Usuário:Music01/Testes/Anexo:Singles de Madonna

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"Vogue"
Single de Madonna
do álbum I'm Breathless
Lado B "Keep It Together"
Lançamento 20 de março de 1990 (1990-03-20)
Formato(s)
Gravação 1990
Gênero(s) House music
Duração 4:49
Gravadora(s)
Composição
  • Madonna
  • Shep Pettibone
Produção
  • Madonna
  • Shep Pettibone
Cronologia de singles de Madonna
"Keep It Together"
(1990)
"Hanky Panky"
(1990)
Lista de faixas de I'm Breathless
"Now I'm Following You (Part II)"

"Vogue" é uma canção da cantora estadunidense Madonna, contida em sua segunda trilha sonora I'm Breathless (1990), correspondente ao filme Dick Tracy. Composta e produzida pela própria, foi inspirada pelo voguing, um estilo dança oriundo da subcultura gay em Nova Iorque. Foi lançada como single inicial do álbum em 20 de março de 1990, pelas gravadoras Sire e Warner Bros., e incluída em outras três coletâneas da artista: The Immaculate Collection (1990), Celebration (2009) e Finally Enough Love: 50 Number Ones (2022). Trata-se de uma canção de house music com influências do disco, cujas letras escapistas descrevem a pista de dança como um "lugar onde não há barreiras", apresentando também um middle eight onde Madonna cita diversos atores dos anos dourados de Hollywood.

"Vogue" foi aclamada pela crítica especializada, com elogios direcionados à sua estrutura musical e observações de que era diferente das outras músicas da trilha sonora — e, em retrospectiva, é vista como destaque da carreira de Madonna. Vencedora de Juno Awards, American Music Awards e ASCAP, a canção obteve grande sucesso comercial, liderando as paradas musicais em mais de 30 países, como Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Itália, Japão e Reino Unido, e atingindo as dez primeiras colocações em locais como Alemanha, Áustria e França. À época, foi o single mais vendido de Madonna e sagrou-se como o mais vendido no mundo em 1990 e a segunda canção de maior sucesso na Europa em 1990. Suas vendas físicas estão estimadas em mais de 6 milhões de cópias.

O videoclipe de "Vogue" foi dirigido por David Fincher, com quem Madonna havia trabalhado anteriormente, e filmado num prazo curto de 16 horas, em virtude dos ensaios da cantora para a Blond Ambition World Tour. Consiste em diversas cenas onde Madonna reproduz diversas peças iconográficas, incluindo tomadas inspiradas pela pintora Tamara de Lempicka e diversos fotógrafos de Hollywood. Lançado em 29 de março de 1990 na MTV, o vídeo é extremamente aclamado e centro de estudos por sua fotografia, visão e direção artística, sendo frequentemente citado como um dos melhores e mais influentes da história e da videografia de Madonna. Venceu três prêmios técnicos nos MTV Video Music Awards de 1990, onde Madonna se apresentou, incluindo o de Best Direction.

À parte da supracitada premiação, Madonna apresentou "Vogue" em várias de suas turnês desde então, mais recentemente na Celebration Tour, e em outras ocasiões, como em seu show do intervalo do Super Bowl XLVI. A canção foi regravada e interpolada por diversos artistas de seu lançamento, como Kylie Minogue e Beyoncé, incluída na trilha sonora do filme The Devil Wears Prada, bem como no episódio "The Power of Madonna" da série Glee. A faixa foi notada por críticos e estudiosos como influente em introduzir à cultura de massa uma subcultura gay, bem como no modo em que seguiu-se à ela uma tendência de grande popularidade na house music.

Antecedentes e lançamento[editar | editar código-fonte]

Ao final da década de 1980, Madonna acumulou 16 canções consecutivamente nas cinco primeiras posições da estadunidense Billboard Hot 100, datando desde "Lucky Star". Entretanto, "Oh Father", single de Like a Prayer, interrompeu a sequência, alcançando o número vinte como melhor posição. A cantora e sua gravadora Warner Bros., decidiram, então, criar uma nova canção para o lado de B de "Keep It Together", faixa de trabalho seguinte, para garantir que tivesse um desempenho melhor nas paradas. Craig Kostich, diretor do setor de dance music da empresa, abordou o produtor Shep Pettibone para produzir esta nova música, tendo em vista que ele já havia remixado anteriormente alguns singles de Madonna. Ele compôs e gravou a faixa base da canção com um orçamento de US$ 5 mil e, em seguida, enviou a fita para Madonna, de modo que ela escrevesse as letras. Ela voou para Nova Iorque na semana seguinte e gravou seu vocais num estúdio de 24 faixas em um porão da West 53rd Street — numa cabine vocal que havia sido montada a partir de um armário —, escrevendo boa parte das letras na viagem de avião. Segundo o produtor, Madonna foi bastante eficiente no estúdio, demarcando todos os vocais dos versos e do refrão em ordem e de uma vez só. Ele propôs a ideia de um rap no middle eight e sugeriu a citação de astros de filmes clássicos, ao que eles elaboraram uma lista de nomes e Madonna gravou rapidamente.

Na mesma época, Madonna viu dançarinos de voguing na boate The Sound Factory, que era parte da subcultura gay da cidade. Este tipo de dança consistia em combinar as danças extravagantes das showgirls de Las Vegas com poses estáticas e de modelo. Inspirada pela dança, ela decidiu chamar a canção de "Vogue" — algo que surpreendeu Pettibone, uma vez que este estilo já estava "semi-passado" na subcultura. Ele mudou certos pontos na composição para adequar-se às letras, acrescentando o piano e mudando as linhas do baixo nos versos, de forma que houvesse um fluxo melhor neles, embora Madonna, já satisfeita com a produção àquela altura, não quisesse alterações. Madonna apresentou "Vogue" aos executivos da Warner Bros. três semanas após o chamado de Kostich, e todas as partes envolvidas decidiram que a canção era boa demais para ser apenas um lado B, devendo ser lançada como single. "A gravadora ficou louca, o empresário dela ficou louco. Todo mundo disse, 'Esse é um grande sucesso — não iremo perdê-lo como lado B de 'Keep It Together'", Pettibone lembrou.

"Vogue" foi incluída na última faixa do alinhamento da trilha sonora de I'm Breathless, produzida sumariamente por Madonna, Patrick Leonard, Bill Bottrell, e baseada no filme Dick Tracy, onde Madonna interpretou a cantora de bar Breathless Mahoney. Madonna foi abordada pelo diretor e co-protagonista Warren Beatty para elaborar uma canção à partir do ponto de vista da personagem, "obcecada por speakeasies, estrelas de cinema e coisas do tipo", e a ideia serviu também de inspiração para a obra. A artista posteriormente alterou algumas das letras sugestivas, uma vez que a canção estava conectada à Disney — o filme foi distribuído pela Buena Vista Distribution, setor de filmes da multinacional; apesar disso, a canção não fez parte do filme. "Vogue" foi lançada na Europa e Oceania em 20 de março de 1990 e seu lançamento nos Estados Unidos estava programado para o dia 29, contudo, como a rádio WQHT começou a tocá-la dois dias antes do previsto, a canção foi enviada para estações naquele mesmo dia 27. No Japão, foi lançada comercialemnte em 25 de abril. A canção foi inclusa nas coletâneas The Immaculate Collection (1990) e Celebration (2009), e em forma remixada em Finally Enough Love: 50 Number Ones (2022).

Gravação e composição[editar | editar código-fonte]

"Vogue" foi composta e produzida por Madonna e Shep Pettibone, que também encarregou-se de sua mixagem nos estúdios Can Am Recording em Tarzana, Califórnia. Greg Kostich serviu de produtor executivo. Antony Shimkin trabalhou na edição, Alan Friedman na programação e Goh Hotoda na engenharia de mixagem, com assistência de Curt Frasca. Niki Haris e Donna De Lory, vocalistas de apoio de Madonna, desempenharam a mesma função na faixa, juntamente com N'Dea Davenport. Por fim, a obra foi masterizada por Stephen Marcussen no Precision Lacquer em Hollywood, assim como todas as outras de I'm Breathless.

Com duração de 4 minutos e 49 segundos na versão do single (4:49) e 4 minutos e 23 segundos (4:23) na da trilha, "Vogue" é uma canção de house music com influências disco, um "ritmo de deep house" e uma "batida latejante" em sua composição, conforme notado por resenhistas. Apresenta também elementos de soul music com influências salsa, inspirada por interpolações de metais e cordas de "Ooh I Love It (Love Break)" (1982), da Salsoul Orcheta. Em seu livro Madonna: An Intimate Biography, o biógrafo J. Randy Taraborrelli a descreveu como uma "faixa pulsante". O autor Jason Hanley comentou que, ao ouvir os arranjos da canção, torna-se claro que "foi propositadamente construída para as pistas de dança", já que o primeiro verso é proferido apenas um minuto e meio depois do início da faixa. A música começa com sons de cordas sintetizadas, e se constrói lentamente com a adição de estalares de dados, baterias, e um baixo de pulsação profunda. Cordas em tons altos se ouvem a seguir, com um poderoso e sincopado piano incluído no refrão. De acordo com a partitura publicada no Musicnotes.com pela Alfred Publishing Company, "Vogue" foi composta no tom de lá bemol maior e na assinatura de tempo comum, apresentando um ritmo moderadamente dançante com 120 batidas por minuto. Os vocais de Madonna abrangem-se entre as notas de 4 e Mi bemol5.

"Vogue" abre com Madonna perguntando ao ouvinte, "What are you loking at?",[nota 1] como uma forma de estabilizar a natureza visual das letras. O conteúdo lírico possui tons escapistas e se referem a "como vital e importante um ritual qualquer na pista de dança pode ser a seus praticantes". O autor de Encyclopedia Madonnica, Matthew Rettenmund, comentou que as letras "batizam a pista de dança como um lugar onde não há barreiras"; ele descreveu a pista como um local onde "o renascimento é possível, onde uma nova vida baseada na gesticulação pode substituir a realidade sem movimentos e emoção, e qualquer um pode se transformar, mesmo que pela duração da canção — ou por sua e energia —, em uma 'superestrela'". Tal declaração é evidenciada na linha "It makes no difference if you're black or white, if you're a boy or a girl".[a 1] Petet Robinson, da Pitchfork, viu a crença de Madonna na pista de dança como um lugar sagrado, perceptível nas linhas "When all else fails and you long to be something better than you are today / I know a place where you can get away – it's called dance floor".[a 2] Para Nick Levine, da NME, esta frase se tornou "essencialmente um mantra para toda a carreira dela". No middle eight, Madonna interpreta um rap mencionando diversos atores dos anos dourados de Hollywood, reafirmando sua admiração por estrelas de cinema:

Greta Garbo and Monre
Marlene Dietrich and DiMaggio
Marlon Brando, Jimmy Dean
On the cover of a magazine
Grace Kelly, Harlow, Jean
Picture of a beauty queen
Gene Kelly, Fred Astaire
Ginger Rogers, dance on air
They had style, they had grace
Rita Hayworth gave good face
Lauren, Katherine, Lana too
Bette Davis, we love you

Recepção crítica[editar | editar código-fonte]

Análises contemporâneas[editar | editar código-fonte]

Prêmios e análises em retrospecto[editar | editar código-fonte]

Videoclipe[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento e filmagens[editar | editar código-fonte]

O videoclipe de "Vogue" foi dirigido por David Fincher, que havia trabalhado anteriormente com Madonna nos vídeos de "Express Yourself" e "Oh Father", ambos singles de Like a Prayer. As filmagens ocorreram entre 10 e 11 de fevereiro de 1990 nos Burbank Studios em Burbank, Califórnia. A produção ficou a cargo de Vicki Niles, sob a Propaganda Films, com edição de Jim Haygood e fotografia de Pascal Lebegue. Fincher lembrou de ter convencido a cantora em lançar um clipe para "Oh Father" mas, embora estivesse satisfeito com o produto, o desempenho da faixa nas tabelas não atingiu as expectativas da gravadora de Madonna. Ela foi pressionada pela empresa para lançar rapidamente o vídeo de "Vogue", e o contatou novamente para dirigir. O vídeo foi filmado num curto prazo de 16 horas, pois Madonna, em ensaios para a turnê Blond Ambition World Tour, tinha pouco tempo para as gravações.

Os dançarinos Luis Camacho e Jose Gutierez, ambos integrantes da House of Xtravaganza, e já famosos na cena ballroom de Nova Iorque como pioneiros de voguing, foram dois dos primeiros a realizarem testes para Madonna na boate Tracks, localizada na cidade. Eles conseguiram o teste por intermédio de um conhecido, namorado de um amigo em comum, que era amigo de Debi Mazar, amiga pessoal de Madonna e sua maquiadora na época. Gutierez lembrou que, ao dançarem para a cantora, "a boate inteira se transformou em um teste", com o resto das pessoas seguindo seus passos. O teste improvisado impressionou Madonna a ponto de convidá-los para os testes oficiais, e oferecer a oportunidade de coreografar o vídeo. Os testes oficiais ocorreram durante uma rápida seleção em Los Angeles, onde apareceram centenas de dançarinos, dos mais variados estilos; Madonna os escolheu em dias e os convidou para boates, para ter certeza de que eles "serviriam".

Dada à falta da pré-produção extensiva típica de Fincher, o vídeo se baseia em iconografia estática, incluindo tomadas similares à composições da artista de Art Deco Tamara de Lempicka, bem como fotógrafos de Hollywood como Don English, Eugene Robert Richee, George Hurrell, Whitey Schafer, Ernest Bachrach, Scotty Welbourne, László Willinger, Clarence Sinclair Bull e Horst P. Horst. O último teria ficado "insatisfeito" com o clipe pois ele nunca deu permissão para que o seu trabalho fosse usado, tampouco recebeu créditos da cantora ou de sua equipe. O empresário dele lembrou: "Você não pode culpar o gosto dela. Mas o vídeo devia ter se chamado 'Homenagem à Horst'. Nós apenas gostaríamos de ter feito algo de antemão — como uma fotografia original dela nua", ao que a porta-voz de Madonna respondeu que "ela é uma grande admiradora de Horst. Não pretendíamos chateá-lo".

Lançamento e sinopse[editar | editar código-fonte]

O videoclipe de "Vogue" estreou na MTV em 29 de março de 1990, descrito pela emissora como uma "estreia planetária". A rede havia pedido para que Madonna removesse as cenas onde seus seios estão visíveis por meio de uma blusa de renda, ao que ela se recusou, e as cenas foram ao ar inalteradas. O vídeo foi incluído nas compilações The Immaculate Collection (1990) e Celebration: The Video Collection (2009), e na edição digital deluxe da coletânea Celebration onde constaram 30 dos clipes da cantora.

Filmado em preto e branco, o clipe começa com uma cortina de penas cobrindo a tela. Ao serem descobertas, exibem-se diversos dançarinos posando como estátuas em meio a estátuas gregas e pinturas. Madonna se vira para a tela e começa a cantar, fazendo pose, enquanto dançarinos marcham coordenadamente e outros sentam em cadeiras. Na primeira estrofe, imagens da artista usando um vestido de renda são intercaladas com tomadas dela sob um chão coberto de cetim. No início do primeiro refrão, ela é vista usando uma túnica acompanhada por três dançarinos, todos vestidos de preto na frente de um fundo escuro, executando uma coreografia somente com as mãos. Na segunda estrofe, a cantora caminha em frente a uma grande janela, usando um longo vestido preto.

Para o segundo refrão, três dançarinos realizam outra coreografia, dessa vez movendo-se em diferentes cantos; intercalam-se a estas cenas tomadas de Madonna imitando as obras "Lisa with Turban" e "Carmen Face Massage", de Horst. No terceiro refrão, ela está dançado com apenas um dançarino, seguindo-se a isto o middle eight citando vários atores de Hollywood. No último refrão, todos os dançarinos e duas vocalistas de apoio juntam-se à cantora, que abre sua blusa e dança mostrando seu sutiã cônico. Estas cenas são intercaladas com diversas sequências onde Madonna imita a imagem "Mainbocher Corset", de Horst, usando um vestido amarrado nas costas. O vídeo termina com a cortina de penas cobrindo Madonna e seus dançarinos.

Recepção e análises[editar | editar código-fonte]

Apresentações ao vivo[editar | editar código-fonte]

Legado[editar | editar código-fonte]

Reconhecimento em listas[editar | editar código-fonte]

Impacto cultural[editar | editar código-fonte]

Regravações e uso na mídia[editar | editar código-fonte]

Faixas e formatos[editar | editar código-fonte]

Desempenho nas tabelas musicais[editar | editar código-fonte]

Posições[editar | editar código-fonte]

Tabelas de fim de ano[editar | editar código-fonte]

Tabelas de fim de década[editar | editar código-fonte]

Tabelas de todos os tempos[editar | editar código-fonte]

Certificações[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Em tradução livre para o português, "O que você está olhando?".

Referências

Bibliografia


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