Franklin Dória
O Barão de Loreto | |
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Franklin Dória, o Barão de Loreto | |
Ministro dos Negócios do Império do Brasil | |
Período | 7 de junho de 1889 até 15 de novembro de 1889 |
Antecessor(a) | Ferreira Viana |
Sucessor(a) | Extinção do cargo |
Presidente da Câmara dos Deputados | |
Período | 21 de maio de 1885 até 29 de agosto de 1885 |
Antecessor(a) | Antônio Moreira de Barros |
Sucessor(a) | André Augusto de Pádua Fleury |
Ministro da Guerra do Brasil | |
Período | 15 de maio de 1881 até 21 de janeiro de 1882 |
Antecessor(a) | José Antônio Correia da Câmara |
Sucessor(a) | Afonso Augusto Moreira Pena |
66.º Presidente de Pernambuco | |
Período | 28 de junho de 1880 até 1 de abril de 1881 |
Antecessor(a) | Adelino Antônio de Luna Freire |
Sucessor(a) | José Antônio de Sousa Lima |
Presidente do Maranhão | |
Período | 1 de outubro de 1866 até 30 de abril de 1867 |
Antecessor(a) | Manuel Jansen Ferreira |
Sucessor(a) | Antônio Epaminondas de Melo |
Presidente do Piauí | |
Período | 28 de maio de 1864 até 3 de agosto de 1866 |
Antecessor(a) | Antônio Sampaio Almendra |
Sucessor(a) | José Manuel de Freitas |
Dados pessoais | |
Nome completo | Franklin Américo de Meneses Dória |
Nascimento | 12 de julho de 1836 Ilha dos Frades |
Morte | 28 de outubro de 1906 (70 anos) Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Águeda Clementina de Menezes Dória Pai: José Inácio de Menezes Dória |
Alma mater | Faculdade de Direito do Recife |
Esposa | Maria Amanda Lustosa Paranaguá |
Religião | Católico |
Profissão | Advogado, político, orador, magistrado e poeta |
Franklin Américo de Meneses Dória,[1] Barão de Loreto, (Ilha dos Frades, 12 de julho de 1836 — Rio de Janeiro, 28 de outubro de 1906) foi um advogado, político, orador, magistrado e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Casou-se com Maria Amanda Lustosa Paranaguá, filha de João Lustosa da Cunha Paranaguá, o 2° marquês de Paranaguá.
Vida Inicial
[editar | editar código-fonte]Foi a Salvador para realizar seus estudos iniciais, completando os estudos no Colégio de São Vicente de Paulo, no curso de hummanidades entre 1852 e 1853.[2] Formou-se em direito na Faculdade de Direito do Recife em 1859, tendo como colegas Aristides Lobo e Joaquim José de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque, pai de Medeiros e Albuquerque.[3][4]
Como advogado, notabilizou-se pela defesa de causas importantes, como a do desembargador Pontes Visgueiro, autor de afamado homicídio no Maranhão. Ainda exerceu as funções de promotor, delegado e juiz.[3][4]
Política
[editar | editar código-fonte]Foi eleito deputado provincial na Bahia em 1863. Foi nomeado presidente de três diferentes províncias. Em 1864 foi nomeado presidente da província do Piauí, de 28 de maio de 1864 a 3 de agosto de 1866, em 1866 presidente da província do Maranhão, e em 1880, presidente da província de Pernambuco. Em 1872 foi eleito para a Câmara dos Deputados, sendo reeleito, em mandatos alternados, até 1885. Foi presidente da câmara.[3]
Foi ministro da Guerra no Gabinete Saraiva (1881), quando fundou a Biblioteca do Exército, que perdura até hoje, ministro interino das Relações Exteriores, em 3 de novembro de 1881, e ministro do Império no último gabinete da monarquia, do visconde de Ouro Preto, em 1889 (ver Gabinete Ouro Preto). Conselheiro do Império, recebeu o título de barão de Loreto em 1888.[3]
Literatura
[editar | editar código-fonte]No mesmo ano de sua formatura, em 1859, publicou Enlevos, seu único volume de poesia, impregnado de lirismo, ao reproduzir estados de alma, e de caráter objetivo, nas descrições do cenário das belezas naturais da "ilha encantada" do poeta. Quase todas as poesias subordinam-se a esse caráter e ao estilo descritivo. Cedo abandonou o verso. E desde o aparecimento do seu primeiro livro só publicou, em poesia, um trabalho a tradução de Evangelina, de Longfellow, lido na presença do Imperador D. Pedro II.[3]
Também publicou os seguintes livros:[3]
- Estudo sobre Luís José Junqueira Freire, 1869.
- Cântico comemorativo da Guerra do Paraguai, 1870.
- Discursos sobre instrução, 1877.
- Da Poesia, caracteres essenciais; diferença da prosa; qualidade de poeta, 1878.
- Questões judiciais, 1881.
- Dois discursos, 1884.
- Discurso e poesia em homenagem a Camões, 1886.
- Capítulo “A Instrução”, no volume A década republicana, 1899.
Família Imperial
[editar | editar código-fonte]Era muito ligado à Família Imperial Brasileira, acompanhando-a no exílio. De volta ao Brasil, dedicou-se à advocacia e à literatura. Foi professor de literatura por concurso no Colégio Pedro II e trabalhou no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.[3]
Família
[editar | editar código-fonte]Seu pai, José Inácio de Meneses Dória, descendia nos antigos donos das fazendas do Loreto e de Guadalupe, na Ilha dos Frades. Sua mãe, Águeda Clementina de Meneses Dória, era filha de um comandante de milícias durante a Independência da Bahia.[5]
Em maio de 1868, casou-se com Maria Amanda Lustosa Paranaguá, filha de João Lustosa da Cunha Paranaguá, o 2° marquês de Paranaguá. O casal não deixou descendência.[6]
Excertos
[editar | editar código-fonte]- FADÁRIO (domínio público)
- O poeta, primeiro, preludia
- Sons fugitivos de um viver sem dor:
- Colhe sonhos gentis na fantasia;
- É o doce cantor.
- Ama o céu, e o mar, e a natureza,
- Essa eterna epopéia do Senhor;
- Ama, sem escolher, qualquer beleza;
- É o doce cantor.
- Ao depois, o poeta se desprende
- Do formoso jardim, no qual viveu:
- Sua alma agora vivo lume acende;
- É o cantor do céu.
- Para o amor da mulher achou estreita
- A terra, em que inocente adormeceu;
- Para mundos etéreos se indireita;
- É o cantor do céu.
- Voltou depressa, que encontrou espinhos,
- Julgando achar esplêndidos troféus:
- Sentou-se sobre o marco dos caminhos;
- É o cantor de Deus.
- E, solitário, co’olhar aflito
- Fitado lá na abóbada dos céus;
- E nas faces o pranto do proscrito...
- É o cantor de Deus.
- (Enlevos, 1859.)
Academia Brasileira de Letras
[editar | editar código-fonte]Eleito em 28 de janeiro de 1897 pelos trinta membros que compareceram à sessão de instalação da Academia Brasileira de Letras para completar o quadro da Academia, Franklin Dória é o fundador da cadeira 25, que tem como patrono o poeta Junqueira Freire.[3]
Condecorações
[editar | editar código-fonte]- Grã-cruz da Ordem da Águia Vermelha - Condecoração recebida por sua atuação como ministro interino das Relações Exteriores
Referências
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Timon (pseudônimo) (1885). Conselheiro Franklin Dória. Rio de Janeiro: G. Leuzinger & filhos
- Calmon, Pedro. Franklin Dória, Barão de Loreto. Rio de Janeiro : Biblioteca do Exército Editora, 1981.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras»
- «Biografia de Franklin Dória». Biblioteca Virtual de Literatura
- «Relatório apresentado à Assembleia Geral Legislativa na primeira sessão da décima-oitava legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado Interino Franklin Américo de Meneses Dória, (em 19 de janeiro de 1882).» Disponibilizado pelo Center for Research Libraries
- Relatório apresentado à Assembleia Geral Legislativa na 1ª sessão da 18ª legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra Franklin Américo de Meneses Dória, em 18 de janeiro de 1882
- Relatório apresentado à Assembleia Geral Legislativa na 1ª sessão da 18ª legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado Interino dos Negócios Estrangeiros Franklin Américo de Meneses Dória, em 19 de janeiro de 1882
Precedido por Antônio Sampaio Almendra |
Presidente do Piauí 1864 — 1866 |
Sucedido por José Manuel de Freitas |
Precedido por Manuel Jansen Ferreira |
Presidente do Maranhão 1866 — 1867 |
Sucedido por Antônio Epaminondas de Melo |
Precedido por Adelino Antônio de Luna Freire |
Presidente de Pernambuco 1880 — 1881 |
Sucedido por José Antônio de Sousa Lima |
Precedido por José Antônio Correia da Câmara |
Ministro da Guerra do Brasil 1881 — 1882 |
Sucedido por Afonso Augusto Moreira Pena |
Precedido por Pedro Luís Pereira de Sousa |
Ministro das Relações Exteriores do Brasil 1881 — 1882 |
Sucedido por Filipe Franco de Sá |
Precedido por Antônio Moreira de Barros |
Presidente da Câmara dos Deputados 1885 |
Sucedido por André Augusto de Pádua Fleury |
Precedido por Ferreira Viana |
Ministro dos Negócios do Império do Brasil 1889 |
Sucedido por — |
Precedido por Junqueira Freire (patrono) |
ABL - fundador da cadeira 25 1897 — 1906 |
Sucedido por Artur Orlando da Silva |
- Nascidos em 1836
- Mortos em 1906
- Naturais de Salvador
- Alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco
- Poetas da Bahia
- Escritores da Bahia
- Tradutores da Bahia
- Professores do Colégio Pedro II
- Ministros do Império do Brasil
- Ministros das Relações Exteriores do Brasil (Império)
- Ministros do Exército do Brasil (Império)
- Presidentes da Câmara dos Deputados do Brasil
- Governadores de Pernambuco (Império)
- Governadores do Maranhão (Império)
- Governadores do Piauí (Império)
- Deputados do Império do Brasil
- Monarquistas do Brasil
- Membros da Academia Brasileira de Letras
- Pessoas relacionadas à Biblioteca do Exército