Eleições estaduais no Piauí em 1990
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Eleições estaduais no Piauí em 1990 | ||||||
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3 de outubro de 1990 (Primeiro turno) 25 de novembro de 1990 (Segundo turno) | ||||||
Candidato | Freitas Neto | Wall Ferraz | ||||
Partido | PFL | PSDB | ||||
Natural de | Teresina, PI | Teresina, PI | ||||
Vice | Guilherme Melo | Paulo Lages | ||||
Votos | 572.234 | 467.015 | ||||
Porcentagem | 55,06% | 44,94% | ||||
Resultado por município (2º turno) (118):
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Titular Eleito | ||||||
As eleições estaduais no Piauí em 1990 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em 26 estados e no Distrito Federal. Foram eleitos o governador Freitas Neto, o vice-governador Guilherme Melo, o senador Lucídio Portela, 10 deputados federais e 30 estaduais.[1] Como nenhum candidato a governador recebeu metade mais um dos votos válidos, um segundo turno foi realizado em 25 de novembro e segundo a Constituição, o governador foi eleito para um mandato de quatro anos com início em 15 de março de 1991, sem direito a reeleição.[nota 1]
Natural de Teresina, o economista Freitas Neto é formado pela Universidade Mackenzie de São Paulo. Seu ingresso no serviço público ocorreu via Fomento Industrial do Piauí (FOMINPI) e depois foi diretor comercial das Águas e Esgotos do Piauí S/A (AGESPISA) no primeiro governo Alberto Silva. Eleito deputado estadual pela ARENA em 1974 e 1978, presidiu a Assembleia Legislativa (1977-1979) da qual se afastou para ocupar a Secretaria de Governo na gestão Lucídio Portela. Pelo PDS foi eleito deputado federal em 1982, porém licenciou-se para ocupar o cargo de prefeito de Teresina durante o primeiro governo Hugo Napoleão (1983-1986) a quem seguiu rumo ao PFL. Derrotado por Alberto Silva ao disputar o Palácio de Karnak em 1986, foi presidente das Telecomunicações do Piauí S/A (TELEPISA) por escolha do Ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, e depois foi eleito presidente do diretório estadual do PFL no Piauí antes de vencer a eleição para governador em 1990.[2]
Nascido em Teresina, o empresário Guilherme Melo formou-se em Administração de Empresas em 1977 no Centro Universitário de Brasília.[3] Atuando no ramo imobiliário, integrou o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (CRECI) e assumiu uma diretoria na Associação Comercial do Piauí.[3] Filho de João Mendes Olímpio de Melo e neto de Matias Olímpio, pertenceu ao MDB e depois presidiu o diretório municipal do PMDB em Teresina antes de mudar para o PDS. Assumiu a chefia da Casa Civil no primeiro governo Hugo Napoleão em 1983, diplomando-se advogado pela Universidade Federal do Piauí logo depois.[4] Fiel politicamente a Lucídio Portela, de quem foi genro, elegeu-se deputado estadual em 1986 e vice-governaor em 1990, assumindo como governador após a renúncia de Freitas Neto em 1994.[5]
Nascido em Valença do Piauí, o médico Lucídio Portela graduou-se em 1947 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro,[6] sendo especialista em Pneumologia pelo Ministério da Saúde, pós-graduado em Radiologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e em Gestão Hospitalar pelo Ministério do Planejamento, além de integrar a Associação Piauiense de Medicina, Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o Colégio Brasileiro de Radiologia, Colégio Brasileiro de Cirurgiões e o Colégio Internacional de Cirurgiões.[7] Irmão de Petrônio Portela, foi correligionário deste na UDN e na ARENA, sendo eleito governador do Piauí por via indireta em 1978.[8] Liderança maior do PDS no estado após a morte do irmão em 1980,[9] apoiou Paulo Maluf na eleição presidencial indireta de 1985, rompendo com o governador Hugo Napoleão, que aderiu ao PFL em apoio a Tancredo Neves.[10][11][12] Eleito vice-governador na chapa de Alberto Silva em 1986, rompeu essa coligação a tempo de eleger-se senador com o apoio do PFL, em 1990.[13]
Resultado da eleição para governador
[editar | editar código-fonte]Primeiro turno
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, houve 187.234 votos em branco (15,93%) e 54.294 votos nulos (4,62%) calculados sobre o comparecimento de 1.175.355 eleitores, com os 933.827 votos nominais assim distribuídos:[1]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Freitas Neto PFL |
Guilherme Melo PDS |
(PFL, PDS, PTB, PSC) |
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Wall Ferraz PSDB |
Paulo Lages PMDB |
(PSDB, PMDB, PRN, PL, PDC, PTR) |
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Antônio Neto PT |
Luís Carlos Rodrigues Cruz PCdoB |
(PT, PCdoB, PDT, PSB) |
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Francisco Macedo PMN |
Pedro Queiroz PMN |
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Fontes:[1] |
Segundo turno
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, houve 18.566 votos em branco (1,66%) e 56.571 votos nulos (5,08%) calculados sobre o comparecimento de 1.114.395 eleitores, com os 1.039.258 votos nominais assim distribuídos:[1]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Freitas Neto PFL |
Guilherme Melo PDS |
(PFL, PDS, PTB, PSC) |
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Wall Ferraz PSDB |
Paulo Lages PMDB |
(PSDB, PMDB, PRN, PL, PDC, PTR) |
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Fontes:[1] |
Resultado da eleição para senador
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, houve 761.675 votos nominais (64,80%), 366.540 votos em branco (31,19%) e 47.124 votos nulos (4,01%), resultando no comparecimento de 1.175.339 eleitores.
Candidatos a senador da República |
Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Lucídio Portela PDS |
Aquiles Nogueira PFL Jackson Nogueira PFL |
(PFL, PDS, PTB, PSC) |
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Paulo Freitas PRN |
[nota 2] - [nota 3] - |
(PSDB, PMDB, PRN, PL, PDC, PTR) |
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Francisco Pedrosa PDT |
[nota 2] - - - |
(PT, PCdoB, PDT, PSB) |
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Anselmo Oliveira de Moraes PMN |
[nota 2] - - - |
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Fontes:[1] |
Deputados federais eleitos
[editar | editar código-fonte]São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
Número | Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
2508 | Átila Lira[nota 4] | PFL | 66.812 | 6,18% | Piripiri | Piauí |
1113 | Benedito Sá | PDS | 63.381 | 5,87% | Oeiras | Piauí |
4511 | Paulo Silva | PSDB | 55.402 | 5,13% | Parnaíba | Piauí |
2510 | Paes Landim | PFL | 48.694 | 4,51% | São João do Piauí | Piauí |
1101 | José Luís Maia | PDS | 41.913 | 3,88% | Picos | Piauí |
1555 | Murilo Rezende | PMDB | 41.284 | 3,82% | Piripiri | Piauí |
2507 | Jesus Tajra | PFL | 39.677 | 3,67% | Teresina | Piauí |
2509 | Mussa Demes[nota 4] | PFL | 37.810 | 3,50% | Floriano | Piauí |
1510 | João Henrique | PMDB | 36.931 | 3,42% | Teresina | Piauí |
2511 | Ciro Nogueira | PFL | 35.025 | 3,24% | Pedro II | Piauí |
Fontes:[1][14][15][16][17] |
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Deputados estaduais eleitos
[editar | editar código-fonte]Estavam em jogo trinta cadeiras na Assembleia Legislativa do Piauí, ressalvada a efetivação de suplentes.
Estatísticas parlamentares
[editar | editar código-fonte]Na análise da tabela a seguir, o número de deputados federais e estaduais agrupados na coluna "antes" reflete as bancadas existentes sob a Resolução n.º 16.347 baixada pelo Tribunal Superior Eleitoral em 27 de março de 1990 para disciplinar a filiação partidária.[15][18]
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Notas
- ↑ A data da posse dos governadores eleitos em 1990 foi determinada pelo Art. 4º, § 3º do Ato das Disposições Constituições Transitórias, exceto no Amapá, Distrito Federal e Roraima, que empossaram seus mandatários em 1º de janeiro de 1991 conforme o Art. 28 da Carta Magna.
- ↑ a b c Informação indisponível junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Piauí, razão pela qual outas fontes devem ser consultadas a respeito dos suplentes.
- ↑ Em 29 de abril de 1990, o Partido da Reconstrução Nacional definiu Paulo Freitas como candidato a governador, Ari Magalhães a vice-governador e José de Moraes Correia Neto a senador, decisão revogada com a adesão do PRN ao Movimento de Integração do Piauí no início de junho.
- ↑ a b Com a nomeação de Átila Lira (secretário de Educação) e Mussa Demes (secretário de Administração) para compor a equipe do governador Freitas Neto foram convocados Felipe Mendes e Caldas Rodrigues, respectivamente.
- ↑ a b c d e Em 15 de março de 1991, Freitas Neto nomeou três deputados estaduais da coligação "Frente de Recuperação do Piauí" para compor a sua equipe: Barros Araújo (secretário de Justiça) Ismar Marques (secretário de Segurança) e Moraes Souza (secretário de Indústria e Comércio). Em razão disso convocaram Marcelo Coelho, Ferreira Neto e Humberto Silveira. Este triunvirato foi efetivado quando Barros Araújo e Sabino Paulo renunciaram para tomar posse como conselheiros do Tribunal de Contas do Piauí e também devido ao falecimento de Waldemar Macedo.
- ↑ a b c d e Quando o trio de parlamentares nomeados em 15 de março de 1991 deixou seus cargos no Poder Executivo, Freitas Neto escolheu Luciano Nunes (secretário de Justiça) e César Melo (secretário de Articulação com os Municípios) para compor sua equipe em 10 de agosto de 1993 e isso permitiu as convocações de Juraci Leite e Homero Castelo Branco, mas com o falecimento de Sebastião Leal ocorreu a efetivação de Juraci Leite e a convocação de outro suplente, Antônio Rufino. Com tantos suplentes já efetivados ou em exercício, a nomeação de Wilson Brandão (secretário de Programas Especiais) em 3 de janeiro de 1994, levou à convocação de Carlos Luís Nunes de Barros. Ressalte-se que Homero Castelo Branco e Antônio Rufino foram efetivados quando escolheram Luciano Nunes e Jesualdo Cavalcanti para o Tribunal de Contas do Piauí.
- ↑ Faleceu em 1º de outubro de 1992 e em seu lugar foi efetivado Juarez Tapety.
Referências
- ↑ a b c d e f g h BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1990». Consultado em 15 de setembro de 2023
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Freitas Neto». Consultado em 31 de janeiro de 2017
- ↑ a b BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Guilherme Melo». Consultado em 8 de janeiro de 2025
- ↑ SANTOS, José Lopes dos. Novo Tempo Chegou. Brasília, Senado Federal, 1983.
- ↑ Bárbara Rodrigues (22 de abril de 2021). «Ex-governador Guilherme Melo morre aos 68 anos em hospital de Teresina». g1.globo.com. G1 Piauí. Consultado em 8 de janeiro de 2025
- ↑ SANTOS, José Lopes dos. Política e Políticos: eleições 1986, v. II. Teresina: Gráfica Mendes, 1988.
- ↑ BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Lucídio Portela no CPDOC». Consultado em 8 de janeiro de 2025
- ↑ Redação (30 de outubro de 2015). «Morre aos 93 anos o ex-governador e senador do Piauí Lucídio Portela». g1.globo.com. G1 Piauí. Consultado em 8 de janeiro de 2025
- ↑ Ricardo Westin (3 de fevereiro de 2020). «Petrônio Portella (sic), o senador que negociou o desmonte da ditadura militar». senado.leg.br. Agência Senado. Consultado em 8 de janeiro de 2025
- ↑ Redação (7 de fevereiro de 1984). «Lucídio adere a Maluf no Piauí. Primeiro Caderno, Política – p. 02». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 8 de janeiro de 2025
- ↑ Redação (20 de agosto de 1984). «Bases de Napoleão preferem a Frente. Primeiro Caderno, Política – p. 03». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 25 de janeiro de 2020
- ↑ Redação (20 de março de 1985). «Lucídio rompe com Napoleão. Primeiro Caderno, Política – p. 03». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 8 de janeiro de 2025
- ↑ BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Lucídio Portela». Consultado em 8 de janeiro de 2025
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Página oficial». Consultado em 3 de março de 2024
- ↑ a b BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Resolução n.º 16.347 de 27/03/1990». Consultado em 15 de março de 2024
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 19 de agosto de 2015
- ↑ a b FREITAS, Vítor Eduardo Veras de Sandes. A lógica da formação de governos no Estado do Piauí de 1987 a 2007. Teresina, Universidade Federal do Piauí, 2010.
- ↑ SANTOS, José Lopes dos. Política e outros temas. v. II. Teresina: Gráfica Mendes, 1991.