Confusa, perdida
"Confusa, perdida" ou "Triste pastora" é uma canção de Natal tradicional portuguesa originária da Beira Litoral.
História
[editar | editar código-fonte]Esta cantiga é um fragmento musical que fazia, originalmente, parte de um auto popular de Natal representado em várias povoações do litoral português.[1] Era cantada pela personagem Pastora, uma do grupo dos zagais de Belém que após receber a notícia do nascimento de Jesus pelo anjo vão apressados procurá-Lo para O adorar. Contudo, esta acaba por se perder, sozinha nos bosques, pedindo por isso ajuda aos anjos para chegar à lapinha e assim achar a cura dos seus "males". A este aparente impasse foi dada uma conclusão por João Maria de Santiago Prezado para o seu Auto da Pastora Perdida e da Velha Gaiteira de 1944.[2] Adiciona duas quadras em que chega, finalmente, o auxílio celestial, mas a pastora, que não consegue lutar mais contra o sono e o cansaço, deixa-se adormecer, pedindo aos anjos que velem o seu sono.[3]
Esta canção surge pela primeira vez publicada em 1919 pelo etnomusicólogo português Pedro Fernandes Tomás na sua obra Cantares do Povo.[1]
Partindo desta publicação, "Confusa, perdida" foi harmonizada pelo compositor português Fernando Lopes-Graça que a incluiu na sua Primeira Cantata do Natal, terminada no ano de 1950.[4] Em 2011, também o compositor Vasco Azevedo escreveu um arranjo a que deu o nome de "Triste pastora".[5]
Letra
[editar | editar código-fonte]Recolha de Fernandes Tomás |
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Confusa, perdida, |
Remate de Santiago Prezado |
Ai, triste pastora, |
Mas, ai, que eu não posso |
Discografia
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- 1956 — Cantos Tradicionais Portugueses da Natividade. Coro de Câmara da Academia de Amadores de Música. Radertz. Faixa 10.
- 1978 — Primeira Cantata do Natal. Grupo de Música Vocal Contemporânea. A Voz do Dono / Valentim de Carvalho. Faixa 10.
- 1994 — Lopes Graça. Grupo de Música Vocal Contemporânea. EMI / Valentim de Carvalho. Faixa 10.
- 2000 — 1ª Cantata do Natal Sobre Cantos Tradicionais Portugueses de Natividade. Coral Públia Hortênsia. Edição de autor.Faixa 10.
- 2008 — Compositores Portugueses XX/XXI Volume 2. Lisboa Cantat. MU Records / Arte das Musas. Faixa 12.
- 2012 — Canções de Natal Portuguesas. Pequenos Cantores do Conservatório de Lisboa. Numerica. Faixa 4: "Triste Pastora".
- 2012 — Fernando Lopes-Graça - Obra Coral a capella - Volume II. Lisboa Cantat. Numérica. Faixa 14.
- 2013 — Fernando Lopes-Graça - Primeira Cantata de Natal. Coro da Academia de Música de Viana do Castelo. Numérica. Faixa 10.[4]
- 2017 — Primeira Cantata de Natal: Fernando Lopes-Graça. Coral de Letras da Universidade do Porto. Tradisom. Faixa 10.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c Tomás, Pedro Fernandes (1919). Cantares do Povo 1 ed. Coimbra: F. França Amado - Editor
- ↑ a b c Coro da Academia de Música de Viana do Castelo. «Fernando Lopes-Graça: Primeira Cantata de Natal» (PDF). Consultado em 15 de agosto de 2015
- ↑ Jorge Carvalho Alves, Manuel (25 de dezembro de 2012). «O Natal de Lopes-Graça» (entrevista). Vilas Boas
- ↑ a b Paula de Castro; Miguel Azguime; et al. «Segunda Cantata do Natal». Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa
- ↑ Paula de Castro; et al.; Miguel Azguime,. «Triste Pastora». Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa