Feliciano Pimentel Lana

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Feliciano Lana
Sibé
Feliciano Pimentel Lana
Feliciano Lana, artista da etnia Desana.
Nome completo Feliciano Pimentel Lana
Nascimento 03 de janeiro de 1937
Aldeia São João Batista, rio Tiquié, Amazonas
Morte 12 de maio de 2020 (83 anos)
São Gabriel da Cachoeira, Amazonas
Nacionalidade brasileira
Área Artes Plásticas
Literatura
Movimento(s) Arte naif
Literatura Indígena

Feliciano Pimentel Lana ou Sibé, foi um artista plástico, líder indígena e escritor brasileiro da etnia desana. Sua obra, que retrata a mitologia dos desanos, foi exposta em vários países.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Desano por parte do pai, Manuel Lana, e tukano por parte da mãe, Paulina Pimentel Lana, Feliciano Lana nasceu em 1937 na aldeia São João Batista, às margens do Rio Tiquié, Distrito de Pari-Cachoeira, Amazonas.[2]

Prainha em São Gabriel da Cachoeira, região do Alto Rio Negro

Feliciano Lana trabalhou como mecânico, oleiro, pedreiro, agricultor e seringueiro, chegando a morar na Colômbia, onde exerceu as funções de tratorista e assistente de telegrafista.[3] Em 1960, retornou para a aldeia São João Batista, onde casou-se com Joaquina Machado. Depois de novo afastamento em busca de seringais, retornou para cuidar da família e retomou os estudos. Por volta de 1965, começou a pintar com guache e aquarela, e a desenhar usando nanquim. Seu grande incentivador foi o padre Casimiro Béksta (1924-2015), um dos maiores pesquisadores sobre a cosmologia dos indígenas da região.[2]

Na década de 1970, a obra de Lana foi apresentada ao escritor Márcio Souza, que inspirou-se nas narrativas desanas para conjuntamente com Aldísio Filgueiras, criar o libreto da ópera "Dessana, Dessana" (música composta pelo maestro Adelson Santos). Os desenhos de Feliciano Lana ganharam assim destaque internacional, tendo sido expostos em Manaus, Rio de Janeiro, no Museu de Etnologia de Frankfurt, Alemanha, na Espanha e na Itália. Em Manaus, o Museu da Amazônia (MUSA) possui uma exposição permanente da obra de Feliciano Lana, denominada "Peixe-Gente".[2][4]

Feliciano Lana morreu no início da pandemia de COVID-19, com sintomas atribuídos à moléstia, embora não tenha sido testado para a mesma.[2]

Obras[editar | editar código-fonte]

Literatura[editar | editar código-fonte]

  • A Origem da Noite & Como as Mulheres Roubaram as Flautas Sagradas (2009). Edição bilíngue: português e desana.

Referências

  1. «Homenagem» (em português e inglês). FLIP. 2021. Consultado em 27 de abril de 2024 
  2. a b c d Farias, Elaíze (13 de maio de 2020). «O líder do povo Desana, Feliciano Lana, morre em sua casa no Alto Rio Negro § Povos Indígenas». Agência Amazônia Real. Consultado em 27 de abril de 2024 
  3. Sales, Yago (13 de maio de 2020). «Memórias da Pandemia - Feliciano Lana, o artista indígena do Alto Rio Negro § De Olho nos Conflitos» (em português e inglês). DE OLHO nos Ruralistas. Consultado em 27 de abril de 2024 
  4. «Pinturas de Feliciano Lana» (em português e inglês). Museu da Amazônia (MUSA). 2023. Consultado em 27 de abril de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]