Castelo Velho de Safara
Castelo Velho de Safara | |
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Nomes alternativos | Povoado fortificado de Safareja Aldeia Velha |
Construção | Calcolítico |
Património Nacional | |
SIPA | 33084 |
Geografia | |
País | Portugal |
Região | Alentejo |
Coordenadas | |
Localização em mapa dinâmico |
O Castelo Velho de Safara, igualmente conhecido como Povoado fortificado de Safareja ou Aldeia Velha, é um sítio arqueológico do Calcolítico, situado nas imediações da povoação de Safara, no concelho de Moura, na região do Alentejo, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]O sítio arqueológico consiste num povoado fortificado de grandes dimensões, assente sobre um esporão rochoso junto à foz da Ribeira de Safara com o Rio Ardila.[1] Este planalto apresentava boas condições naturais de defesa nos lados setentrional e oriental, correspondendo às duas linhas de água.[1]
O povoado estava protegido por muralhas, que ainda se mantiveram relativamente bem conservadas.[1] Anexos às muralhas encontravam-se vários pequenos compartimentos, talvez destinados a armazenar géneros alimentares.[2] Foi igualmente identificada uma estrada de percurso paralelo à da muralha, que poderá ter sido o local de desenvolvimento da área residencial no povoado.[2] Também foram encontrados os vestígios de três fossos em redor do povoado.[1]
História
[editar | editar código-fonte]O local foi habitado desde o Calcolítico, cerca do terceiro milénio a.C..[1] Foi depois ocupado entre os séculos IV a I a.C. durante a segunda Idade do Ferro, e do século I a.C., correspondente ao período republicano de Roma.[1]
O sítio arqueológico foi originalmente identificado por Fragoso Lima, mas os primeiros trabalhos arqueológicos foram feitos na década de 1970 por António Monge Soares, que consistiram em recolhas de superfície e numa operação de limpeza de um corte estratigráfico.[1] Monge Soares encontrou um conjunto de materiais do Calcolítico, da Idade do Ferro e do período romano, que foram depois analisados por Teresa Costa, como parte do seu mestrado em Arqueologia, em 2010.[1] Em 2018 iniciou-se um programa de estudo do local, coordenado por Rui Manuel Gusmão Monge Soares e de Mariana Vilas Boas de Castro Nabais, que permitiu a descoberta de um lanço da muralha, de três fossos em redor do povoado, e de vários compartimentos.[1] A segunda fase das escavações teve lugar no Verão de 2019, e contou com a equipa da escola multinacional South-West Archaeology Digs, e o apoio de várias instituições nacionais e inernacionais, como o University College London, a University College Dublin, a Câmara Municipal de Moura e a União de Juntas de Freguesia de Safara e Santo Aleixo.[2] Os trabalhos arqueológicos também tiveram uma vertente pedagógica, através de um programa de colaboração com a Escola Primária de Safara.[2]
O espólio encontrado no local inclui pratos de bordo espessado, um fragmento de campaniforme e de um cadinho, cerâmicas estampilhadas da Idade do Ferro, cerâmicas áticas do mesmo período, fragmentos de cerâmica do Calcolítico, e escórias e um nódulo de minério.[1] Entre os materiais romanos encontram-se fragmentos de cerâmica em Sigillata itálica e campaniense, além de imitações em cerâmica cinzenta e comum, peças de tipologia Kuass, e partes de ânforas ovóides e de categoria Haltern 70, além de várias moedas, como um asse da Salácia de 45 a.C., um semis de Irippo de 30 a.C., e um quinário de prata de Caius Fundanius, de 101 a.C..[1] Destaca-se igualmente a descoberta de um ceitil da Idade Média e de um vintém do período de D. Manuel I.[1]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Lista de património edificado em Moura
- Povoado fortificado do Cerro das Alminhas
- Cerro do Castelo dos Moiros
- Povoado fortificado do Cerro da Bica
Referências
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Castelo Velho de Safara na base de dados Portal do Arqueólogo da Direção-Geral do Património Cultural
- Castelo Velho de Safara / Povoado fortificado de Safareja na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural