes por partidos comunistas e socialistas, sob a liderança do Presidente de centro-esquerda Manuel Azaña.[1][2] O grupo Nacionalista era apoiado por uma série de grupos conservadores, incluindo a Confederação Espanhola de Direitas Autónomas (CEDA), monárquicos como os conservadores religiosos Carlistas e a Falange Espanhola Tradicionalista e das Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista, um partido político fascista.[nb 2][3] Após a morte de Sanjurjo num acidente de aviação quando tentava regressar do exílio em Portugal, Franco sucedeu-lhe como líder dos Nacionalistas.

Em julho de 1936, as forças nacionalistas tentam levar a cabo um golpe de estado para depor o governo. Embora os Nacionalistas tenham obtido o controlo de cidades como Pamplona, Burgos, Zaragoza, Valladolid, Cádiz, Córdova e Sevilha, várias cidades importantes como Madrid, Barcelona, Valência, Bilbao e Málaga mantiveram-se leais ao governo. Espanha encontrava-se dividida política e militarmente, com Nacionalistas e Republicanos a lutar entre si pelo controlo do país. As forças Nacionalistas recebiam munições, combatentes e apoio aéreo da Alemanha Nazi e da Itália fascista, enquanto as forças Republicanas leais ao governo eram apoiadas pela União Soviética e pelo governo populista do México. Vários países, como o Reino Unido, França e Estados Unidos, embora continuassem a reconhecer a legitimidade do governo Republicano, não intervieram no conflito. Apesar disso, dezenas de milhar de cidadãos de países neutros e exilados de regimes nacionalistas tomaram parte no conflito, ingressando nas Brigadas Internacionais pró-Republicanas. Os Nacionalistas avançaram a partir dos bastiões no sul e oeste de Espanha, capturando a maior parte da costa norte ao longo de 1937. Madrid e a região a sul e oeste de Madrid encontraram-se cercadas durante a maior parte da guerra. Entre 1938 e 1939 as forças nacionalistas capturaram a maior parte da Catalunha. Com as cidades de Barcelona e Madrid isoladas, tornou-se óbvio que as forças republicanas não tinham possibilidade de vencer. Em fevereiro de 1939 Reino Unido e França reconhecem o regime de Franco. Na sequência da ofensiva final, em março o primeiro-ministro Juan Negrin exila-se em Espanha e as forças franquistas ocupam Madrid sem resistência e passam a controlar a totalidade do território espanhol. Em 1 de abril terminou oficialmente a guerra com a rendição das últimas forças republicanas.[3]

Franco instaurou uma ditadura e todos os partidos de direita foram incorporados na estrutura do regime franquista.[3] A guerra tornou-se notável pelo fervor e polarização políticos que inspirou e pelas diversas atrocidades ocorridas de ambos os lados. Durante a guerra, as forças de Franco organizaram purgas e campanhas de terror nos territórios conquistados com o objetivo de consolidar o futuro regime.[4] Nas áreas controladas pelos Republicanos também ocorreram vários massacres.[5][6] No fim da guerra, os Nacionalistas perseguiram e executaram sumariamente dezenas de milhar de Republicanos derrotados e mais de meio milhão de espanhois exilou-se em campos de refugiados no sul de França.[3] A Guerra Civil Espanhola é geralmente descrita como um conflito entre democracia e fascismo, sobretudo devido ao contexto político em que ocorreu, embora também possa ser descrita como um conflito entre um movimento revolucionário de esquerda e uma contra-revolução de direita, semelhante à Guerra Civil Finlandesa, à Guerra Civil Russa e às guerras travadas durante a formação das repúblicas soviéticas Húngara e Eslovaca.[7]


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  1. Beevor (2006). p. 43
  2. Preston (2006). p. 84.
  3. a b c d Payne (1973). pp. 200–203.
  4. Beevor (2006). p. 88.
  5. Beevor (2006). pp. 86–87.
  6. Beevor (2006). pp. 260–271.
  7. Payne (2012). p. 231.