Economia positiva
A economia positiva é o ramo da economia que se preocupa com a descrição e explicação dos fenômenos econômicos (Wong, 1987, p. 920). Ela foca nos fatos observáveis e nas relações de causa e efeito e inclui o desenvolvimento e teste de teoria econômicas. Expressões mais antigas eram economia livre-de-valor (value-free economics) e seu equivalente germânico economia wertfrei. Essas expressões foram desafiadas por serem persuasivas e não descritivas.
A economia positiva como ciência (Robbins, 1932) se preocupa com o comportamento econômico. Uma definição-padrão de economia positiva como uma coleção de teoremas embuídos de significado operacional pode ser encontrada em 1947 de Paul Samuelson. A economia positiva, enquanto tal, evita juízos de valor econômicos. Por exemplo, uma teoria econômica positiva pode descrever como o crescimento da oferta monetária afeta a inflação, mas não fornece nenhuma instrução quanto a que política deveria ser adotada.
Ainda assim, a economia positiva e comumente julgada necessária para o escalamento de políticas ou resultados econômicos quanto a aceitabilidade (Wong, 1987, p. 921), o que constitui a economia normativa. A economia positiva é algumas vezes definida como a economia "do que é", enquanto a economia normativa discute o que "deveria ser". A distinção foi exposta por John Neville Keynes (1891) e elaborada por Milton Friedman em um influente ensaio de 1953.
A base metodológica para a distinção positiva/normativa tem suas raízes na distinção fato/valor em filosofia, sendo que os principais proponentes dessa distinção são David Hume e G. E. Moore. A base lógica para tal relação ser considerada uma dicotomia tem sido debatida na literatura filosófica. Tais debates se refletem nas discussões sobre ciência positiva e especificamente em economia, onde críticos, como Gunnar Myrdal (1954), McCloskey (1986) e Pérsio Arida (1986) discutem a ideia de que a economia pode ser completamente neutra e livre de ideologias.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Economia normativa
- Teoria do consumidor
- Fronteira de possibilidades de produção
- Oferta e demanda
- Metodologia da economia
- Filosofia da economia
- Epistemologia
- Positivismo
- Escola austríaca
Referências
[editar | editar código-fonte]- Milton Friedman (1953). "The Methodology of Positive Economics," Essays in Positive Economics
- Daniel M. Hausman and Michael S. McPherson (1996). Economic Analysis and Moral Philosophy, "Appendix: How could ethics matter to econonics?", pp. 211-20:
- A.2: Objection 2: Positive economics is value-free
- A.3: How positive economics involves morality
- John Neville Keynes (1891). The Scope and Method of Political Economy
- Richard G. Lipsey, (2008). "positive economics." The New Palgrave Dictionary of Economics. Second Edition. Abstract.
- Gunnar Myrdal (1954 [1929]). The Political Element in the Development of Economic Theory, trans. Paul Streeten (Cambridge, MA: Harvard University Press).
- Lionel Robbins (1932). An Essay on the Nature and Significance of Economic Science
- Paul A. Samuelson (1947, Enlarged ed. 1983). Foundations of Economic Analysis
- Stanley Wong (1987). “positive economics," The New Palgrave: A Dictionary of Economics, v. 3, pp. 920-21
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Essays in Positive Economics by Milton Friedman ((en))
- Milton Friedman ([1953] 1966). "The Methodology of Positive Economics," excertos do ensaio de Friedman ((en))