Álvaro Figueiredo
Álvaro Figueiredo | |
---|---|
Nascimento | 1966 |
Morte | Julho de 2019 |
Nacionalidade | português |
Ocupação | Arqueólogo |
Álvaro Figueiredo (1966 - Julho de 2019) foi um arqueólogo português, que se destacou no campo da Bioarqueologia.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Em Londres, frequentou o Instituto de Arqueologia do Colégio Universitário de Londres, onde se especializou em Arqueologia do Próximo e Médio Oriente Antigo, e a Escola de Estudos Orientais e Africanos, onde aprendeu o idioma árabe.[1]
Como arqueólogo, fez parte de várias campanhas no Médio Oriente e no Egipto, tendo ganho relevo pelos seus estudos nas necrópoles do sítio de Hierakonpolis no Alto Egipto, no oásis de Azraq, e no sítio romano e bizantino de Qasr Burqu, na Jordânia.[1] Em Portugal trabalhou como bioarqueólogo na empresa Era Arqueologia,[1] e colaborou com o Museu Nacional de Arqueologia, onde participava nas viagens organizadas pelo Grupo de Amigos do Museu a diversos pontos do Médio Oriente, Ásia Central, Índia e África Oriental.[2] Também foi como parte da equipa do museu que integrou o Lisbon Mummy Project,[2] um programa de estudo de três múmias egípcias através de técnicas de radiologia, durante o qual foram feitas importantes descobertas sobre o quotidiano e os rituais funerários daquela civilização.[3][4] Foi o autor de dois artigos no periódico O Arqueólogo Português, publicado pelo Museu Nacional de Arqueologia: A Trepanned Cranium from Tróia (Grândola, Setúbal), and the Practice of Trepanation in the Roman World, de 2002,[5] e The cartonnage mummy-case of Irtieru (Egyptian Collection, Museu Nacional de Arqueologia): a reassessment.[6] Escreveu igualmente o artigo The Lisbon Mummy Project: The employment of non-destructive methods in mummy studies sobre o programa de estudo das múmias egípcias.[7]
Exerceu igualmente como professor convidado em diversas organizações culturais e científicas em Portugal, nos Estados Unidos da América e no Reino Unido, tendo colaborado principalmente em temáticas ligadas à egiptologia, à civilização romana no Mediterrâneo Oriental e na Península Ibérica, à história recente da região árabe, e às origens e expansão da religião islâmica.[1] Foi o autor dos textos na exposição de fotografia Jordânia, que reuniu várias imagens captadas por Pedro Barros naquele país asiático, e que foi organizada em 2014 no Convento de São José, em Lagoa,[1] e em 2016 no Castelo de Silves.[8] Em 2015 foi um dos arqueólogos que participaram como guia no programa Viagens com Arte e História da agência de viagens Pinto Lopes, durante o qual foram organizadas várias viagens a locais no estrangeiro de grande importância histórica e cultural, que no caso de Álvaro Figueiredo tiveram como destino o Sudão e a Argélia.[9]
Faleceu em 2019.[2] Posteriormente, o Museu Nacional de Arqueologia organizou uma sessão de homenagem a Álvaro Figueiredo no Padrão dos Descobrimentos, cerimónia que incluiu a apresentação de um livro com textos inéditos de sua autoria, e a exibição do Documentário A Cripta, realizado por Miguel Lago.[2]
Referências
- ↑ a b c d e ««Jordânia» de Pedro Barros mostra-se nos claustros do Convento de S. José em Lagoa». Sul Informação. 16 de Abril de 2014. Consultado em 22 de Agosto de 2023
- ↑ a b c d «Homenagem a Álvaro Figueiredo». Museu Nacional de Arqueologia. Consultado em 22 de Agosto de 2023
- ↑ ROSA, Gonçalo Pereira (2 de Janeiro de 2020). «Múmias, os pacientes egípcios». Consultado em 22 de Agosto de 2023
- ↑ «A múmia com cancro num museu». Visit Lisboa. Câmara Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de Agosto de 2023
- ↑ FIGUEIREDO, Álvaro (2002). «A Trepanned Cranium from Tróia (Grândola, Setúbal), and the Practice of Trepanation in the Roman World» (PDF). O Arqueólogo Português. Série IV (Volume 20). Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia. p. 147-160. Consultado em 24 de Agosto de 2023
- ↑ FIGUEIREDO, Álvaro (2005). «The cartonnage mummy-case of Irtieru (Egyptian Collection, Museu Nacional de Arqueologia): a reassessment» (PDF). O Arqueólogo Português. Série IV (Volume 23). Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia. p. 437-449. Consultado em 24 de Agosto de 2023
- ↑ FIGUEIREDO, Álvaro. «The Lisbon Mummy Project: The employment of non-destructive methods in mummy studies» (PDF). Museu Nacional de Arqueologia. p. 29-40. Consultado em 24 de Agosto de 2023
- ↑ «Castelo de Silves acolhe exposição de fotografia "jordânia", pelo olhar de Pedro Barros». Câmara Municipal de Silves. Consultado em 22 de Agosto de 2023
- ↑ GONÇALVES, Mara (11 de Março de 2015). «A estas viagens nunca faltam arte e história. Nem especialistas». Público. Consultado em 22 de Agosto de 2023