Usuário:JMagalhães/traduções9

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Antero Tarquínio de Quental (18 de abril de 1842 - 11 de setembro de 1891) foi um poeta, filósofo e escritor português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância[editar | editar código-fonte]

Antero de Quental nasceu em Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, no seio de uma família nobre e com tradições literárias, uma das mais antigas do sistema de capitania vigente no arquipélago.[1] O pai, Fernando de Quental (Solar do ramalho, 10 de abril de 1814 - Ponta Delgada, 7 de março de 1873) foi um veterano das [[Guerras Liberais}} que participou no Desembarque do Mindelo, e a mãe, Ana Guilhermina da Maia (Setúbal, 16 de julho de 1811 - Lisvoa, 28 de novembro de 1876, uma católica devota. Antero era também parente de Frei Bartolomeu de Quental, fundador da Congregação do Oratório em Portugal.

Começou a escrever poesia precocemente, dedicando-se sobretudo à composição de sonetoss. Teve aulas de francês com António Feliciano de Castilho, figura de proa do movimento Romântico português, que na altura residia em Ponta Delgada. Aos sete anos foi inscrito no Liceu Açoriano, privado, onde recebeu aulas de inglês por parte de um Sr. Randall, um reputado propspector da ilha. Em Agosto de 1852 muda-se com a sua mãe para Lisboa, inscrevendo-se no Colégio do Pórtico, cujo director era Castilho, o seu antigo tutor. A instituição seria no entanto encerrada e Antero regressou a Ponta Delgada em 1853. Numa carta ao antigo director escreveria:

"V. ex.ª aturou-me em tempo no seu collegio do Portico, tinha eu ainda dez annos, e confesso que devo á sua muita paciencia o pouco francez que ainda hoje sei. Lembra-se, pois, da minha docilidade e adivinha quanto eu desejaria agora podel-o seguir humildemente nos seus preceitos e nos seus exemplos, em poesia e philosophia como outr'ora em grammatica franceza, na comprehensão das verdades eternas como em outro tempo no entendimento das fabulas de La Fontaine."[2]

Em 1855, depois de completar 16 anos, muda-se para Coimbra depois de uma breve passagem por Lisboa, onde se viria a formar no Colégio de São Bento em 1857.


Os anos de Coimbra[editar | editar código-fonte]

No Outono de 1856 inscreveu-se em direito na Universidade de Coimbra, época em que viria a manifestar os primeiros sinais de adesão à causa socialista. O seu talento para a escrita e oratória, a par da sua natureza excêntrica e turbulenta, foram desde cedo notados. É ainda em Coimbra que funda a Sociedade do Raio com o âmbito de promover a literatura no meio popular, mas que também seria foco de blasfémias religiosas.

Em 1861 publica os seus primeiros sonetos. Quatro anos mais tarde publica as Odes Modernas, obra influenciada pelo experimentalismo socialista de Pierre-Joseph Proudhon e que seria precursora de uma revolução intelectual. Ainda em 1865 deu-se início a um conflito entre correntes poéticas, opondo um grupo de poetas tradicionalistas liderado por Feliciano de Castilho, à época o maior representante vivo da sua geração, a um grupo de estudantes nos quais se incluíam o próprio Antero de Quental, Teófilo Braga, Vieira de Castro, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Eça de Queiros, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis e Guilherme de Azevedo, entre outros. Acusando o grupo modernista de exibicionismo poético, obscurantismo e de falta de bom senso e de gosto, Castilho atacava os poetas modernistas por instigarem uma revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou Bom Senso e Bom Gosto, A Dignidade das Letras e Literaturas Oficiais, obras nas quais defendia a independência do grupo, salientando a missão dos poetas numa era de grandes transformações, a necessidade de serem os mensageiros das grandes questões ideológicas da actualidade, e fazendo referência à insignificância e ao ridículo do estilo poético de Castilho nestas circunstâncias. A polémica viria a ser conhecida por Questão Coimbrã, e o grupo de poetas modernistas que se opunham ao grupo ultra-romântico de Castilho, como a Geração de 70.

Natureza inquieta[editar | editar código-fonte]

Retrato de Antero de Quental por Columbano Bordalo Pinheiro

Em 1866 vai viver para Lisboa, onde faz causa da vida proletária, trabalhando como tipógrafo na Imprensa Nacional, actividade que também exerceria em Paris quando se deslocou à cidade para prestar apoio aos operários franceses entre Janeiro e Fevereiro de 1867. Após um curto período de tempo nos Estados Unidos, regressa a Lisboa em 1868, onde funda o Cenáculo com Eça de Queirós, Guerra Junqueiro and Ramalho Ortigão, um grupo de intelectuais anarquistas abertamente contra muitas das convenções políticas, sociais e intelectuais da época.

Em 1869 funda com Oliveira Martins o jornal A República - Jornal da Democracia Portuguesa, e em 1872 edita, com José Fontana, a revista O Pensamento Social. Ainda em 1871, no mesmo ano da Comuna de Paris, organiza as célebres Conferências do Casino, que marcam o início da divulgação dos ideais socialistas e anarquistas em Portugal, e nas quais se distingue como defensor obstinado dos ideais republicanos.

Em 1873 recebe uma herança avultada, que lhe permite viver com algum conforto. No ano seguinte viu-se forçado a repousar em virtude de uma tuberculose, no fim da qual publicaria as Odes Modernas. Em 1879 muda-se para o Porto e em 1886 publica a sua obra mais notável, Sonetos Completos, contendo inúmeras passagens consideradas autobiográficas e simbólicas.

No ano de 1880 adoptou as duas filhas do seu amigo Germano Meireles, que morrera em 1877. Adoece gravemente durante uma viagem a Paris, e em 1881, a conselho do seu médico, passa a residir em Vila do Conde, onde permanece até Maio de 1891, com intervalos esporádicos nos Açores e em Lisboa. Esta temporada em Vila do Conde seria considerada pelo autor como a melhor fase da sua vida. Escreveria à sua amiga Carolina Michaëlis acerca da sua necessidade de finalizar os poemas e de começar uma fase na sua escrita, de modo a desenvolver e sintetizar o seu pensamento filosófico:

"Aqui as

In 1880, he adopted the two daughters of his friend, Germano Meireles, who died in 1877. During a trip to Paris he became seriously ill, and in September 1881, under counsel from his medic, he began residing in Vila do Conde, where he remained until May 1891 (with a few intervals in the Azores and Lisbon). His time in Vila do Conde was considered by the author the best of his life. To Carolina Michaelis de Vasconcelos, a friend, he wrote of his need to end his poetry and begin a philosophical phase in his writing, to develop and synthesize his philosophy,[3] adding:

Here the beaches are plentiful and beautiful, and through them I travel or stretch in the sun with a voluptuousness that only the poets and the lizards that love the sun...

In 1886, his Sonetos Completos, collected and prefaced by Oliveira Martins, were published. Between March and October 1887 he returned to the Azores, then back to Vila do Conde. The Spaniard, Miguel de Unamuno, considered them "one of the greatest examples of universal poetry, which will live as long as people have memories."

In reaction to the English Ultimatum, on 11 January 1890, he agreed to preside over the minor Liga Patriótica do Norte (em inglês: Northern Patriotic League), although his involvement was ephemeral. When he eventually returned to Lisbon, he stayed at the home of his sister, Ana de Quental.

Throughout his life Antero had oscillated between pessimism and depression; afflicted with what have been Bipolar Disorder, at the time of his last trip to Lisbon he was in a state of permanent depression, which was also accentuated by spinal disease. After one month in Lisbon, around June 1891, he returned once more to Ponta Delgada, eventually committing suicide on 11 September 1891, with two gunshots through the mouth, taken on the bunk of a local garden park: "Of all things, the worst is having been born", he wrote in a poem.[3]

Works[editar | editar código-fonte]

Antero stands at the head of modern Portuguese poetry after João de Deus. His principal defect is monotony: his own self is his solitary theme, and he seldom attempts any other form of composition than the sonnet. On the other hand, few poets who have chiefly devoted themselves to this form have produced so large a proportion of really exquisite work. The comparatively few pieces in which be either forgets his doubts and inward conflicts, or succeeds in giving them an objective form, are among the most beautiful in any literature. The purely introspective sonnets are less attractive, but equally finely wrought, interesting as psychological studies, and impressive from their sincerity. His mental attitude is well described by himself as the effect of Germanism on the unprepared mind of a Southerner. He had learned much, and half-learned more, which he was unable to assimilate, and his mind became a chaos of conflicting ideas, settling down into a condition of gloomy negation, save for the one conviction of the vanity of existence, which ultimately destroyed him. A healthy participation in public affairs might have saved him, but he seemed incapable of entering upon any course that did not lead to delusion and disappointment.

As a prose writer Quental displayed high talents, though he wrote little. His most important prose is the Considerações sobre a philosophia da historia literaria Portugueza, but he earned fame by his pamphlets on the Coimbra question, Bom senso e bom gosto, a letter to Castilho, and A dignidade das lettras e litteraturas officiaes.

His friend Oliveira Martins edited the Sonnets (Oporto, 1886), supplying an introductory essay; and an interesting collection of studies on the poet by the leading Portuguese writers appeared in a volume entitled Anthero de Quental. In Memoriam (Oporto, 1896). The sonnets have been translated into many languages; into English by Edgar Prestage (Anthero de Quental, Sixty-four Sonnets, London, 1894), together with a striking autobiographical letter addressed by Quental to his German translator, Dr. Storck.

References[editar | editar código-fonte]

Notes
  1. Infopédia. «Antero de Quental». Consultado em 9 de fevereiro de 2012 
  2. Antero de Quental (1865). Universidade de Coimbra, ed. «Bom Senso e Bom Gosto carta ao ex.mo sr. A.F. de Castilho». Coimbra, Portugal. 15 páginas 
  3. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome TAP
Sources