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Casa dos Morgados Moreiras

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Casa dos Morgados Moreiras
Casa dos Morgados Moreiras
Informações gerais
Nomes alternativos Palacete do Morgado
Estilo arquitetónico Barroco, maneirismo, rococó, neoclassicismo e romantismo
Inauguração Século XVI
Património de Portugal
SIPA 16991
Geografia
País Portugal Portugal
Região Alentejo
Coordenadas 37° 50′ 04,3″ N, 8° 14′ 40,6″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

A Casa dos Morgados Moreiras, igualmente conhecida como Palacete do Morgado, é um edifício histórico na vila de Messejana, no Município de Aljustrel, na região do Alentejo, em Portugal.

Descrição e história

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Situa-se na Rua do Engenho e na Praça Primeiro de Julho,[1] no centro da vila, e nas imediações de outros monumentos, como a Torre do Relógio, a Igreja da Misericórdia e o Pelourinho de Messejana, em cuja zona de protecção está incluído.[2] É considerado como o mais destacado exemplo de arquitectura civil na vila, devido às suas dimensões, elementos decorativos e composição, que inclui uma antiga capela privativa e uma grande área ajardinada.[1] Parte do antigo complexo do palacete é ocupado pelas dependências da Junta de Freguesia.[2] Em termos decorativos, são de especial interesse os conjuntos de pinturas murais nas paredes e nos tectos, elaboradas nos séculos XVIII e XIX, sendo o mais impressionante o escudo com as armas da família Velho Costa, numa das salas do primeiro andar.[1] Também se destaca um tanque decorado, e a cozinha, com uma grande lareira.[1] O edifício apresenta uma miscelânea de estilos, com elementos maneiristas, barrocos, rococós, neoclássicos e românticos.[2]

A fachada principal do palacete está virada para ocidente, e está organizada em quatro panos, sendo o primeiro ocupado por uma porta e janela no rés-do-chão, e uma janela com gradeamento de ferro no primeiro andar, enquanto que no segundo abre-se um portão encimado por um elemento decorativo com volutas e uma cornija curva.[2] No terceiro rasga-se uma sucessão de portas e janelas no piso térreo, com um óculo quadrilobado, enquanto que no primeiro andar abrem-se dez janelas, organizadas de forma igual à dos vãos do rés-do-chão.[2] O quarto é a fachada da capela, com um portal no piso térreo encimado por uma janela, tendo acima do beirado uma platibanda e um olhal com arco de volta perfeita, com sineta em bronze.[2] A capela é de planta longitudinal, com uma cobertura em abóbada de berço, destacando-se a pia de água benta em cantaria.[2] O acesso à capela-mor é feito através de um arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras.[2] A capela-mor tem cobertura em abóbada de aresta, tendo na parede esquerda uma porta para a sacristia e um nicho, enquanto que no lado oposto tem uma tribuna.[2] O retábulo está ornamentado com talha dourada e policromada, sendo composto por uma mesa de altar em formato de urna, uma banqueta e uma peanha central rodeada por um arco de volta perfeita com mísulas em ambos os lados, sendo o conjunto enquadrado por colunas compósitas rematadas por fogaréus.[2] No centro está um frontão mistilíneo decorado com volutas e grinaldas.[2]

O palacete é de grande importância no contexto histórico da vila, tendo estado na posse de algumas famílias nobres da região.[1] A referência mais antiga ao imóvel é de 1570, e consiste na sua presença num inventário feito na sequência da morte de Brites Fernandes, esposa de Fernão Vaz Raposo.[2] Segundo a tradição popular foi o local de pernoita do rei D. Sebastião, quando este passou por Messejana, entre 10 e 13 de Janeiro de 1573, embora os registos da época não indiquem ao certo onde é que o monarca repousou neste período.[1] Segundo um estudo histórico sobre a vila, publicado provavelmente pelo notário Francisco Soares Victor, a propriedade foi vendida em 1780 a José Joaquim Moreira de Brito e Castanheda Velho Costa, da família Velho Costa.[1] Em 1805 foi construída a capela,[2] e em 1825 o filho de José Joaquim Moreira, Baltazar Moreira, adquiriu ao Marquês de Borba uns edifícios anexos, no sentido de ampliar o palacete.[1] As obras iniciaram-se ainda nesse ano e decorreram até 1828, tendo sido construída a fachada virada para a praça.[1] Posteriormente a família entrou em declínio devido a problemas financeiros, tendo o palacete sido vendido em 1864.[1] Em 1887 foi adquirido por Ernesto Augusto Campos de Carvalho, que fez novas obras de remodelação entre 1889 e 1890[1] e que incluíram os elementos decorativos da sala de estar e várias pinturas murais.[2] Posteriormente, a propriedade foi dividida, e em 2007 uma parte pertencia à Junta de Freguesia, outra à Santa Casa da Misericórdia, e três parcelas eram utilizadas como casas particulares.[1] A antiga capela privada era utilizada como capela funerária da vila.[1] Nessa altura, o complexo tinha graves problemas de conservação, com as pinturas murais em risco de desaparecerem, e o tanque em estado de ruína.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n ALVES, Daniel Ribeiro (2007). «Casas Nobres de Messejana – Do século XVIII à actualidade» (PDF). Universidade Nova de Lisboa. p. 20-21. Consultado em 6 de Julho de 2022 
  2. a b c d e f g h i j k l m n PEREIRA, Ricardo (2000). «Palacete do Morgado / Casa dos Morgados Moreira». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 6 de Julho de 2022 

Ligações externas

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