Voo Paraense 903

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Voo Paraense 903
Acidente aéreo
Voo Paraense 903
Após o fim da Paraense, suas aeronaves Fairchild Hiller FH-227 foram repassadas à Varig, entre elas o PP-BUH. Após voar muitos anos pela empresa gaúcha, essa aeronave seria vendida para a empresa argentina CATA e acabaria caindo em 2003.
Sumário
Data 14 de março de 1970
Causa baixa visibilidade , erro do piloto
Local Baía do Guajará
Origem Aeroporto Internacional do Recife, Recife, Pernambuco
Escala Fortaleza,Parnaíba, e São Luiz
Destino Aeroporto Internacional de Belém/Val de Cans ,Belém, Pará
Passageiros 35
Tripulantes 4
Mortos 37
Feridos 2
Sobreviventes 2
Aeronave
Modelo Estados Unidos Fairchild Hiller FH-227
Operador Brasil Paraense Transportes Aéreos
Prefixo PP-BUF Hirondelle
Primeiro voo 1967

A queda do voo Paraense 903 foi um desastre aéreo ocorrido no dia 14 de março de 1970, nas proximidades de Belém, Pará.[1]

Aeronave[editar | editar código-fonte]

O Fairchild Hiller FH-227 era uma versão do Fokker F27 (desenvolvido na Holanda como sucessor do Douglas DC-3) fabricada pela Fairchild nos Estados Unidos sob licença da Fokker. Por conta de suas qualidades, o F27 se consagrou como um dos turbohélices mais vendidos no mundo. A versão da Fairchild Hiller possuía fuselagem mais larga, aviônicos modernos para a época e uma capacidade para até 56 pessoas (4 tripulantes e 52 passageiros). A aeronave acidentada fazia parte de um lote de 5 aeronaves encomendadas pela Paraense Transportes Aéreos. Fabricada em 1967 pela Fairchild, a aeronave receberia o número de construção 556[2] e seria entregue no mesmo ano à Paraense, onde receberia o prefixo PP-BUF. As aeronaves FH-227 seriam batizadas de Hirondelle (andorinha em francês) pela empresa do Pará.

Acidente[editar | editar código-fonte]

O voo 903 decolou na noite de 13 de março do Aeroporto Internacional do Recife, fazendo escalas em Fortaleza, Parnaíba e São Luiz. Por volta das 5h00 da manhã do dia 14 chegaram aos arredores de Belém, enfrentando tempo ruim, com muita chuva e baixa visibilidade. Durante a manobra de aproximação para efetuar o pouso na pista 06 do Aeroporto Internacional de Belém/Val de Cans, o piloto não conseguiu visualizar a pista. Às 5h30 min, voando abaixo do teto de segurança por conta da baixa visibilidade e da perda de noção de profundidade, acabou tocando a asa direita nas águas da Baía do Guajará, perdendo o controle e mergulhando na baía pouco tempo depois, cerca de algumas centenas de metros da cabeceira da pista 06.

O acidente matou quase todos os ocupantes, sendo que alguns corpos seriam retirados apenas no dia 30 de março. Entre os mortos estavam os humoristas Luiz Jacinto Silva (conhecido pelo personagem Coronel Ludugero), Irandir Costa e toda a equipe de produção que havia embarcado em São Luiz do Maranhão para desembarcar em Belém onde fariam uma apresentação. Apenas 3 pessoas sobreviveram à queda, sendo que 1 morreria algum tempo depois no hospital.[3]

Consequências[editar | editar código-fonte]

A precariedade das operações da Paraense Transportes Aéreos (PTA) ficou fortemente evidenciada após esse acidente.[4] Durante os anos 1960 ,a empresa receberia da sociedade paraense a alcunha de PTA Pobre também avua, por conta das baixas tarifas e da precariedade de suas operações (constatada após 13 acidentes ocorridos num intervalo de 12 anos[5]). Após o acidente, a empresa ficou com apenas um Hirondelle, enquanto que outros três estavam em terra por falta de peças e uma aeronave se encontrava em revisão nos Estados Unidos. Por conta da falta de meios para cumprir sua concessão, além da precariedade de suas operações, a empresa teve sua licença de voo cassada pelo Ministério da Aeronáutica, encerrando suas atividades logo em seguida.[4]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SILVA, Carlos Ari Cesar Germano da; O rastro da bruxa: história da aviação comercial brasileira no século XX através dos seus acidentes; Porto Alegre Editora EDIPUCRS, 2008, pp 267–268.

Referências

  1. Jornal do Brasil (15–16 de março de 1970). «Avião da Paraense cai no oceano e 37 morrem». Ano LXXIX - edição 289 - páginas 1 e 25. Consultado em 7 de abril de 2012 
  2. Aviation Safety Network. «Accident description». Consultado em 7 de abril de 2012 
  3. Folha de S.Paulo (17 de março de 1970). «Morre sobrevivente no Pará. Buscas prosseguem». Ano XLIX -Número 14884-Página 12. Consultado em 7 de abril de 2012 
  4. a b SILVA, Carlos Ari Cesar Germano da (2008). O rastro da bruxa: história da aviação comercial brasileira no século XX através dos seus acidentes. [S.l.]: Editora EDIPUCRS, Porto Alegre. pp. 267–268. ISBN 978-85-7430-760-2 
  5. Jetsite. «Acidentes gerais (ver Paraense Transportes Aéreos)». Consultado em 7 de abril de 2012. Arquivado do original em 8 de maio de 2012 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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