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Bamberga

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Bamberga (desambiguação).
Bamberga

Catedral Imperial de Bamberg e a Residência Nova
Brasão Mapa
Brasão de Bamberga Mapa da Alemanha, posição de Bamberga acentuada
Administração
País  Alemanha
Estado Baviera
Região administrativa Alta Francónia
Distrito Distrito Urbano
Prefeito Andreas Starke (SPD)
Estatística
Área 54,58 km²
Altitude 230–386 m
População 70 063 (01.06.2006)
Densidade populacional 1284 hab./km²
Outras Informações
Código postal 96001 até 96052
Código telefônico 0951
Website sítio oficial

Bamberga[1][2] (em alemão: Bamberg) é uma cidade no estado da Baviera, Alemanha. Está localizada na região administrativa da Alta Francónia. Bamberga é uma cidade independente (Kreisfreie Stadt) ou distrito urbano (Stadtkreis), ou seja, possui estatuto de distrito (kreis).[3][4]

A cidade é um importante centro econômico e cultural na região da Francônia. Aqui localiza-se a sede do Arcebispado de Bamberga (em latim: Archidioecesis Bambergensis) e a Universidade de Bamberga Otto-Friedrich-Universität.

A Cidade Histórica de Bamberga (Altstadt) totalmente intacta foi reconhecida em 1993 pela UNESCO como patrimônio mundial.

A cidade situa-se ao oeste da serra Naturpark Fränkische Schweiz (Parque Natural Suíço-Francônio) e ao leste da serra Naturpark Steigerwald (Parque Natural Steigerwald). A 65 km ao sul localiza-se Nuremberga e 100 km ao leste Vurzburgo.

Passa pela cidade o rio Regnitz que é afluente do rio Meno e o canal Meno-Danúbio (Main-Donau-Kanal). Este canal d'água faz a conexão entre o rio Danúbio e o rio Meno, ligando ambos ao rio Reno, possibilitando assim o transporte fluvial até o porto de Roterdão nos Países Baixos.

Durante os séculos pós-romanos de migração e colonização germânica, a região posteriormente incluída na Diocese de Bamberga era habitada maioritariamente por eslavos. A localidade, mencionada pela primeira vez em 902, cresceu ao redor do castelo de Babemberga que deu o nome à Casa de Babemberga. Após a sua extinção passou para a casa da Saxónia. A região foi cristianizada principalmente pelo monges Beneditinos da Abadia de Fulda, e a terra ficou sob autoridade espiritual da Diocese de Würzburg.

Em 1007, o Sacro Imperador Romano Henrique II da Germânia elevou Bamberga, uma herança de família, a sede de uma diocese separada. O propósito do imperador era tornar a Diocese de Würzburg mais bem governável em termos de tamanho, e reforçar o Cristianismo nos distritos da Francónia, a leste de Bamberga. Em 1008, após longas negociações com os Bispos de Würzburg e Eichstätt, que deveriam ceder porções das suas dioceses, foram definidos os limites da nova diocese, e no mesmo ano o Papa João XVIII concedeu a confirmação papal. A nova catedral foi consagrada a 6 de Maio de 1012, e em 1017 Henrique II fundou uma abadia Beneditina para treinamento do clero no Monte São Miguel, perto de Bamberga. O imperador e a sua esposa Cunigunda do Luxemburgo doaram grandes possessões temporais à nova diocese, e recebeu muitos privilégios dos quais se originou o poder secular do bispo (veja Weber em Historisches Jahrbuch der Gorresgesellschaft em 1899, pp. 326–345 e 617-639). No âmbito da sua visita a Bamberga (1020), o Papa Bento VIII colocou a diocese sob dependência directa da Santa Sé. Durante um curto período Bamberga foi o centro do Sacro Império Romano. Henrique e Cunigunda foram ambos sepultados na catedral.

A partir da segunda metade do século XIII, os bispos eram príncipes do Império e governaram Bamberga, exigindo a construção de edifícios monumentais. Em 1248 e 1260 a sé obteve grandes fatias das propriedades dos Condes de Meran, em parte por compra e em parte pela apropriação de condados extintos. O Antigo Bispado de Bamberga era composto por um território contínuo que se estendia desde Schlüsselfeld para nordeste em direcção à Floresta Francónia, e possuía adicionalmente propriedades nos ducados da Caríntia e de Salzburgo, no Nordgau (actualmente Alto Palatinado), na Turíngia, e no Danúbio. As mudanças introduzidas com a Reforma reduziram este território praticamente a metade.

Os julgamentos de bruxas do século XVII fizeram centenas de vítimas em Bamberga e atingiram o clímax entre 1626 e 1631 sob o governo do Príncipe-Bispo Johann Georg II. A famosa Drudenhaus (prisão das bruxas), construída em 1627, não subsistiu até hoje; no entanto permanecem descrições detalhadas de alguns casos, como o de Honolanda Ventura e Johannes Junius.

Em 1647 foi fundada a Universidade de Bamberga com o nome de Academia Bambergense.

Em 1759, as possessões e jurisdições da diocese situadas na Áustria foram vendidas àquele Estado. Aquando da secularização das terras da igreja (1802) a diocese cobria 3.305 km² e tinha uma população de 207.000. Bamberga perdeu assim a sua independência em 1802, e tornou-se parte da Baviera em 1803.

Bamberga foi ligada ao sistema ferroviário em 1844, que tem sido desde essa altura uma infraestrutura essencial.

Após a Primeira Guerra Mundial, quando uma revolta comunista tomou o controle da Baviera, o governo fugiu para Bamberga onde ficou quase dois anos, antes da capital bávara, Munique, ser recapturada pelo Freikorps (veja República de Veimar). A primeira constituição republicana da Baviera foi aprovada em Bamberga, que como tal é chamada Bamberger Verfassung (constituição de Bamberga).

Em 1973, a cidade celebrou o milénio da sua fundação.

Cultura e pontos turísticos

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Antiga Câmara Municipal próxima ao rio Regnitz
Antiga vila de pesadores "Pequena Veneza"
Taverna tradicional "Schlenkerla" de 1405

A cidade de Bamberga tem vários pontos turísticos, não só pelo fato da Cidade Histórica de Bamberga ter sido reconhecida pela UNESCO como patrimônio histórico, mas também porque a cidade conseguiu preservar seu caráter medieval ao longo do tempo.

  • Catedral Imperial de Bamberga 1237 (Kaiserdom), com a sepultura do papa Clemente II e a sepultura do imperador Henrique II e sua esposa (feita por Tilman Riemenschneider de 1499 a 1513).
  • Residência Antiga da Corte (Alte Hofhaltung) entre o século XVI e o séc.o XVII
  • Nova Residência (Neue Residenz) do século XVII
  • Biblioteca Estatal de Bamberga (Staatsbibliothek Bamberg), localizada na Nova Residência
  • Câmara Municipal Antiga (Altes Rathaus) (1386), construída na ilha do rio Regnitz
  • Pequena Veneza (Klein-Venedig), antigo bairro de pescadores de Bamberga ao longo do rio Regnitz
  • Palácio Geyerswörth, antiga residência episcopal
  • Castelo de Altenburg (1109), antiga residência episcopal de 1305 a 1553

As cervejarias de Bamberga são de grande importância econômica, pois com apenas 70.000 habitantes a cidade tem no total dez cervejarias. A cerveja defumada (em alemão: Rauchbier) é a mais famosa, produzida pelas cervejarias Brauerei Schlenkerla e Brauerei Spezial.

A cerveja "Aecht Schlenkerla Rauchbier" é a mais conhecida não só na região da Francônia, mas também por um público internacional. A taverna tradicional Schlenkerla (desde 1405), sediada no Centro Histórico, é uma importante instituição na cidade.

Bamberga faz parte da região cervejeira Francônia (Bierfranken), que com mais de 300 cervejarias tem a maior densidade de cervejarias por número de habitantes do mundo.

  • Semana das antiguidades de Bamberga (Bamberger Antiquitätenwoche), realizado anualmente entre julho e agosto
  • Sandkerwa, festa tradicional no mês de agosto que se realiza ao longo da Cidade Histórica de Bamberga

Personalidades

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Cidades-irmãs

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Referências

  1. Gonçalves, Rebelo (1947). Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa. Coimbra: Atlântida - Livraria Editora. p. 348 
  2. Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda. 
  3. «Fortschreibung des Bevölkerungsstandes» (em alemão). Bayerisches Landesamt für Statistik und Datenverarbeitung 
  4. «Statistisches Bundesamt – Gemeinden in Deutschland nach Bevölkerung am 31.12.2011 auf Grundlage des Zensus 2011 und früherer Zählungen» (em alemão). Einwohnerzahlen auf Grundlage des Zensus 2011 

Ligações externas

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Imagem: Cidade Histórica de Bamberg A cidade de Bamberga inclui partes do sítio "Cidade Histórica de Bamberg", Património Mundial da UNESCO.